O mercado de tecnologia da informação está passando por uma das transformações mais profundas de sua história recente. O avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) não só redefine o papel dos desenvolvedores como também impõe novos critérios para a contratação e o desenvolvimento de talentos. O Relatório de Tendências de Desenvolvimento de Aplicativos 2025, publicado pela Infragistics e divulgado pela OSCHINA em 18 de julho de 2025, revela um dado que serve como alerta para toda a indústria: 71% dos entrevistados não contratariam desenvolvedores sem habilidades em IA.
O dado representa uma guinada drástica na expectativa das empresas em relação aos profissionais de TI. Não se trata apenas de uma tendência, mas de uma exigência concreta e urgente. Desenvolvedores, líderes de tecnologia, profissionais de RH e estudantes precisam agora enxergar a IA não apenas como diferencial, mas como um requisito básico de empregabilidade. O relatório detalha ainda as prioridades de contratação, os desafios estratégicos enfrentados pelas equipes e a profunda integração da IA em todas as etapas do desenvolvimento de software — especialmente em segurança.
O novo imperativo do mercado de trabalho: o domínio da IA no desenvolvimento

O relatório da Infragistics não deixa dúvidas: habilidades em IA tornaram-se o novo critério de ouro para contratação no setor de desenvolvimento. O antigo paradigma, no qual apenas conhecimentos sólidos em linguagens de programação e frameworks garantiam posições de destaque, está rapidamente sendo substituído por uma demanda por profissionais capazes de aplicar IA no cotidiano de suas funções.
A porcentagem impactante: o que significa não ter habilidades em IA em 2025
A estatística de que 71% dos entrevistados não contratariam desenvolvedores sem habilidades em IA é contundente. Para muitos profissionais, esse número representa um divisor de águas. O mercado de trabalho em 2025 está desenhado para recompensar quem domina machine learning, automação inteligente, detecção automática de erros e a integração de modelos preditivos nos fluxos de trabalho. Quem não se atualizar, corre risco real de ficar fora das melhores oportunidades ou até mesmo de ver a empregabilidade em risco.
O movimento não é isolado. O relatório aponta que 87% das equipes de desenvolvimento já utilizam IA em alguma etapa do processo, desde a automação de tarefas repetitivas até a criação de layouts e páginas e a detecção de bugs. Empresas que ainda não implementaram IA sinalizam que o farão nos próximos doze meses, tornando o conhecimento na área imprescindível para quem deseja continuar competitivo.
Além da IA: as outras habilidades mais procuradas por líderes de TI
Embora o domínio da Inteligência Artificial seja o principal fator de diferenciação, o relatório da Infragistics evidencia que o perfil do profissional desejado em 2025 é multifacetado. Computação em nuvem, resolução de problemas e codificação segura figuram como prioridades de contratação para a maioria dos líderes de TI.
Segundo o estudo, 53% dos gestores indicam computação em nuvem como habilidade crucial. Isso reflete a crescente adoção de arquiteturas distribuídas, microserviços e soluções baseadas em cloud, que exigem domínio de plataformas como AWS, Azure e Google Cloud. Resolução de problemas (35%) e codificação segura (35%) demonstram que empresas valorizam profissionais capazes de antecipar riscos, propor soluções inovadoras e garantir a integridade dos sistemas desde o início do ciclo de desenvolvimento.
A IA como motor de inovação e solução para desafios em TI
A integração da IA não se resume ao processo de seleção e contratação: ela está no cerne da inovação e da competitividade do setor. Segundo Jason Beres, COO da Infragistics, “a IA está mudando a forma como as empresas desenvolvem aplicativos, e equipes qualificadas em IA são essenciais para impulsionar a inovação e a competitividade”.
Automação, criação e detecção de erros: o uso prático da IA no desenvolvimento
O relatório destaca como a IA já faz parte da rotina de desenvolvimento em milhares de equipes ao redor do mundo. Automação de tarefas repetitivas é um dos principais usos práticos, citado por 40% das empresas. Isso permite que desenvolvedores concentrem-se em tarefas mais estratégicas e criativas, enquanto scripts e modelos inteligentes cuidam de atividades operacionais e manuais.
A criação de layouts e páginas (34%) é outro cenário de destaque: a IA pode sugerir estruturas otimizadas de interface, acelerar prototipagens e até personalizar experiências para usuários finais. A detecção de erros completa esse trio de aplicações, promovendo ciclos de entrega mais ágeis, menor incidência de falhas em produção e aumento da confiabilidade do software.
Desafios persistentes: cibersegurança, implementação e retenção de talentos
Apesar dos avanços, o setor enfrenta obstáculos complexos. Ameaças de segurança cibernética são apontadas por 45% dos líderes como um dos principais desafios de 2025, especialmente em um cenário de ataques cada vez mais sofisticados e frequentes. Implementação de inteligência artificial (37%) e retenção de desenvolvedores qualificados (35%) aparecem logo em seguida.
