Eric S. Raymond, um dos fundadores da Open Source Initiative, que estava na vanguarda do movimento de software de código aberto, disse que lhe foi negado o acesso às listas de discussão da organização porque tentou resistir à Revisão dos critérios 5 e 6.
Esses critérios estão relacionados à proibição de discriminação, também criticaram tentativas de limitar o comportamento antiético e impor ideias de justiça social. Há vários meses, a Open Source Initiative vem discutindo tentativas de habilitar a CAL (Licença de Autonomia Criptográfica) entre as licenças abertas aprovadas.
Por que Eric S. Raymond, um dos fundadores da Open Source Initiative, teve acesso negado às listas de discussão?
Em janeiro, Bruce Perens, que, juntamente com Eric Raymond, desenvolveu a definição de código aberto e criou a Open Source Initiative, deixou a organização devido a divergências da CAL sobre OSI.
A CAL (Licença de Autonomia Criptográfica) pertence à categoria de licença copyleft e foi desenvolvida a pedido do projeto Holochain especificamente para proteção adicional dos dados do usuário em aplicativos P2P distribuídos.
A Holochain está desenvolvendo uma plataforma baseada em hashchain para criar aplicativos distribuídos verificados criptograficamente. Assim, com uma nova licença, está tentando garantir que qualquer aplicativo baseado em Holochain seja confiável e autônomo.
Além do requisito de distribuir todos os trabalhos derivados nas mesmas condições, a licença concede o direito à execução pública. Então, ao mesmo tempo, mantém a confidencialidade e autonomia das chaves criptográficas privadas de cada usuário individual.
Conceitualmente, CAL não é como outras licenças, pois abrange não apenas o código, mas também os dados processados.
De acordo com a CAL, se a confidencialidade da chave do usuário for violada (por exemplo, as chaves estiverem armazenadas em um servidor centralizado), o direito de propriedade dos dados também será violado e o controle sobre suas próprias cópias da aplicação.
Segundo Raymond, a Open Source Initiative atingiu um nível de burocracia que bate com a terceira lei política proposta pelo escritor Robert Conquest:
O comportamento de qualquer organização burocrática é melhor entendido assumindo que é controlado por uma conspiração secreta de seus inimigos. Raymond foi retirado das listas de discussão porque era muito insistente em se opor a uma interpretação diferente dos princípios fundamentais que proíbem a licença de infringir os direitos de certos grupos e a discriminação no campo de aplicação.
Segundo Raymond, há uma tentativa de revisar os fundamentos culturais do software de código aberto.
O efeito de tais ações é uma diminuição no prestígio e autonomia das pessoas que trabalham e escrevem código, em favor dos autoproclamados guardiões de boas maneiras (tom policial, enfoque na maneira como os argumentos são apresentados, em vez dos próprios argumentos).
Restrições éticas
Em relação às restrições éticas de licenciamento e uma opinião diferente sobre os itens 5 e 6 para determinar uma licença aberta, mais e mais projetos recentemente demonstraram insatisfação com o fato de os provedores de nuvem criarem produtos comerciais derivados e revenderem na forma de serviços em nuvem. Porém, não participam da vida da comunidade e não ajudam no desenvolvimento.
A conseqüência é a introdução de licenças que impõem uma restrição ao uso. Licenças semelhantes foram adotadas nos últimos anos em projetos como ElasticSearch, Redis, MongoDB, Timescale e CockroachDB.
Um precedente pode ser uma CAL, que está perto de ser considerada uma organização OSI aberta. Nesta licença, a introdução de novas restrições deve-se ao desejo de impedir as empresas de controlar os dados do usuário e exigir que os desenvolvedores de aplicativos armazenem chaves de criptografia apenas nos sistemas do usuário final.
Os requisitos estabelecidos podem ser considerados discriminação contra desenvolvedores de aplicativos que armazenam chaves em um servidor centralizado.
Desde Linux