O Pixel 10 Pro Fold, o mais novo e aguardado smartphone dobrável do Google, protagonizou uma cena que nenhum entusiasta de tecnologia esperava ver: o aparelho literalmente quebrou ao meio durante o famoso teste de durabilidade do canal JerryRigEverything, conhecido por colocar os dispositivos mais caros do mundo à prova.
- O teste de durabilidade que selou o destino do Pixel 10 Pro Fold
- Quem é JerryRigEverything e por que seus testes importam
- A pressão no lugar errado: O momento da quebra
- Não aprendeu com o passado: A falha de design que se repete
- Além da quebra: O problema com a poeira e a classificação IP68
- O cenário dos dobráveis: Onde o Google está errando?
- Conclusão: Um alerta para o Google e para os consumidores
O episódio rapidamente se tornou viral e levantou um debate importante sobre a durabilidade real dos celulares dobráveis, especialmente quando se trata de um produto premium que ultrapassa facilmente a casa dos US$ 1.700. Neste artigo, vamos detalhar como o Pixel 10 Pro Fold falhou, o erro de design recorrente que causou o rompimento, o desempenho preocupante no teste de poeira e as implicações para a reputação do Google no competitivo mercado de dobráveis.
O lançamento do novo dobrável da empresa era cercado de grandes expectativas. Com promessas de engenharia refinada, dobradiça mais resistente e acabamento premium, o Pixel 10 Pro Fold deveria representar a maturidade do Google no segmento. Porém, o resultado do teste indica que o caminho da gigante ainda está longe do ideal.

O teste de durabilidade que selou o destino do Pixel 10 Pro Fold
Quem é JerryRigEverything e por que seus testes importam
O canal JerryRigEverything, comandado pelo youtuber Zack Nelson, é uma referência mundial em testes de durabilidade de smartphones. Sua metodologia, que envolve arranhar, queimar e dobrar dispositivos, tem um propósito claro: revelar a robustez estrutural e a qualidade dos materiais usados pelas fabricantes.
Mais do que simples entretenimento, os vídeos do canal servem como parâmetro independente de resistência, frequentemente identificando falhas que passam despercebidas até mesmo por revisões especializadas. Portanto, quando um aparelho falha no teste de flexão de Nelson, o impacto na percepção pública é imediato — e foi exatamente o que aconteceu com o Pixel 10 Pro Fold.
A pressão no lugar errado: O momento da quebra
Durante o teste, tudo parecia normal até o momento em que Zack aplicou pressão na direção contrária à dobra natural do aparelho. Com um estalo seco e assustador, o Pixel 10 Pro Fold se partiu ao meio, exatamente no ponto central do painel.
O mais preocupante é que a força aplicada foi comparável à de outros testes de dobráveis modernos, como o Galaxy Z Fold 6, que resistiram sem danos estruturais significativos. Isso indica que o problema não está na intensidade da pressão, mas sim em um ponto fraco no design do chassi — algo que já havia sido observado na geração anterior.
Não aprendeu com o passado: A falha de design que se repete
A análise pós-quebra revelou o que muitos engenheiros e entusiastas já suspeitavam: a fratura do Pixel 10 Pro Fold ocorreu exatamente na linha da antena, localizada na lateral da dobra. Esse ponto é conhecido por ser estruturalmente vulnerável, pois interrompe a continuidade do alumínio usado no corpo do aparelho.
O problema? Essa mesma falha já havia sido documentada no Pixel 9 Pro Fold, lançado um ano antes. Na ocasião, especialistas pediram que o Google reforçasse a área da antena com um material mais rígido ou reposicionasse o módulo para evitar tensões durante a flexão. Nada disso foi feito.
A repetição do erro indica uma negligência de design preocupante. Em vez de resolver um ponto crítico de fragilidade, o Google aparentemente manteve a mesma estrutura, priorizando a estética e a espessura fina do aparelho em detrimento da durabilidade. Isso levanta dúvidas sobre o rigor do processo de engenharia e validação estrutural da empresa — um aspecto fundamental em dispositivos dobráveis, onde cada milímetro conta.
Além da quebra: O problema com a poeira e a classificação IP68
Além da fratura, o teste revelou outro problema sério: a entrada de areia na dobradiça durante o teste de resistência à poeira. Mesmo possuindo classificação IP68, o Pixel 10 Pro Fold apresentou ruídos metálicos e resistência ao abrir e fechar após o contato com partículas finas.
Para um aparelho que se vende como selado contra poeira e água, isso é alarmante. A entrada de areia não apenas compromete a experiência de uso, como também pode causar danos permanentes na dobradiça, um dos componentes mais caros e complexos de um smartphone dobrável.
O que a classificação IP68 realmente significa?
A certificação IP68 é frequentemente mal compreendida. Ela garante que o dispositivo seja resistente à poeira fina e possa suportar imersão em água por um tempo limitado, mas não garante proteção total contra partículas maiores, como grãos de areia ou pedregulhos.
Em mecanismos delicados — especialmente em dobradiças com múltiplos eixos e partes móveis — essas partículas podem penetrar nos espaços microscópicos entre as engrenagens, comprometendo o funcionamento a longo prazo. Assim, a performance decepcionante do Pixel 10 Pro Fold no teste de poeira demonstra que, embora o selo IP68 soe impressionante no marketing, ele não é uma garantia de durabilidade em cenários reais de uso.
O cenário dos dobráveis: Onde o Google está errando?
Enquanto concorrentes como a Samsung, Oppo e Honor vêm aperfeiçoando suas tecnologias de dobradiça e reforçando a rigidez estrutural de seus aparelhos, o Google parece repetir os mesmos tropeços. O Galaxy Z Fold 6, por exemplo, sobreviveu a testes semelhantes com apenas danos superficiais, evidenciando um avanço real em engenharia mecânica.
A quebra do Pixel 10 Pro Fold não é apenas um problema técnico — é um golpe na credibilidade da marca Pixel. Em um mercado onde o consumidor paga caro pela promessa de inovação e longevidade, falhas como essa abalam a confiança e colocam em dúvida a capacidade do Google de competir com empresas que têm anos de experiência em design de hardware.
Além disso, o incidente reforça uma percepção recorrente: o Google, apesar de sua excelência em software e fotografia computacional, ainda não domina completamente a arte da construção de hardware premium. Se a empresa pretende manter relevância no setor de dobráveis, precisará repensar seriamente suas prioridades de engenharia.
Conclusão: Um alerta para o Google e para os consumidores
O caso do Pixel 10 Pro Fold é um lembrete claro de que design elegante e inovação tecnológica não bastam quando a durabilidade é comprometida. O aparelho falhou no mesmo ponto de seu antecessor, mostrou vulnerabilidade à poeira e expôs lacunas preocupantes no processo de validação do Google.
Para os consumidores, o episódio serve como alerta sobre os riscos de investir em tecnologias ainda imaturas, onde o preço elevado nem sempre se traduz em confiabilidade. Para o Google, é uma oportunidade de aprendizado — e talvez o sinal de que o foco precisa voltar ao básico: criar um dobrável que realmente dure.
E você, o que acha? A inovação dos dobráveis justifica o risco de uma durabilidade comprometida? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão.