Vulnerabilidades no GitLab: falhas graves permitem sequestro de contas

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

O GitLab lançou atualizações emergenciais para corrigir vulnerabilidades graves em sua plataforma DevSecOps, incluindo falhas que permitiam a apropriação de contas e injeção de códigos maliciosos em pipelines.

GitLab corrige falhas críticas que permitiam sequestro de contas e injeção em pipelines

GitLab

Atualizações corrigem falhas de segurança com potencial de exploração crítica

O GitLab, uma das plataformas DevSecOps mais utilizadas do mundo, liberou na última quarta-feira (12) atualizações de segurança críticas para mitigar múltiplas vulnerabilidades que afetavam tanto a edição Community quanto a Enterprise do sistema. A falha mais grave corrigida, registrada como CVE-2025-4278, poderia permitir que invasores assumissem o controle de contas de usuários ao injetar código HTML malicioso na página de busca.

Com mais de 30 milhões de usuários registrados, e sendo usada por mais da metade das empresas da Fortune 100, a plataforma representa um alvo valioso para cibercriminosos.

Principais falhas corrigidas pelo GitLab

As versões 18.0.2, 17.11.4 e 17.10.8 do GitLab trazem correções urgentes, e a empresa recomenda que todas as instalações autogerenciadas sejam atualizadas imediatamente. Segundo comunicado oficial, o GitLab.com já executa as versões corrigidas e clientes da solução GitLab Dedicated não precisam realizar nenhuma ação.

As principais vulnerabilidades corrigidas incluem:

  • CVE-2025-4278 (Injeção de HTML): Permitia controle remoto de contas através da manipulação da interface de busca.
  • CVE-2025-5121 (Autorização ausente): Exclusiva da edição GitLab Ultimate EE, essa falha permitia que atacantes injetassem jobs maliciosos em pipelines futuros sem a devida autorização, mesmo em projetos aos quais não tinham vínculo direto.
  • CVE-2025-2254 (XSS): Um ataque de script entre sites (Cross-site Scripting) que poderia levar à execução de ações em nome de usuários legítimos.
  • CVE-2025-0673 (DoS): Possibilitava loops infinitos de redirecionamento, resultando em negação de serviço e exaustão de memória.

Contexto: Por que essas falhas preocupam

Os pipelines de CI/CD do GitLab automatizam tarefas críticas, como testes e deploys. Qualquer comprometimento nesse processo pode inserir código malicioso diretamente no ciclo de desenvolvimento de software, com impactos catastróficos. No caso do CVE-2025-5121, por exemplo, invasores poderiam agendar tarefas maliciosas futuras sem detecção imediata — uma técnica furtiva e difícil de reverter após ser executada.

Essa atualização surge em um momento em que grandes organizações vêm sofrendo com vazamentos originados justamente em repositórios GitLab mal protegidos. Casos recentes, como os relatados pelo Europcar Mobility Group e pela Pearson, acenderam alertas na comunidade de segurança cibernética.

Análise prospectiva e recomendações

As vulnerabilidades no GitLab reveladas mostram como mesmo plataformas maduras e amplamente auditadas continuam expostas a ataques sofisticados. A tendência é que agentes de ameaça continuem explorando falhas em ambientes de CI/CD para comprometer cadeias de suprimentos de software.

Organizações devem:

  • Adotar atualizações de segurança assim que forem disponibilizadas.
  • Auditar permissões em projetos CI/CD, especialmente em ambientes GitLab Ultimate.
  • Monitorar pipelines automatizados e validar a integridade de jobs agendados.
  • Utilizar ferramentas de detecção de comportamento anômalo em ambientes DevSecOps.

A frequência crescente de ataques a pipelines e repositórios evidencia a urgência em combinar práticas de desenvolvimento seguro com estratégias robustas de monitoramento e resposta.

Conclusão

O GitLab segue sendo uma ferramenta essencial para o ciclo DevSecOps moderno, mas as falhas recentes reforçam a necessidade de vigilância contínua. Atualizações regulares, boas práticas de segurança e monitoramento proativo são indispensáveis para mitigar riscos cada vez mais sofisticados no ecossistema de desenvolvimento.

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