A inteligência artificial já faz parte do dia a dia de milhões de usuários, mas nem sempre a experiência acompanha o ritmo da produtividade moderna. No Android, o Gemini evoluiu rápido como assistente, porém ainda carrega limitações que frustram quem precisa alternar entre aplicativos enquanto aguarda uma resposta mais complexa. Sair da interface do chat, mesmo que por alguns segundos, geralmente significa interromper todo o processo.
Essa limitação ficou ainda mais evidente conforme o Google passou a incentivar o uso do Gemini como assistente padrão do sistema. Usuários que usam a IA para resumir textos, analisar dados ou gerar ideias acabam presos à sobreposição, sem poder consultar outro app ao mesmo tempo. O resultado é um fluxo de trabalho quebrado, algo que vai na contramão da proposta de produtividade.
Agora, uma descoberta na versão beta do aplicativo do Google indica que esse problema está perto do fim. A nova multitarefa no Gemini Android, baseada em um botão flutuante e processamento em segundo plano, promete permitir que o usuário saia da interface enquanto o Gemini continua trabalhando normalmente.

O fim da limitação da sobreposição
Atualmente, o Gemini no Android funciona majoritariamente em uma interface de sobreposição. Ao ativar o assistente, ele ocupa parte da tela e exige atenção constante. O problema surge quando o usuário toca fora dessa área ou tenta abrir outro aplicativo. Na maioria dos casos, o chat simplesmente desaparece e o processamento em andamento é interrompido.
Isso afeta diretamente tarefas mais elaboradas. Quem pede um resumo longo, uma análise técnica ou a organização de informações precisa esperar olhando para a tela, sem poder consultar e-mails, mensagens ou documentos. Em um sistema conhecido justamente pela capacidade de multitarefa, essa limitação sempre soou incoerente.
A descoberta feita na versão beta do app do Google mostra que a empresa reconheceu essa falha. A ideia é simples, mas poderosa: permitir que o Gemini em segundo plano continue processando a solicitação, mesmo que o usuário saia da interface principal do assistente.
Como funciona o novo botão flutuante e a multitarefa
Segundo a análise do APK da versão beta 16.51.52.sa.arm64, o Google está testando um novo botão flutuante integrado à nova interface do Gemini. Em vez de encerrar a conversa ao sair da sobreposição, o sistema minimiza o assistente automaticamente.
Na prática, o usuário poderá tocar fora do Gemini e continuar navegando pelo Android normalmente. Enquanto isso, a IA segue processando a resposta em segundo plano. Quando o conteúdo estiver pronto, uma notificação ou indicador visual informa que o resultado já pode ser acessado.
O botão flutuante funciona como um atalho de retorno. Ao tocá-lo, o chat do Gemini reaparece exatamente do ponto onde parou, com a resposta concluída ou em andamento. Isso elimina a necessidade de repetir comandos ou reformular perguntas, algo comum na experiência atual.
Esse comportamento aproxima o Gemini de outros recursos nativos do Android, como players de vídeo em modo picture in picture ou aplicativos que continuam ativos em segundo plano. É um passo importante para tornar a IA mais integrada ao sistema e menos intrusiva.
Por que isso muda o jogo para o Android
A multitarefa no Gemini Android não é apenas uma melhoria estética, ela muda a forma como a IA se encaixa no fluxo real de trabalho do usuário. Imagine, por exemplo, pedir ao Gemini para resumir um relatório extenso enquanto você abre um app de anotações para preparar comentários ou consulta uma planilha com dados relacionados.
Com o processamento em segundo plano, esse tipo de uso deixa de ser teórico e passa a ser prático. Profissionais podem copiar informações de um aplicativo enquanto o Gemini gera textos, estudantes podem ler materiais enquanto aguardam explicações, e criadores de conteúdo conseguem manter o ritmo sem interrupções constantes.
Além disso, a mudança reforça o papel do Gemini como assistente contextual. Ele deixa de ser uma experiência isolada e passa a atuar como uma camada contínua de inteligência sobre o Android. Esse é um ponto crucial para o futuro da IA em dispositivos móveis, onde eficiência e fluidez são tão importantes quanto a qualidade das respostas.
Disponibilidade e o que esperar
Por enquanto, a nova funcionalidade foi identificada apenas por meio da análise do APK da versão beta 16.51.52.sa.arm64 do aplicativo do Google. Isso significa que o recurso ainda está em fase de testes internos e não foi oficialmente anunciado.
Como acontece com muitas novidades do Google, não há garantia de lançamento imediato ou de disponibilidade para todos os usuários ao mesmo tempo. Recursos descobertos em versões beta podem levar semanas ou até meses para chegar ao canal estável, e alguns acabam sendo ajustados ou até descartados ao longo do caminho.
Ainda assim, o fato de a atualização do Google Gemini já incluir referências claras à multitarefa e ao botão flutuante indica que a empresa está investindo seriamente nessa evolução. Para quem acompanha o desenvolvimento do Gemini, é um sinal positivo de maturidade da plataforma.
Conclusão: um passo essencial para a produtividade com IA
A chegada da multitarefa no Gemini Android resolve uma das reclamações mais comuns dos usuários e aproxima o assistente da experiência que se espera de uma IA moderna. Permitir que o Gemini continue trabalhando em segundo plano elimina frustrações, economiza tempo e torna o uso diário muito mais natural.
Com o novo botão flutuante, o Android ganha um assistente realmente integrado ao sistema, capaz de acompanhar o usuário sem interromper suas atividades. Se confirmada, essa funcionalidade pode se tornar um diferencial importante frente a outras soluções de inteligência artificial móvel.
Resta agora acompanhar os próximos passos do Google e aguardar a liberação oficial. Enquanto isso, fica a reflexão: você já usa o Gemini como assistente padrão no seu Android ou ainda sente que ele precisa evoluir para se encaixar melhor na sua rotina?
