A MX Linux 25 está a caminho e traz uma série de transformações que alinham o projeto às tendências do ecossistema Debian — sem, no entanto, abandonar totalmente suas raízes. Entre as novidades mais impactantes estão a separação das ISOs por sistema de inicialização, a adoção do Wayland como sessão padrão na edição KDE, a chegada do Secure Boot e a descontinuação das ISOs 32-bit. A seguir, explicamos o que cada mudança significa para os usuários.
Separação das isos de Systemd e Sysvinit
Até a versão anterior, o MX permitia alternar entre Systemd e SysVinit ainda na tela de boot graças ao systemd-shim. Essa flexibilidade deixou de ser viável com os kernels 6.12 herdados do Debian, que não suportam mais a coexistência dos dois init systems em um único ISO.
A partir do MX Linux 25, o usuário escolherá o init já no download: haverá imagens dedicadas a Systemd (padrão nas edições Xfce, Fluxbox e KDE) e ISOs alternativas para quem prefere SysVinit (disponíveis em Xfce e Fluxbox). Na prática, isso simplifica a manutenção do projeto e garante compatibilidade total com softwares recentes, mas obriga quem roda o sistema em modo “live” a optar por sysVinit caso necessite do recurso de “salvamento semiautomático” de persistência, ainda exclusivo desse init.
Wayland como padrão na edição KDE
Em busca de desempenho mais suave e segurança extra, a edição KDE do MX Linux 25 adotará o Wayland como sessão padrão. O tradicional X11 continuará disponível para quem tiver aplicativos ou fluxos de trabalho que dependam dele.
Nos ambientes Xfce e Fluxbox nada muda: o Wayland no Xfce segue desabilitado por estar em estágio inicial, e o Fluxbox não oferece suporte. O objetivo é promover uma transição gradual, começando pelo desktop mais preparado para essa tecnologia.
Suporte a secure boot chegando
Instalar o MX em máquinas UEFI 64-bit com Secure Boot ativado agora será mais simples. O instalador do MX Linux 25 passa a reconhecer chaves assinadas pelo Debian, permitindo inicialização segura nas ISOs padrão que usam o kernel oficial.
Há, entretanto, uma ressalva: drivers instalados via DKMS — como NVIDIA, Broadcom ou ZFS — não carregarão com o Secure Boot ligado sem passos extras que a equipe documentará em breve. Quem depende desses módulos precisará decidir entre performance e praticidade ou o nível adicional de segurança no boot.
O fim das ISOs de 32 bits
Seguindo a decisão do projeto-pai Debian, o MX deixará de publicar ISOs 32-bit. Usuários atuais da edição 32-bit do MX 23 continuarão recebendo atualizações de segurança até junho de 2028, graças ao suporte LTS do Debian.
Embora não haja mais imagem oficial, a equipe pretende compilar pacotes 32-bit nos repositórios do MX 25. Isso abre espaço para “Community Respins”, desde que apareça um kernel adequado. Se você precisa de uma distribuição Debian-like totalmente 32-bit — ou que permaneça livre de systemd —, o antiX Linux é a recomendação oficial.
Em resumo, o MX Linux 25 avança para um futuro mais alinhado ao ecossistema Debian, modernizando seu stack gráfico, melhorando a segurança no boot e simplificando a manutenção do sistema, mas ainda preserva escolhas para quem deseja um ambiente sem systemd.