Microsoft Edge 139 Beta: PDFs protegidos voltam a funcionar e novas políticas de segurança e WebGL chegam para empresas

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Edge 139 Beta: Segurança reforçada, PDFs MIP restaurados e políticas empresariais avançadas.

A cada nova versão, o Microsoft Edge reforça sua posição como navegador de escolha para empresas e usuários preocupados com segurança, desempenho e conformidade. O lançamento do Microsoft Edge 139.0.3405.36 Beta, disponibilizado em 15 de julho de 2025, ilustra perfeitamente esse compromisso. Esta atualização não apenas resolve um bug crítico que afetava o acesso a documentos sensíveis, mas também introduz duas novas políticas fundamentais para ambientes corporativos: EnableUnsafeSwiftShader e OnSecurityEventEnterpriseConnector.

Essas novidades são especialmente relevantes em um cenário onde o acesso rápido e seguro a documentos, somado ao gerenciamento refinado de políticas empresariais, é essencial para a produtividade e para a proteção de dados estratégicos. A seguir, exploramos em profundidade como cada mudança impacta usuários, administradores de TI e equipes de segurança. Saiba que você também pode instalar o Microsoft Edge no Linux, em qualquer distribuição.

Correção crítica: o retorno da funcionalidade de PDFs protegidos por MIP

Um dos destaques desta release do Microsoft Edge Beta é a solução para um bug que impedia a abertura de PDFs protegidos por MIP (Microsoft Information Protection) em ambientes de nuvem confiáveis, incluindo a plataforma GCCH (Government Community Cloud High). Esse erro apresentava uma mensagem, inclusive em alemão (“Berechtigungen erforderlich. Wenden Sie sich an den Besitzer der Datei, um Berechtigungen zu erhalten.”), indicando falta de permissões, mesmo quando o usuário possuía autorização adequada.

A impossibilidade de acessar arquivos protegidos por MIP representa não apenas um obstáculo técnico, mas um sério entrave à produtividade empresarial. Empresas que dependem de compartilhamento seguro de documentos em ambientes cloud encontraram, neste bug, um fator de risco para seus fluxos de trabalho e para a conformidade com políticas internas de segurança e privacidade.

Com a correção deste bug na versão 139 Beta, usuários podem voltar a acessar e manipular arquivos PDF confidenciais sem interrupções, recuperando a agilidade e o controle sobre informações estratégicas.

O problema que impedia o acesso a documentos confidenciais

O problema estava relacionado à forma como o Microsoft Edge lidava com permissões de arquivos PDF protegidos por MIP hospedados em cloud environments. Na prática, mesmo usuários autenticados corretamente recebiam um bloqueio de acesso, prejudicando o fluxo de trabalho, especialmente em organizações governamentais e empresas com alto grau de controle documental.

Essa limitação destacava a necessidade de soluções robustas para autenticação e manuseio seguro de documentos sensíveis. A rápida resposta da equipe do Edge demonstra não apenas atenção ao feedback corporativo, mas também capacidade de reação diante de falhas que impactam milhares de organizações.

Impacto para usuários e empresas: produtividade e conformidade

Para equipes de TI e colaboradores, a restauração do suporte a PDFs protegidos por MIP garante que documentos importantes continuem circulando de forma segura e conforme as exigências legais e internas. Em setores regulamentados, como finanças e governo, a indisponibilidade desse recurso poderia resultar em atrasos críticos, falhas em auditorias e até em sanções legais.

Ao corrigir este ponto, o Microsoft Edge 139 Beta não só elimina um gargalo operacional, como reforça seu papel como solução confiável para o gerenciamento seguro de dados empresariais.

Novas políticas: controle e flexibilidade para administradores de TI

Além das correções, a versão 139 Beta apresenta duas novas políticas que ampliam o controle dos administradores de TI sobre o comportamento do navegador em ambientes corporativos:

  • EnableUnsafeSwiftShader: Abre a possibilidade de fallback para Software WebGL via SwiftShader, uma tecnologia agora depreciada por segurança.
  • OnSecurityEventEnterpriseConnector: Foca no reporting de eventos de segurança corporativos no contexto do Microsoft Edge for Business Reporting Connectors.

Essas políticas representam avanços na personalização e no gerenciamento de ambientes heterogêneos, atendendo a demandas específicas de compatibilidade e compliance.

EnableUnsafeSwiftShader: o dilema entre compatibilidade WebGL e segurança

A EnableUnsafeSwiftShader é uma política que chama a atenção especialmente de equipes técnicas responsáveis por ambientes complexos, como headless environments, máquinas virtuais e sistemas sem aceleração de hardware GPU. Em tais cenários, o WebGL — componente fundamental para gráficos 3D em navegadores — normalmente depende do SwiftShader como fallback quando não há GPU disponível.

A partir da versão 139, o SwiftShader está depreciado por motivos de segurança. Isso significa que, por padrão, o navegador pode impedir a criação de contexto WebGL em sistemas sem aceleração por hardware, afetando aplicações que dependem de gráficos avançados.

A política EnableUnsafeSwiftShader permite que administradores, de maneira temporária e controlada, reativem o fallback do SwiftShader enquanto ajustam aplicações ou infraestrutura para a nova realidade de segurança. No entanto, o uso desta política deve ser criterioso, pois a própria Microsoft sinaliza que ela será removida em uma versão futura, forçando a adaptação definitiva a ambientes mais seguros.

