A Nintendo encerrou oficialmente o desenvolvimento do emulador Ryujinx, usado para rodar jogos do Switch. O principal desenvolvedor do projeto excluiu o repositório em 1º de outubro de 2024, após um acordo feito com a Nintendo, cujos termos ainda são mantidos em sigilo. Não se sabe se o encerramento do projeto foi motivado por ameaças legais, compensação financeira ou outras razões.
O Ryujinx, em desenvolvimento desde 2017, era um dos emuladores de maior destaque para o Switch, sendo escrito totalmente em C#. O projeto se destacava por sua alta precisão de emulação, performance robusta e uma interface amigável. Ele suportava emulação de CPU ARMv8, GPU Maxwell, controles, áudio, e oferecia uma interface gráfica para gerenciamento de conteúdo. O código era distribuído sob a licença MIT, e o emulador havia sido testado em 4.300 jogos, dos quais 3.550 funcionavam perfeitamente, enquanto 550 apresentavam falhas no gameplay e 200 não conseguiam ser carregados.
Esse fechamento segue uma série de ações da Nintendo contra outros projetos de emulação, como Yuzu, Suyu, Skyline Switch e Dolphin, que também foram encerrados ou removidos de plataformas populares. A Nintendo também bloqueou mais de 8.500 repositórios de forks do Yuzu. A principal razão por trás dessas ações está no temor da empresa quanto ao uso de emuladores para burlar proteções técnicas e facilitar a distribuição ilegal de jogos. Embora a responsabilidade de extrair chaves de criptografia dos jogos recaia sobre os usuários, a Nintendo considera que a simples possibilidade de desencriptação via emuladores infringe suas proteções.
Os dispositivos da Nintendo utilizam sistemas de criptografia avançados para impedir o uso de cópias piratas e proteger os arquivos dos jogos. A empresa controla os direitos autorais sobre seus títulos e impõe o uso exclusivo de seus consoles para rodá-los, proibindo o uso em dispositivos não autorizados.
Além do Ryujinx, a Nintendo também iniciou ações legais contra criadores de conteúdo no YouTube que mostram emuladores em funcionamento. Um exemplo recente foi a remoção de um vídeo do canal RetroGameCorps, que demonstrava o uso de um emulador do Wii U, cujo suporte foi descontinuado em 2019. Embora o autor do canal considere que o vídeo se enquadra no uso educacional e em práticas de fair use, ele pondera se vale a pena enfrentar uma gigante como a Nintendo em uma batalha legal.