Patch Tuesday setembro 2025: Falha crítica no Azure e risco no SMB

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Análise completa das 80 correções da Microsoft, incluindo uma falha crítica de CVSS 10.0 no Azure e um bug público no SMB.

O Patch Tuesday de setembro de 2025 trouxe um dos pacotes de atualizações mais significativos do ano. A Microsoft corrigiu 80 vulnerabilidades, incluindo uma falha de nota máxima (CVSS 10.0) no Azure, um bug publicamente conhecido no protocolo SMB e outras correções críticas que impactam tecnologias como NTLM e BitLocker.

Este artigo analisa em profundidade as vulnerabilidades mais críticas, explicando seu impacto real e prático para administradores de sistemas, profissionais de segurança e usuários que dependem do ecossistema Windows em ambientes corporativos e pessoais.

O objetivo é contextualizar os riscos, mostrar por que essas falhas são relevantes e destacar as ações necessárias para garantir proteção. Afinal, o Patch Tuesday não é apenas mais uma rodada de correções — ele é peça central na defesa contra ataques cibernéticos em escala global.

Microsoft Windows

CVE-2025-54914: a vulnerabilidade de nota máxima (10.0) no Azure

Entre as 80 correções, a que mais chama atenção é a CVE-2025-54914, uma falha crítica no Azure, classificada com a pontuação máxima de CVSS 10.0. Essa nota significa exploração extremamente fácil e impacto devastador, onde um atacante pode comprometer totalmente um serviço ou sistema afetado.

Por ser uma falha na infraestrutura de nuvem, os clientes não precisam realizar ações imediatas de correção — a responsabilidade é da própria Microsoft, que já aplicou as medidas necessárias em seus servidores. No entanto, o simples fato de uma vulnerabilidade desse porte existir mostra a magnitude dos riscos que a nuvem enfrenta.

Se explorada, a falha poderia permitir desde a exfiltração de dados sensíveis até movimentos laterais em larga escala, afetando milhares de organizações ao mesmo tempo. A correção rápida mostra a maturidade da Microsoft em lidar com riscos sistêmicos, mas também alerta para a necessidade de redundância e monitoramento constante em ambientes que dependem de provedores de nuvem.

O perigo da retransmissão: entendendo o bug público no SMB (CVE-2025-55234)

Outra vulnerabilidade de grande destaque no Patch Tuesday de setembro de 2025 é a CVE-2025-55234, um bug no protocolo SMB que já era publicamente conhecido antes da correção.

Por que isso é crítico?

Quando uma falha se torna pública sem patch disponível, criminosos têm tempo de desenvolver e compartilhar explorações (exploits), aumentando drasticamente o risco de ataques reais.

No caso do SMB, a vulnerabilidade está ligada a relay attacks (ataques de retransmissão). Em termos simples, é como se um invasor conseguisse interceptar uma credencial de autenticação e encaminhá-la para outro servidor, ganhando acesso sem nunca ter a senha original.

Medidas além do patch

Embora a Microsoft tenha disponibilizado a correção, o cenário exige mais do que apenas atualizar o sistema. O pacote deste mês adiciona novas opções de auditoria para monitoramento de eventos de retransmissão, mas os administradores também devem:

  • Ativar a assinatura SMB, que impede alterações não autorizadas nos pacotes de dados.
  • Implementar a EPA (Extended Protection for Authentication), reforçando a proteção contra redirecionamentos maliciosos.
  • Monitorar ativamente logs e alertas de tentativas suspeitas de autenticação.

Escalada de privilégios para SYSTEM: o risco do NTLM (CVE-2025-54918)

O protocolo de autenticação NTLM voltou a ser foco de correções neste mês, com a vulnerabilidade CVE-2025-54918, que permite escalada de privilégios até a conta SYSTEM, o nível mais alto em um ambiente Windows.

Esse tipo de falha é particularmente perigoso porque, uma vez explorada, permite ao invasor assumir controle total da máquina comprometida. No entanto, vale destacar que o ataque normalmente exige acesso prévio ao ambiente, seja por credenciais comprometidas ou outro ponto de entrada.

Isso reforça a importância de:

  • Monitorar movimentos laterais na rede.
  • Implementar autenticação multifator (MFA) sempre que possível.
  • Planejar a transição para métodos de autenticação mais seguros que substituam gradualmente o NTLM.

BitLocker na mira: novas falhas e a técnica de ataque BitLockMove

O BitLocker, ferramenta nativa de criptografia de disco do Windows, também recebeu atenção especial neste Patch Tuesday de setembro de 2025, com as correções para as vulnerabilidades CVE-2025-54911 e CVE-2025-54912.

O que está em jogo

Essas falhas poderiam ser exploradas para contornar mecanismos de criptografia e facilitar o acesso a dados protegidos.

A ameaça do BitLockMove

Pesquisadores da Purple Team revelaram uma nova técnica de ataque chamada BitLockMove, que pode ser usada para movimento lateral em redes corporativas. Na prática, ela aproveita vulnerabilidades do BitLocker para executar código remotamente, abrindo caminho para ataques coordenados em larga escala.

O alerta aqui não é apenas para aplicar os patches, mas também para revisar a política de uso do BitLocker em ambientes críticos, garantindo que logs de criptografia sejam auditados e que outras camadas de defesa, como segmentação de rede, estejam ativas.

Conclusão: recomendações e o que fazer agora

O Patch Tuesday de setembro de 2025 confirma uma tendência clara: a maioria das vulnerabilidades exploráveis em ambientes corporativos está relacionada a elevação de privilégios e falhas em protocolos de autenticação.

Entre os destaques, temos:

  • Azure corrigindo uma falha de gravidade máxima (CVE-2025-54914).
  • SMB recebendo um patch crítico para um bug já explorado publicamente (CVE-2025-55234).
  • NTLM e BitLocker novamente no radar, reforçando a necessidade de atenção a protocolos legados e ferramentas de criptografia.

Chamada à ação

Não adie a aplicação destas atualizações. Priorize os servidores críticos, especialmente os que utilizam SMB, e siga as recomendações de segurança fornecidas pela Microsoft.

Além disso, compartilhe este artigo com sua equipe ou comunidade técnica para ampliar a conscientização e fortalecer a defesa coletiva contra ameaças emergentes.

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