Samsung HBM3E: Desafios e avanços no mercado de chips de IA

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

O futuro da memória para IA está em jogo.

A Samsung HBM3E tornou-se um dos principais tópicos de discussão no mercado de semicondutores em 2025. À medida que a demanda por chips de memória de alta largura de banda cresce exponencialmente com o avanço da inteligência artificial (IA), a capacidade das fabricantes de atender aos padrões de qualidade e desempenho exigidos por gigantes como a NVIDIA tornou-se um verdadeiro campo de batalha.

Samsung HBM3E: Avanço com Broadcom e o desafio NVIDIA no mercado de chips de IA

Neste artigo, vamos explorar os avanços recentes da Samsung, especialmente sua recente qualificação pela Broadcom, e os desafios contínuos para conquistar a aprovação da NVIDIA. Também vamos analisar o impacto dessas movimentações para Broadcom, AMD, SK hynix, Micron e todo o ecossistema de chips de IA.

Com a corrida pela próxima geração de memórias como o HBM4 já em andamento, entender essas dinâmicas é essencial para quem acompanha o mercado de tecnologia, seja como profissional, investidor ou entusiasta.

Samsung HBM3E

O que são chips HBM3E e por que são cruciais para a IA?

Os chips HBM3E representam a mais recente evolução da memória de alta largura de banda (HBM), um tipo de memória que oferece velocidades extremamente altas e largura de banda massiva para lidar com cargas de trabalho intensivas, como as de modelos de IA generativa, processamento gráfico avançado e computação de alto desempenho (HPC).

Ao contrário das memórias tradicionais, como DDR ou GDDR, a memória HBM3E da Samsung e de outros fabricantes utiliza um design empilhado em 3D, permitindo maior densidade de armazenamento e comunicação direta com os processadores via interconexões de alta velocidade.

No contexto da IA, essas características são fundamentais para alimentar GPUs e aceleradores, como os da linha NVIDIA H100 e futuros produtos como o B100. A capacidade de transferir grandes volumes de dados em baixa latência impacta diretamente o desempenho dos treinamentos de modelos de linguagem e inferência em larga escala.

Samsung: o avanço com a Broadcom

A grande novidade para a Samsung é a aprovação de seus chips Samsung HBM3E pela Broadcom, um dos principais fabricantes de aceleradores de rede e soluções para data centers.

Diversificação da cadeia de suprimentos: um movimento estratégico

Essa qualificação pela Broadcom é um marco importante, pois sinaliza uma estratégia clara de diversificação da cadeia de suprimentos por parte da empresa americana. Em um cenário de alta demanda por memória HBM e restrições de produção global, depender exclusivamente de um ou dois fornecedores representa um risco considerável.

Com a inclusão da Samsung na lista de fornecedores da Broadcom, a empresa amplia sua capacidade de garantir volume de produção suficiente para atender clientes como a Google, Microsoft e Meta, que são grandes consumidores de infraestrutura para IA.

Além disso, essa conquista reforça a posição da Samsung como um competidor viável no mercado de HBM3E, desafiando a liderança estabelecida da SK hynix.

O desafio da NVIDIA: a busca pela aprovação

Embora a qualificação com a Broadcom represente uma vitória, o grande obstáculo da Samsung permanece: conquistar a aprovação da NVIDIA para fornecer chips HBM3E 12H.

A NVIDIA, principal compradora global de memória HBM para suas GPUs de IA, é notoriamente rigorosa em seus testes de validação. Segundo fontes do setor, a Samsung enfrenta dificuldades para atender os requisitos térmicos, de consumo de energia e de desempenho contínuo exigidos pela NVIDIA.

Além disso, problemas relatados em testes de amostras iniciais, como instabilidades e aquecimento excessivo, teriam atrasado o processo de certificação.

Competição acirrada: SK hynix e Micron no cenário

Enquanto a Samsung trabalha para superar essas barreiras, a SK hynix segue consolidando sua posição como a fornecedora preferencial da NVIDIA, graças à sua experiência comprovada com HBM3 e HBM3E.

A Micron, por sua vez, também tenta avançar no mercado, mas ainda luta para obter certificações significativas junto aos grandes fabricantes de aceleradores de IA.

Este contexto reforça a percepção de que o mercado de HBM3E é hoje um campo restrito, onde apenas os players mais capazes conseguem atender aos padrões críticos de qualidade exigidos.

O futuro: HBM4 e a próxima geração de memória

Enquanto a batalha pelo HBM3E da Samsung continua, os olhos da indústria já se voltam para a próxima etapa: o HBM4.

A Samsung está investindo fortemente no desenvolvimento de sua linha HBM4, com o objetivo de liderar a transição tecnológica. A expectativa é que o HBM4 ofereça ainda mais largura de banda, maior eficiência energética e densidade superior, atendendo à próxima geração de GPUs, TPUs e outros aceleradores especializados.

Com testes internos em andamento e a previsão de amostras para grandes clientes ainda em 2025, a corrida por liderança no segmento de memória de alto desempenho promete se intensificar ainda mais.

A diversificação de fornecedores para HBM4 também é vista como estratégica por empresas como NVIDIA, Broadcom e AMD, todas buscando mitigar riscos futuros.

Conclusão: o impacto no mercado de chips de IA

O avanço da Samsung HBM3E com a Broadcom é um passo importante para a empresa sul-coreana reconquistar espaço no competitivo mercado de chips de IA. No entanto, o desafio com a NVIDIA mostra que ainda há um caminho técnico a percorrer para alcançar o nível de exigência das aplicações de ponta em IA.

A diversificação da cadeia de suprimentos, os avanços em HBM4 e a competição entre Samsung, SK hynix e Micron moldarão os próximos capítulos dessa corrida tecnológica.

Seja você um entusiasta, profissional de TI ou investidor, acompanhar esses movimentos será fundamental para entender o futuro da infraestrutura de IA.

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