O desafio não está apenas em adotar IA, mas em garantir que ela seja implementada de maneira segura, ética e eficiente. Ao mesmo tempo, empresas disputam uma base cada vez menor de talentos capazes de unir conhecimentos sólidos em IA, cloud e segurança, o que eleva a pressão sobre salários e benefícios e exige novas estratégias de retenção.
IA e segurança: uma parceria estratégica no desenvolvimento de aplicações
O vínculo entre IA e cibersegurança é um dos pontos mais críticos do relatório da Infragistics. A proteção dos sistemas, dados e infraestruturas digitais não é mais pensada sem o uso massivo de inteligência artificial para identificar, antecipar e mitigar riscos.
Adoção quase universal da IA para fins de segurança no desenvolvimento
A pesquisa revela que 99% das empresas que já utilizam IA no desenvolvimento também a empregam em tarefas relacionadas à segurança. Isso marca uma verdadeira virada de paradigma: algoritmos inteligentes vasculham linhas de código, auditam sistemas e monitoram fluxos de dados em busca de vulnerabilidades que, muitas vezes, escapariam até mesmo dos olhos mais experientes.
A IA se tornou a aliada fundamental para manter sistemas resilientes, especialmente diante do aumento de vetores de ataque e da sofisticação das ameaças cibernéticas. O uso de machine learning e análise comportamental permite identificar padrões anômalos em tempo real, agir de forma preditiva e acelerar processos de resposta a incidentes.
Aplicações da IA na cibersegurança: avaliação, teste e detecção de vulnerabilidades
Entre as principais aplicações da IA em segurança, destacam-se as avaliações de segurança (64%), o teste de código (60%), a identificação de tendências para detecção de vulnerabilidades (59%) e a verificação de código para vulnerabilidades (58%). Esses processos automatizados não apenas aumentam a cobertura das auditorias, como também reduzem o tempo necessário para identificar e corrigir falhas críticas.
O impacto é direto: empresas passam a lançar produtos mais seguros, com menos bugs críticos e maior resiliência a ataques. Para os desenvolvedores, a IA oferece ferramentas capazes de aprender com erros anteriores, sugerir correções em tempo real e até apontar práticas inseguras em snippets de código, promovendo uma verdadeira cultura de codificação segura desde as fases iniciais do projeto.
O futuro do desenvolvedor: adaptando-se à era da inteligência artificial
O cenário de 2025, desenhado pelo relatório da Infragistics, aponta para um futuro em que profissionais de tecnologia precisarão investir continuamente em qualificação, com foco especial em inteligência artificial e tecnologias adjacentes.
A importância da qualificação contínua em IA e tecnologias emergentes
A atualização constante deixou de ser apenas uma boa prática para se tornar uma condição de permanência no mercado. Cursos, certificações, bootcamps e projetos pessoais voltados para IA, cloud e cibersegurança são cada vez mais valorizados pelos recrutadores. Profissionais que dominam machine learning, deep learning, engenharia de prompt e ferramentas de automação possuem vantagens competitivas visíveis.
A busca por conhecimento prático — e não apenas teórico — é outro diferencial. Projetos open source, participação em hackathons, desafios de código e experiências colaborativas em times multifuncionais servem como vitrines de competência e iniciativa.
Mantendo a competitividade em um mercado de trabalho em transformação
A grande lição do relatório é clara: adaptar-se não é mais opcional. Empresas e profissionais que compreenderem rapidamente a importância da IA e das habilidades correlatas estarão melhor posicionados para enfrentar os desafios do mercado e capturar as melhores oportunidades. A resiliência, a capacidade de aprender rapidamente e a disposição para experimentar novas tecnologias serão qualidades decisivas.
Ao mesmo tempo, cresce a responsabilidade ética sobre o uso da IA: questões relacionadas à transparência, privacidade, viés algorítmico e impacto social passam a ser consideradas não apenas por reguladores, mas também por consumidores e pela sociedade em geral.
Conclusão: a revolução da IA no desenvolvimento de software – um chamado à ação para profissionais e empresas
O Relatório de Tendências de Desenvolvimento de Aplicativos 2025 da Infragistics lança luz sobre um cenário onde a IA já não é mais promessa, mas realidade consolidada no universo do desenvolvimento de software. A exigência de habilidades em IA como critério para contratação — apontada por 71% dos entrevistados — não é apenas uma mudança estatística, mas um verdadeiro divisor de águas para profissionais, empresas e todo o ecossistema de tecnologia.
Quem deseja prosperar em 2025 e nos anos seguintes precisa internalizar a urgência da atualização profissional, investir no domínio de novas ferramentas, explorar a integração entre IA e segurança e cultivar a mentalidade de aprendizado contínuo. Para as empresas, a capacidade de identificar, atrair e reter talentos com essas competências será a diferença entre liderar a transformação digital ou ficar para trás.
A revolução da Inteligência Artificial está em curso — e quem entender seu papel central, agir rapidamente e inovar, sairá na frente neste novo capítulo do mercado de TI.