O nosso precioso Linux existe a duas décadas e meia (25), e mesmo diante de tanto tempo repleto de muito trabalho, as adoções ao Linux tem aumentado. Em uma entrevista ao co-fundador da Red Hat, Bob Young, Linus conta que mesmo o Linux completando 25 anos, o pinguim não vai perder a relevância por pelos menos 25 pela frente. Inclusive fizemos uma matéria falando sobre o segredo da adoção do Linux em Desktop.
Quais o planos que o Linus tem para o Linux?
Para não ser diferente, Linus responde ironicamente dizendo apenas, nenhum. Disse que não há um plano ou roteiro para guiar o projeto futuramente, mas um modelo de desenvolvimento que incentive de forma eficiente a evolução e a inovação.
Eu nunca tive um plano a longo prazo para o Linux, e tomei coisas um dia de cada vez, em vez de se preocupar com algo cinco ou dez anos depois, disse Linus.
Young comenta que o Linux quando surgiu foi para cumprir um propósito, uma missão, e que desde 1994, o Linux ganhou e espaço e atualmente o Linux Kernel é o coração de quase todos os serviços de que são usados na Web e até mesmo, os que funcionam no modo offline. O uso abrange grandes empresas e usuários comuns.
Diante do planejamento inicial feito por Linus em 1994, Young pergunta se há algum novo planejamento 25 anos depois, ou seja, em 2019. E a resposta é:
Eu costumava pensar que algum sistema operacional novo e excitante radical viria e suplantaria o Linux algum dia, mas não é só porque estamos fazendo isso há muito tempo e ainda estamos indo muito bem, eu também venho percebendo que criar um novo sistema operacional é muito mais difícil do que eu jamais imaginei. É preciso muito esforço de muita gente, e a força do Linux – e do código aberto em geral, é claro – é muita coisa para você possa construir com base no esforço de todas as outras pessoas.
Então, a menos que haja uma mudança absolutamente enorme no cenário da computação, acho que o Linux estará muito bem daqui a um quarto de um século (25 anos). Não por causa de qualquer detalhe particular do código em si, mas simplesmente fundamentalmente, por causa do modelo de desenvolvimento e do espaço do problema.
Eu posso não estar ativo nesse ponto, e muito do código terá sido atualizado e substituído, mas acho que o projeto permanecerá.
Perceba que o que mantém o Linux Kernel de pé não são metas ou projetos, mas o modelo de desenvolvimento. É claro que apenas o modelo de desenvolvimento não sustentaria por muito tempo um projeto tão importante e útil nos dias atuais.
O fato é que muitas empresas adotaram o Linux Kernel em todo seu ambiente, e também em seus produtos comerciais que por muitas vezes é o coração em matéria de receita da empresa. Com isso, as empresas, especialmente as gigantes, estão investindo pesado tanto através de recursos financeiros, quanto em novos códigos, para que tudo funcione adequadamente mantendo a qualidade já conhecida.
Então, analisando as respostas e os conselhos que o Linus passou, é importante analisar que o grande segredo é trabalhar em conjunto, ou seja, em comunidade. Onde as pessoas possuem um objetivo de melhoria de código, implementação de recurso e vários outros tipos de aprimoramentos.
Afinal de contas, ninguém viu propagandas do Linux Kernel em vídeo, áudio ou imagens, informando que o Linux Kernel é o melhor. É um trabalho silencioso e detalhista, que chamou a atenção do mundo e vem ganhando espaço em servidores, IoT, desktop, carros, dispositivos móveis e muitos outros.
Então, buscar o engajamento de pessoas é essencial, e é atualmente a base do Linux Kernel, pois é assim que o Linus resolveu trabalhar. Todos que produzem código para o kernel, acabam puxando a responsabilidade para si, e não jogando tudo nos ombros do Linus. E desta maneira, todos atuam e desenvolvem como se fossem o dono do negócio.
Se você tem algum projeto em mente, e quer executar, talvez a maneira como o Linus embarcou neste grande mar da tecnologia, pode ser útil. Recomendamos que você leia a matéria na íntegra da entrevista com o Linus, e analise melhor se os fundamentos podem acrescentar algo positivo aos seus ideais.