Um alerta importante de segurança acendeu luz vermelha entre usuários e profissionais de TI: o Modo Internet Explorer (Modo IE) no Microsoft Edge, criado originalmente para garantir compatibilidade com sistemas legados, tornou-se recentemente uma porta de entrada para ataques sofisticados. Relatórios técnicos indicam que hackers exploraram uma vulnerabilidade zero-day nesse modo para obter acesso remoto e controle total de sistemas Windows.
- O que aconteceu: o modo de compatibilidade que virou uma arma
- A resposta da microsoft: mais segurança, menos conveniência
- Tutorial: como gerenciar e usar o modo ie com segurança no edge
- Passo 1: ativando a permissão geral
- Passo 2: configurando a recarga de sites
- Passo 3: adicionando sites à lista de permissões
- Passo 4: recarregando o site
- Conclusão: as lições de segurança de um recurso legado
Neste artigo, você vai entender como o Modo IE do Edge foi transformado em um backdoor, qual foi a resposta da Microsoft para conter os ataques e, o mais importante, como ajustar as configurações do seu navegador para garantir a máxima segurança.
A falha, descoberta em relatórios de segurança corporativos e investigações forenses, destacou o perigo de manter componentes legados no ecossistema moderno do Windows. O ataque envolveu engenharia social e exploração de falhas críticas no antigo motor Chakra, já aposentado, mas ainda presente no modo de compatibilidade.

O que aconteceu: o modo de compatibilidade que virou uma arma
A cadeia de ataque passo a passo
O incidente começou com uma campanha de engenharia social bem elaborada. Usuários eram induzidos a visitar sites falsos que pareciam legítimos — páginas de suporte técnico, sistemas internos de empresas ou portais governamentais simulados.
- Primeiro passo: o invasor convencia a vítima a abrir o site em Modo IE, usando instruções ou pop-ups personalizados.
- Segundo passo: uma vez ativado o Modo IE, o navegador executava o conteúdo com base no antigo motor Chakra, utilizado pelo descontinuado Internet Explorer.
- Terceiro passo: os hackers exploravam uma falha zero-day nesse motor, permitindo execução remota de código — ou seja, o atacante podia rodar comandos diretamente no computador da vítima.
- Quarto passo: um segundo exploit era acionado para elevação de privilégios, concedendo ao invasor acesso administrativo total ao sistema.
Com isso, o computador comprometido podia ser usado para espionagem, roubo de dados corporativos, instalação de malware persistente e movimentação lateral em redes empresariais.
O ponto fraco: por que o modo ie é tão perigoso?
O Modo IE Edge existe para compatibilizar sistemas legados — especialmente intranets e portais antigos — que ainda dependem de tecnologias como ActiveX e documentos HTML antigos. No entanto, ele também regride o navegador a um ambiente inseguro.
Quando o Modo IE é ativado, ele desativa muitas das proteções modernas do Chromium, a base segura do Edge, incluindo mecanismos de isolamento de processos e verificações avançadas de sandboxing.
Esse detalhe é o que torna o modo tão perigoso: os hackers conseguem “escapar da sandbox”, rompendo a camada de contenção do navegador e acessando recursos críticos do sistema operacional.
A resposta da microsoft: mais segurança, menos conveniência
Diante do impacto do ataque e da gravidade da vulnerabilidade, a Microsoft adotou uma medida drástica: limitou severamente o acesso ao Modo IE no Edge.
A partir da atualização de segurança mais recente, os botões e atalhos rápidos para ativar o Modo IE foram removidos da barra de ferramentas e do menu de contexto. Essa decisão visa impedir que scripts maliciosos induzam o usuário a mudar de modo com um único clique.
Segundo a empresa, a mudança “força uma ação mais intencional” por parte do usuário e reduz a superfície de ataque explorável por engenharia social. Além disso, o uso do modo IE agora depende de configurações explícitas de administrador, o que aumenta o controle em ambientes corporativos.
A Microsoft também reforçou que organizações devem planejar a migração definitiva de aplicativos legados para tecnologias modernas do Edge, como WebView2, evitando dependências perigosas do modo legado.
Tutorial: como gerenciar e usar o modo ie com segurança no edge
Embora o Modo Internet Explorer no Edge ainda esteja disponível para compatibilidade, ele deve ser usado com extrema cautela. A seguir, veja como configurar o recurso de forma segura.
Passo 1: ativando a permissão geral
- Abra o Microsoft Edge.
- Vá até Configurações (ícone de engrenagem).
- Acesse Navegador padrão.
- Em “Permitir recarregar sites no modo Internet Explorer”, selecione Permitir.
Isso habilita o recurso, mas ele ainda não está ativo para nenhum site específico.
Passo 2: configurando a recarga de sites
Com a opção geral habilitada, localize a seção “Permitir que os sites sejam recarregados no modo Internet Explorer”.
Certifique-se de marcar como Permitir (recomendado apenas para sites confiáveis).
Passo 3: adicionando sites à lista de permissões
- Ainda nas configurações, role até “Páginas do modo Internet Explorer”.
- Clique em Adicionar.
- Insira o endereço do site que precisa de compatibilidade (por exemplo, um sistema interno antigo).
Apenas os sites explicitamente adicionados poderão ser abertos no modo legado — uma camada importante de segurança.
Passo 4: recarregando o site
Quando estiver em um site autorizado, clique em “Configurações e mais (…)” > “Recarregar no modo Internet Explorer”.
O site será recarregado com compatibilidade antiga, e o ícone do Internet Explorer aparecerá na barra de endereços.
Dica de segurança: mantenha a lista de sites do modo IE o mais curta possível e revise-a periodicamente. Caso o site legado já tenha sido atualizado, remova-o da lista imediatamente.
Conclusão: as lições de segurança de um recurso legado
O incidente envolvendo o Modo IE Edge serve como um alerta contundente sobre os riscos de manter tecnologias antigas em uso apenas por conveniência. O episódio demonstrou que, mesmo sob um navegador moderno como o Microsoft Edge, o legado do Internet Explorer ainda pode representar uma ameaça real e ativa.
A lição principal é clara: compatibilidade não deve vir antes da segurança. A Microsoft respondeu de forma assertiva, mas a responsabilidade final recai sobre os administradores e usuários — verificar, limitar e monitorar o uso do modo legado é essencial.
Não espere para se tornar uma vítima.
Verifique agora as configurações do seu Microsoft Edge para garantir que o Modo IE esteja desativado ou restringido apenas aos sites estritamente necessários.
E, se possível, compartilhe este alerta com colegas e equipes de TI — a prevenção ainda é a melhor defesa.