O MiniOS 5.0 não é “apenas mais uma versão”. É o resultado de um sprint de modernização que tomou de março a agosto de 2025 — mais de 600 commits, com mais de 300 mudanças que mexem no esqueleto do sistema, nas ferramentas do dia a dia e até na aparência. O objetivo? Trazê-lo para os padrões do ecossistema Debian, reduzir a manutenção a longo prazo e, de quebra, entregar uma experiência mais previsível e polida para quem instala, testa e usa no cotidiano.
Modernização da arquitetura: abraçando os padrões Debian
O primeiro grande passo foi alinhar o coração do sistema com o que há de mais estabelecido no mundo Debian. O mecanismo próprio de boot em live foi aposentado em favor do live-config, a solução padrão — e isso não é detalhe técnico: significa configurações mais consistentes entre versões, menos “jeitinhos” e mais compatibilidade com o que os usuários e administradores já conhecem. O live-config foi estendido para cobrir necessidades específicas do MiniOS, como sincronização de ajustes, definição de senhas e opções de ligação/montagem de diretórios do usuário.
A base também foi atualizada para Debian 13 ‘Trixie’, o que coloca o projeto sobre um alicerce mais atual e testado. E, talvez a mudança mais simbólica: o projeto abandonou o kernel próprio para adotar o kernel Debian em todas as edições. Na prática, isso reduz atrito em atualizações, melhora a previsibilidade de drivers e mantém o suporte a Secure Boot — tudo dentro da trilha oficial do Debian, sem reinvenções.
Nos bastidores, essa guinada veio acompanhada de uma faxina caprichada no código (“A Grande Limpeza”) e da criação do CondinAPT, um script que simplificou a lógica de montagem de imagens e listas de pacotes. Tradução para o usuário: o processo de compilação da distro também foi otimizado, ficando mais rápido, transparente e fácil de manter.
Ferramentas próprias totalmente redesenhadas
Se a arquitetura dita o rumo, são as ferramentas que fazem a viagem valer a pena. Várias utilidades do MiniOS foram reescritas do zero, com interfaces modernas e foco em quem está começando.
O MiniOS Installer ganhou um visual novo e uma lógica de instalação mais clara (e o modo apenas em console foi aposentado). O configurador do sistema seguiu o mesmo caminho, ficando mais amigável e direto ao ponto.
A estrela, porém, é o Drive Utility — pense nele como um canivete suíço para pendrives e discos. Além de ter sido redesenhado, ficou mais robusto e versátil:
- grava imagens (.iso, .img, .bin e variantes compactadas) diretamente em dispositivos de bloco;
- cria imagens a partir de um dispositivo físico para arquivo, com compressão “ao vivo”;
- faz secure erase, apagando mídias com segurança;
- corrige a exibição de discos em máquinas virtuais, reduzindo confusões na seleção.
Para quem gosta de ir além, há duas novidades de respeito: o MiniOS Session Manager, que facilita a criação e o gerenciamento de sessões persistentes (com utilitários gráfico e de linha de comando), e o MiniOS Kernel Manager, que empacota kernels vindos de repositórios ou arquivos .deb e permite alternar entre diferentes versões — um prato cheio para entusiastas e testadores.
Uma experiência de usuário mais polida e unificada

Modernização também se vê. O projeto trabalhou para unificar o visual entre ambientes: o tema Greybird — padrão no XFCE — foi adaptado ao Fluxbox, garantindo coesão, e novos estilos foram adicionados para que apps em QT6 apareçam como deveriam. Papéis de parede e ícones foram atualizados, e o tema elementary-xfce-minios agora traz mais de 20 ícones novos para apps populares (de Audacity a VSCodium).
O menu de boot ficou universal: o GRUB agora atende tanto UEFI quanto BIOS, com entradas traduzidas para os idiomas suportados. Falando em idiomas, o MiniOS 5.0 expande a presença internacional com suporte completo ao indonésio e revisões nas traduções existentes (alemão, espanhol, francês, italiano, português e português brasileiro, além de russo). E a documentação foi revisada e ampliada — nada de “descobrir por tentativa e erro”: os manuais acompanham a nova fase do projeto.
Em resumo, o MiniOS 5.0 troca peças-chave por componentes padrão do mundo Debian, reescreve suas ferramentas centrais e limpa a casa no código. O resultado é um projeto menos excêntrico e mais sólido — daqueles em que você pode confiar para instalar, atualizar e recomendar. E, claro, com um cuidado visível na experiência que faz diferença no uso diário. Saiba mais sobre o MiniOS neste link do git oficial.