Entra ID, reforço de segurança contra XSS

Não perca o prazo, a Microsoft vai bloquear scripts no login do Entra ID, saiba como testar.

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

A segurança Entra ID tornou-se um dos pilares da defesa corporativa em um cenário onde ataques de credenciais continuam crescendo e explorando brechas cada vez mais sofisticadas. Diante desse contexto, a Microsoft anunciou mudanças obrigatórias no comportamento do login do Microsoft Entra ID (Azure AD), reforçando a Política de Segurança de Conteúdo (CSP) para mitigar riscos de injeção de scripts. A medida, que faz parte da Iniciativa Futuro Seguro (SFI), marca um avanço significativo na proteção da identidade corporativa e exige ação imediata das organizações.
O objetivo deste artigo é explicar o que muda na CSP do login do Entra ID, por que isso é essencial para a proteção contra XSS (Cross-Site Scripting) e quais são as ações mandatórias para administradores de TI antes do prazo final estabelecido para outubro de 2026.

Ao longo da análise, você entenderá como essa atualização afeta fluxos de autenticação, quais ajustes devem ser feitos e como se preparar para garantir que sua empresa continue operando com segurança e conformidade.
Esta atualização se insere em um movimento maior em que a segurança de identidade assume posição central na defesa cibernética. A restrição de scripts não confiáveis, a eliminação de dependências legadas e o endurecimento do ambiente de login representam passos importantes para reduzir superfícies de ataque em um mundo altamente dependente do acesso via navegador.

Engenheiro da Microsoft cria versão do driver EXT2 File-System para Rust

O que muda no login do entra id e o prazo final

A Microsoft está reforçando a Política de Segurança de Conteúdo aplicada às páginas de login hospedadas em login.microsoftonline.com, restringindo a execução de scripts a fontes explicitamente confiáveis e autorizadas. Isso significa que qualquer script externo, extensão de navegador, injetor de código ou integração customizada não compatível será bloqueado.

A mudança entra em vigor de forma definitiva em outubro de 2026, prazo considerado suficiente para que as organizações testem, ajustem fluxos de autenticação e removam dependências incompatíveis.

Como o reforço da csp impede ataques de xss

Ataques de Cross-Site Scripting (XSS) exploram falhas que permitem a execução de scripts maliciosos dentro de páginas legítimas, sequestrando sessões, capturando credenciais ou redirecionando usuários para ambientes falsos. Com a CSP reforçada, o navegador passa a rejeitar qualquer tentativa de injetar scripts que não estejam listados explicitamente como confiáveis.

Isso significa que, mesmo se um atacante comprometer uma extensão de navegador ou tentar interceptar a página de login, o script não será executado. A solução reduz drasticamente superfícies de ataque e impede técnicas comuns usadas contra identidades corporativas.

O escopo da mudança: o que será afetado?

A atualização afeta qualquer fluxo de login baseado em navegador que passe pelo domínio login.microsoftonline.com, incluindo acessos a serviços do Microsoft 365, Azure, aplicativos SaaS integrados e páginas personalizadas de autenticação.
A Microsoft confirmou que identidades externas (External ID) não serão afetadas neste momento, assim como APIs que não dependem de injeção de scripts. O foco está no endurecimento das experiências de login que passam por páginas hospedadas pela própria empresa.

Ações mandatórias para administradores de ti

Para garantir que fluxos de autenticação não sejam interrompidos, administradores e equipes de segurança devem iniciar imediatamente processos de auditoria, testes e adequações. A Microsoft reforça que qualquer ferramenta que injete código nas páginas de login deixará de funcionar quando a CSP endurecida estiver totalmente aplicada.

Como identificar violações no console do desenvolvedor

Uma das formas mais simples e eficazes de detectar incompatibilidades é usar o console do navegador, disponível em praticamente todos os browsers modernos. Administradores devem:

Abrir o navegador, acessar a página de login do Entra ID e pressionar F12 para abrir o Developer Tools. Navegar até a aba Console e observar mensagens em vermelho indicando violações de CSP. Qualquer entrada destacada como violação de política de script, bloqueio de recurso ou conteúdo não autorizado indica algo que precisará ser ajustado antes do prazo de outubro de 2026. Registrar quais scripts, complementos ou ferramentas estão causando erros e mapear dependências internas ou de terceiros que utilizem injeção de código.

Esse procedimento deve ser repetido em todos os navegadores e dispositivos usados pelos colaboradores, especialmente em ambientes corporativos com extensões distribuídas via políticas de grupo (GPO).

A descontinuação de ferramentas de injeção de código

Ferramentas e extensões que alteram o comportamento da página de login, como injetores de JavaScript, sistemas de customização visual, plugins de auditoria de segurança que operam por manipulação do DOM e extensões de produtividade, serão bloqueados pela nova CSP.

Isso inclui também: Scripts customizados de branding, quando injetados via extensões. Ferramentas de automação que capturam ou pré-preenchem campos via script. Plugins corporativos que adicionam pop-ups, banners ou indicadores visuais no login. Tais ferramentas devem ser removidas ou substituídas imediatamente, pois deixarão de funcionar e poderão gerar falhas de autenticação para usuários.

A iniciativa futuro seguro (sfi) da microsoft

A atualização da CSP faz parte da Iniciativa Futuro Seguro (SFI), um programa da Microsoft que reúne dezenas de mudanças estruturais voltadas a reforçar a segurança de identidade, endpoint e infraestrutura. O objetivo é eliminar superfícies de ataque legadas e elevar o padrão de segurança mínimo exigido para ambientes corporativos.
Além da CSP reforçada no Entra ID, a SFI já introduziu medidas como:

O bloqueio de protocolos e autenticações legadas, incluindo POP, IMAP e SMTP Basic. A descontinuação de recursos dependentes de ActiveX, considerados inseguros. A transição obrigatória para mecanismos modernos de autenticação baseados em tokens e protocolos como OAuth 2.0 e OpenID Connect. Ao consolidar essas mudanças, a Microsoft busca criar um ambiente mais resiliente e menos vulnerável a técnicas de ataque que exploram tecnologias antigas ainda presentes em muitas empresas.

Conclusão e visão de longo prazo

A atualização da CSP no login do Entra ID reforça uma mensagem clara: a segurança de identidade precisa ser tratada como uma prioridade estratégica e contínua. Com ameaças avançadas explorando brechas mínimas em navegadores, extensões e aplicativos web, endurecer o ambiente de autenticação é fundamental para reduzir riscos corporativos.
Administradores de TI e equipes de segurança devem iniciar agora os testes, revisões e remoções de ferramentas incompatíveis. Aguardar até perto do prazo coloca a organização em risco de interrupções críticas, falhas de login e exposição a ataques que poderiam ser evitados.

A preparação antecipada garante conformidade, continuidade operacional e melhora a postura geral de segurança. A transição para um Microsoft Entra ID mais seguro é inevitável, e quem agir agora estará à frente, protegido e em conformidade com as exigências da nova era de proteção de identidade.

Compartilhe este artigo
Nenhum comentário