O setor bancário brasileiro planeja investir R$ 47,8 bilhões em tecnologia este ano, com segurança na linha de frente, segundo a Febraban. Esse foco está se espalhando por toda a economia: varejo, saúde, indústria, fintechs. Todo mundo quer proteção “nível banco”. Mas aí vem o choque de realidade: manter um SOC (Security Operations Center) interno, operando 24/7, é caro demais. A saída, apontada por especialistas, é a ascensão do “SOC as a Service Brasil”, o SOCaaS (SOC as a Service).
O dilema: a necessidade de um SOC 24/7 vs. o custo
Ataques hoje não seguem horário comercial. Com IA (Inteligência Artificial) e GenAI, criminosos conseguem automatizar phishing, testar senhas vazadas, explorar vulnerabilidades e rodar campanhas massivas com pouco esforço. Isso exige monitoramento contínuo, correlação de eventos e resposta rápida – minutos fazem diferença entre “incidente controlado” e “crise de reputação”.

É exatamente isso que um SOC entrega: monitoramento em tempo real, investigação de alertas, resposta coordenada a incidentes, produção de relatórios e lições aprendidas. Só que, como destaca Denis Furtado, diretor da Smart Solutions, construir isso em casa significa investir pesado em plataformas de SIEM, SOAR, threat intel, mais uma equipe especializada trabalhando em turnos 24/7. Para a maioria das empresas brasileiras, essa conta simplesmente não fecha.
A analogia do shopping: por que SOC interno não faz sentido para todo mundo
Pensa num lojista de shopping tentando montar sua própria estrutura de segurança: câmeras próprias, sala de controle, equipe de vigilância 24/7, protocolos de emergência – tudo só para aquela loja. Dá para fazer? Até dá. Mas o custo é absurdo e dificilmente competitivo.
O SOCaaS é como o sistema de segurança central do shopping: o condomínio oferece uma infraestrutura única de monitoramento, equipe treinada e processos padronizados. Cada loja paga uma fração desse custo e, em troca, tem acesso a um nível de proteção que não conseguiria bancar sozinha.
Com cibersegurança, a lógica é idêntica. O SOC interno vira luxo; o SOC as a Service vira estratégia.
A solução: a ascensão do SOCaaS e dos “playbooks”
Na análise de Denis Furtado sobre como os SOCs enfrentam as ameaças no Brasil, o recado é claro: o SOC continua sendo peça vital, mas o formato muda. Em vez de construir tudo internamente, empresas aderem ao SOCaaS (SOC as a Service), que combina expertise externa, automação e IA para entregar:
- consolidação de logs de múltiplas ferramentas (firewall, EDR, e-mail, nuvem, aplicações);
- detecção avançada com correlação de eventos e análise comportamental;
- monitoramento 24/7 com analistas especializados;
- investigação e orientação (ou execução) da resposta a incidentes.
Plataformas como a Cyrebro materializam esse conceito: um SOC gerenciado, em nuvem, que centraliza os eventos de segurança e oferece uma visão única e priorizada do risco. Em vez de cada empresa reinventar a roda, ela se conecta a uma operação já pronta – e focada justamente em cibersegurança.
O poder dos Playbooks de cibersegurança
Só tecnologia não resolve. Um dos pontos mais fortes da abordagem moderna é o uso de Playbooks de cibersegurança – guiando o que fazer, passo a passo, quando algo acontece.
Em vez de depender do “herói” solitário de plantão na madrugada, o SOCaaS trabalha com Playbooks bem desenhados:
- para cada tipo de incidente (ransomware, phishing bem-sucedido, vazamento de credenciais, falha de MFA), existe um roteiro pré-definido;
- o Playbook define o que isolar, quais evidências coletar, quem acionar dentro da empresa, quando envolver jurídico ou comunicação;
- as decisões deixam de ser improvisadas e passam a ser repetíveis, auditáveis e rápidas.
O Playbook SOC da Cyrebro, por exemplo, é citado como referência justamente por alinhar tecnologia, pessoas e processos, aumentando a maturidade da operação. Em modelos de SOC as a Service, isso é ainda mais crítico: o provedor precisa padronizar a resposta sem perder a personalização para cada cliente.
Maturidade do mercado brasileiro e resiliência digital
Do outro lado, os números do CERT.br mostram um ecossistema se profissionalizando. O crescimento de participantes no Fórum Brasileiro de CSIRTs indica que mais empresas, universidades e órgãos públicos estão estruturando equipes e processos de resposta a incidentes. É um sinal claro de que o Brasil está migrando de uma postura puramente reativa para uma estratégia de resiliência digital.
E essa resiliência não depende apenas de firewall novo ou solução de DLP: passa por monitoramento contínuo, automação, integração de ferramentas e, principalmente, gente especializada. Para quem não tem escala – a imensa maioria das empresas – o atalho realista para esse nível de maturidade é, justamente, o SOCaaS (SOC as a Service).
SOC as a Service Brasil: a escolha pragmática
No fim, a escolha não é mais “ter ou não ter SOC”, e sim: como ter um SOC sem explodir o orçamento. Com bancos investindo bilhões e tratando segurança como prioridade máxima, o restante da economia não pode ficar para trás. Só que competir no mesmo patamar com times internos é impraticável.
Por isso, a tendência do “SOC as a Service Brasil” deve se acelerar: em vez de tentar montar, do zero, um mini SOC bancário dentro de cada empresa, o movimento é conectar-se a quem já opera essa estrutura – com escala, IA, automação, Playbooks maduros e visão consolidada de risco.