Detalhes técnicos da EnableUnsafeSwiftShader

  • Propósito: Permitir fallback de WebGL via SwiftShader em ambientes sem GPU.
  • Comportamento: Se ativada, o navegador continua a usar SwiftShader; se desativada ou não configurada, o contexto WebGL pode falhar em sistemas sem aceleração, impactando o conteúdo web dependente.
  • Plataformas suportadas: Windows e macOS (a partir da versão 139).
  • Natureza: Política temporária; será descontinuada.
  • Configuração: Tipo Booleano. Não requer reinício do navegador. Pode ser definida via Group Policy (ADMX), Registry settings (Windows) ou Preference Key (Mac).
  • Perfis afetados: Aplica-se a perfis logados com conta Microsoft.

Essa política oferece um tempo de transição para equipes de TI ajustarem seus ambientes, mas também representa um alerta para a necessidade de revisitar aplicações dependentes de renderização gráfica via navegador.

OnSecurityEventEnterpriseConnector: monitoramento avançado de segurança para ambientes corporativos

A segunda grande novidade é a política OnSecurityEventEnterpriseConnector, voltada para o monitoramento e reporting de eventos de segurança corporativos. Trata-se de uma configuração pensada para ambientes que utilizam o Microsoft Edge for Business Reporting Connectors, integrando o navegador a sistemas de compliance e resposta a incidentes.

Ao ativar esta política, administradores podem automatizar o envio de logs e eventos de segurança para plataformas de monitoramento centralizadas, facilitando auditorias, identificação proativa de ameaças e resposta a incidentes.

Essa abordagem fortalece a governança e o controle em ambientes corporativos, permitindo que o navegador atue como mais um elo integrado ao ecossistema de segurança empresarial.

Como gerenciar as novas políticas no Microsoft Edge

A administração das novas políticas, tanto EnableUnsafeSwiftShader quanto OnSecurityEventEnterpriseConnector, pode ser realizada de maneira centralizada usando as ferramentas de gerenciamento já conhecidas pelas equipes de TI:

  • Group Policy (ADMX): Políticas podem ser aplicadas a grupos de máquinas Windows por meio do editor de políticas de grupo, utilizando o template MSEdge.admx.
  • Registry settings (Windows): É possível configurar as chaves de registro diretamente para aplicar comportamentos específicos ao navegador.
  • Preference Key (Mac): Administradores em ambientes macOS podem definir as preferências equivalentes para alinhar o Edge às necessidades corporativas.

Essas opções garantem flexibilidade e rapidez para grandes organizações, que podem assim personalizar e adaptar o Microsoft Edge às suas políticas de segurança e compliance.

Implicações de segurança: a depreciação de SwiftShader e o foco da Microsoft

A decisão da Microsoft de depreciar o SwiftShader como fallback de WebGL não é apenas técnica, mas estratégica do ponto de vista da segurança. O SwiftShader é um componente de renderização por software que, se comprometido, pode expor o navegador a riscos como execução de código malicioso, elevação de privilégios ou vazamento de informações.

Ao descontinuar o suporte padrão ao SwiftShader, a Microsoft sinaliza um movimento em direção à redução da superfície de ataque no navegador, eliminando potenciais vetores exploráveis por atores mal-intencionados. Isso obriga organizações a reavaliarem seu stack tecnológico e buscarem soluções compatíveis com padrões de segurança mais rígidos.

Por que SwiftShader foi depreciado: o balanço entre funcionalidade e risco

Historicamente, o SwiftShader permitia que o Microsoft Edge oferecesse suporte ao WebGL mesmo em dispositivos ou ambientes sem GPU, garantindo compatibilidade máxima para aplicações web avançadas. Contudo, essa flexibilidade tinha um preço: vulnerabilidades conhecidas e potenciais explorações tornavam-se possíveis.

O avanço de técnicas de ataque e a crescente sofisticação de ameaças tornaram imprescindível limitar o uso de componentes de software que possam ser alvo fácil. O movimento da Microsoft é, portanto, parte de um ciclo natural de amadurecimento das políticas de segurança em grandes navegadores modernos.

O compromisso do Microsoft Edge com a segurança e o gerenciamento de vulnerabilidades

Com a release 139 Beta, o Microsoft Edge reitera seu compromisso com a proteção de dados, a governança e a gestão proativa de vulnerabilidades. Corrigir rapidamente bugs críticos (como o de PDFs protegidos por MIP), oferecer políticas granulares para administradores e reduzir o suporte a componentes potencialmente inseguros são medidas que elevam o padrão do navegador e o consolidam como ferramenta de confiança para empresas.

O destaque para OnSecurityEventEnterpriseConnector reforça o papel do navegador como instrumento fundamental no ecossistema de segurança e compliance, especialmente em ambientes de missão crítica.

Conclusão: Microsoft Edge 139 Beta – navegando em direção a uma experiência mais segura e gerenciável

O lançamento do Microsoft Edge 139.0.3405.36 Beta marca um novo capítulo na evolução do navegador corporativo da Microsoft. Com a correção do bug de PDFs protegidos por MIP, a experiência do usuário e a conformidade legal voltam ao centro da estratégia. As novas políticas de gerenciamento – sobretudo a transição controlada do SwiftShader e o reforço no reporting de segurança – sinalizam a preocupação contínua com ameaças emergentes e a necessidade de controle granular nos ambientes empresariais.

Em resumo, o Microsoft Edge 139 Beta representa um avanço importante para empresas que demandam produtividade, segurança e governança em sua navegação web, preparando o terreno para um futuro onde navegadores são pilares da arquitetura de cibersegurança corporativa.

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