Por que o iPad não roda macOS, segundo Craig Federighi

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Entenda por que o iPad não roda macOS segundo Craig Federighi e o futuro do iPadOS.

O debate sobre a possível fusão entre macOS e iPadOS é um tema recorrente entre usuários e entusiastas da Apple. Desde o lançamento dos primeiros iPads com chips da linha Apple Silicon, muitos questionam por que a empresa não permite que o iPad rode o macOS, criando um dispositivo verdadeiramente híbrido entre tablet e computador.

Por que o iPad não deve rodar macOS, segundo Craig Federighi

A resposta oficial para essa pergunta veio recentemente de Craig Federighi, chefe de software da Apple, durante uma entrevista concedida após o anúncio do iPadOS 26. Federighi explicou de forma direta e didática a razão por trás dessa decisão, recorrendo até a metáforas curiosas, como a do “garfo-colher” e do “carro-barco”.

Neste artigo, vamos analisar em detalhes as declarações de Federighi, entender a filosofia da Apple sobre a identidade do iPad, explorar os desafios de convergência entre plataformas e discutir as implicações dessa estratégia para o futuro do iPadOS.

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A parábola do “garfo-colher”: Por que o iPad não é um Mac

Durante a entrevista, Craig Federighi usou uma metáfora bastante visual para explicar o motivo pelo qual o iPad não deve rodar macOS: a do “spork” (mistura de garfo com colher) e a do “carro-barco”.

Segundo ele, quando tentamos criar um produto que seja duas coisas ao mesmo tempo, muitas vezes acabamos com algo que não é bom em nenhuma delas. O spork pode até funcionar como colher e garfo, mas não faz nenhum dos dois papéis de forma excelente. Da mesma forma, um carro que vira barco pode fazer as duas funções, mas dificilmente será eficiente em ambas.

A analogia deixa claro: transformar o iPad em um Mac híbrido comprometeria a experiência de uso. O iPad tem sua identidade própria, com foco em mobilidade, toque, interface simplificada e usabilidade rápida e fluida.

Consistência vs. otimização: A abordagem da Apple

Outro ponto central abordado por Federighi é a diferença entre consistência absoluta e otimização por dispositivo. Ele reconhece que muitas pessoas gostariam de ter a mesma experiência do macOS no iPad, com a mesma interface, os mesmos aplicativos e os mesmos recursos multitarefa. No entanto, segundo ele, essa escolha iria contra a filosofia da Apple de criar experiências sob medida para cada formato de dispositivo.

Federighi argumenta que, ao invés de aplicar o mesmo sistema operacional em todos os produtos, a Apple prefere adaptar e otimizar a experiência de software para cada hardware. Isso significa que o iPadOS continuará a evoluir com recursos próprios, mesmo que alguns deles sejam inspirados no macOS.

Para o executivo, forçar uma convergência total entre os dois sistemas seria um retrocesso na experiência de uso. A Apple acredita que os usuários devem ter a melhor experiência possível em cada aparelho, sem sacrificar ergonomia, desempenho ou simplicidade.

Identidade única: iPad se inspira no Mac, não o copia

Durante a entrevista, Federighi reforçou que o iPadOS pode sim se inspirar no macOS, mas que não tem como objetivo copiá-lo. Ele citou como exemplo a evolução recente de recursos como o Stage Manager, que trouxe multitarefa avançada e gerenciamento de janelas para o iPad, mas com uma implementação adaptada à experiência de toque.

Federighi também destacou que há uma troca saudável entre as equipes de desenvolvimento da Apple. Recursos do iPad influenciam o Mac e vice-versa, mas sempre respeitando as limitações e os pontos fortes de cada plataforma.

A mensagem é clara: o futuro do iPad passa por um caminho de evolução própria, com melhorias que atendem tanto usuários casuais quanto profissionais, mas sem a intenção de simplesmente replicar o macOS no iPad.

iPadOS 26: A evolução lenta, mas consistente

A chegada do iPadOS 26 reforça essa filosofia de evolução gradual. Muitos usuários esperavam mudanças mais radicais, como um gerenciamento de janelas mais próximo do macOS ou até a execução de aplicativos Mac no iPad.

Federighi explicou que a Apple adota uma abordagem cautelosa com o iPadOS por diversos motivos:

  • Restrições de desempenho: Mesmo com os chips M1, M2 e M4, os iPads ainda têm limitações físicas de bateria, refrigeração e consumo energético que tornam inviável a execução direta do macOS.
  • Interface de toque: O macOS é projetado para teclado e mouse, enquanto o iPadOS é otimizado para o toque. Fazer a transição entre esses paradigmas de interação poderia prejudicar a usabilidade.
  • Feedback de usuários: A Apple escuta a comunidade de usuários avançados e, segundo Federighi, a maioria prefere recursos otimizados dentro da experiência do iPad do que um sistema totalmente diferente.
  • Foco em consistência de longo prazo: Federighi afirma que “macificar” o iPad cedo demais poderia quebrar a evolução natural do dispositivo, criando confusão entre as plataformas.

A essência do iPad: O que ele é em 2025

Quando questionado sobre a essência do iPad em 2025, Craig Federighi foi enfático: o iPad é um dispositivo com identidade própria, que oferece mobilidade, simplicidade e poder criativo.

A Apple quer que o iPad continue sendo um tablet versátil, capaz de lidar com tarefas profissionais, criativas e de entretenimento, mas sem perder o foco na experiência de toque e na portabilidade.

Para Federighi, o grande diferencial do iPad é justamente não ser um Mac, mas ao mesmo tempo ser poderoso o suficiente para atender usuários exigentes, com recursos como multitarefa, suporte a monitores externos, controle por teclado e caneta stylus (Apple Pencil).

Essa visão reforça que a Apple continuará investindo na melhoria do iPadOS, mas sempre respeitando o conceito central da plataforma.

Implicações e o futuro da plataforma iPad

As declarações de Craig Federighi deixam claro que o futuro do iPad não passa pela adoção do macOS, mas sim por uma evolução consistente do iPadOS, com recursos que aproveitam ao máximo o hardware atual e futuro.

A estratégia da Apple é fortalecer o iPad como uma solução única, que ocupa um espaço entre o iPhone e o Mac, mas sem tentar imitar nenhum dos dois. A ideia é manter a autenticidade da experiência iPad, oferecendo o melhor dos dois mundos: mobilidade e potência.

Essa decisão pode frustrar alguns usuários que sonham com um iPad rodando macOS, mas também garante que a Apple continue focada em inovações pensadas para o formato tablet, em vez de simplesmente adaptar um sistema que não foi feito para isso.

E você, o que acha da visão da Apple? Acredita que o iPad deve manter sua identidade ou gostaria de ver uma fusão com o macOS? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão sobre o futuro dessa plataforma tão importante no ecossistema Apple.

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