Pandemia fez home office crescer 30%

Segundo a Confederação Nacional do Comércio, estima-se que, durante a pandemia do novo Coronavírus, o número de empresas que adotaram o home office tenha crescido cerca de 30%. Já se vão pelo menos três meses desta experiência. Este é um tempo suficiente para perceber e comprovar se há ou não benefícios relacionados ao trabalho remoto, a partir de casa. Apesar da pandemia que fez home office crescer 30%, havia uma falsa percepção de perda de sinergia e de relaxamento das tarefas diárias. No entanto, as empresas perceberam outra realidade diferente.  É possível fazer com que equipes funcionem com um bom ritmo de trabalho, sem perda de qualidade e/ou nível de comprometimento e disponibilidade.

Os resultados positivos já apontam mudanças definitivas no mercado de trabalho brasileiro, já que cerca de 73,8% das empresas que adotaram essa modalidade de trabalho, pretendem instituir o home office como prática definitiva no pós-pandemia. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela consultoria Cushman & Wakefield, divulgado com exclusividade pela Exame.com no final de maio, que ouviu 122 executivos de multinacionais que atuam no país.

Pandemia fez home office crescer 30%. Quais os ganhos e quais os riscos?

As vantagens são inegáveis: economia de tempo, mais segurança física e rapidez, ganho de escala, por exemplo. Porém, muitos profissionais se queixam de outros detalhes. Afinal, há mais gastos com energia elétrica, por exemplo. Além disso, perda de privacidade e até excesso de trabalho, extrapolando e muito, um expediente normal que era dado antes nas empresas. É como se o profissional tivesse de ficar disponível 100% do tempo para seus empregadores, trazendo riscos à saúde física e mental dos mesmos.

Além de tudo isso, aumentaram também os ciberataques, especialmente phishing e ransonware. Afinal, mesmo de casa, uma estrutura de proteção de rede é necessária. Isso porque computadores, servidores e dados nele armazenados estão mais sujeitos a danos, roubos, interrupção das atividades e ataques oportunistas.

Estudo da Kaspersky Security, empresa produtora de softwares de segurança para a Internet e soluções para segurança da informação, divulgada em maio, revela que pelo menos 67% dos brasileiros disseram não ter recebido treinamentos educativos de cibersegurança quando começaram a trabalhar remotamente. Em contrapartida, 40% dos entrevistados no Brasil revelaram já ter recebido, por exemplo, e-mails de phishing, que é a tentativa fraudulenta de obter informações confidenciais como nomes de usuário, senhas e detalhes de cartão de crédito, por meio de disfarce de entidade confiável em uma comunicação eletrônica.

Se quiser seguir com o home office, prepare-se

A advogada e especialista em Compliance do Martinelli Advogados, Livia Fabor, dá dicas para empresários que pretendem seguir com a prática do trabalho remoto.

É preciso mapear os riscos e verificar se as medidas de segurança ora adotadas são suficientes para os riscos a que a empresa está exposta. Essa avaliação só é alcançada através de testes de efetividade e aferição do nível de compreensão dos colaboradores em relação aos riscos e importância do tema.

Basta o deslize de um coloborador que clique em um link malicioso ou se conecte a uma rede não segura para que toda empresa tenha sua segurança e imagem comprometida. É essencial promover a construção de uma nova cultura de utilização dos meios eletrônicos de trabalho por meio de treinamentos periódicos para todos os colaboradores da empresa, a fim de maximizar o seu nível da cibersegurança.

As principais dicas seriam:

  • Fazer uma revisão da Cibersegurança da empresa;
  • Identificar possíveis gaps na segurança;
  • Reforçar os mecanismos de proteção;
  • Traçar plano de mudança de cultura de segurança de dados;
  • Promover treinamento para os colaboradores sobre Cibersegurança.

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Check Point destaca o aumento do home office e as ciberameaças relacionadas com o COVID-19 como os principais desafios de segurança às empresas

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Jornalista com pós graduações em Economia, Jornalismo Digital e Radiodifusão. Nas horas não muito vagas, professor, fotógrafo, apaixonado por rádio e natureza.
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