Documentos judiciais revelam que a NSO Group, empresa israelense de software de vigilância, utilizou múltiplos métodos de exploração para instalar o spyware Pegasus através do WhatsApp, mesmo após a plataforma ser processada pela Meta em 2019.
NSO explorou vulnerabilidades do WhatsApp para instalar Spyware, mesmo após processo judicial
A revelação vem de arquivos judiciais relacionados à disputa entre Meta e NSO Group, destacando como a empresa continuou suas práticas, aproveitando falhas no WhatsApp para realizar espionagem sofisticada.
Em 2019, o WhatsApp anunciou que bloqueou uma falha crítica, CVE-2019-3568, que explorava o sistema de chamadas de vídeo para instalar o spyware Pegasus sem interação do usuário, um método conhecido como “zero-click”. No entanto, os novos documentos mostram que a NSO desenvolveu outras abordagens, incluindo o vetor chamado Erised, que permaneceu ativo até 2020, mesmo após a Meta processar a empresa.
Essas explorações, parte de um grupo de vetores de ataque apelidado de Hummingbird, incluíam outras ferramentas, como Heaven e Eden. A NSO conseguiu instalar o spyware ao criar mensagens manipuladas enviadas por servidores modificados que simulavam o funcionamento legítimo do WhatsApp.
Funcionamento do Spyware Pegasus
Os documentos também expõem como a instalação do Pegasus era controlada pela própria NSO, enquanto seus clientes, que incluem governos, precisavam apenas informar o número do alvo. O software espião era instalado remotamente, sem a necessidade de qualquer ação da vítima.
Apesar das críticas, a NSO defende que sua tecnologia é projetada para combater crimes graves e terrorismo, atribuindo a responsabilidade de uso ético a seus clientes.
Reforços de segurança
Desde o processo judicial, empresas como Apple e Meta reforçaram a segurança de seus produtos para combater spyware como Pegasus. A Apple, por exemplo, implementou o Modo Isolado no iOS, que limita funcionalidades para dificultar ataques. Mais recentemente, uma atualização beta do iOS 18.2 trouxe um recurso que reinicia o dispositivo automaticamente após 72 horas de inatividade, exigindo a senha para desbloqueio, o que dificulta o acesso de terceiros.
Impacto e preocupações futuras
O caso entre a Meta e a NSO continua a destacar os desafios do uso de tecnologias avançadas de espionagem e seus riscos para a privacidade global. Com novas contramedidas sendo introduzidas, a disputa entre invasores e defensores de segurança digital promete continuar.