A Samsung Electronics, gigante sul-coreana, enfrenta um cenário desafiador no mercado de smartphones. Apesar de sua subsidiária Samsung Display ser líder mundial na produção de painéis OLED, a demanda global por esses displays ultrapassa sua capacidade de fornecimento. Em 2024, a Samsung Electronics precisará de aproximadamente 163,2 milhões de unidades de painéis OLED para sua linha de smartphones, mas a Samsung Display poderá fornecer apenas 159 milhões, ou seja, 97% do total necessário. A falta de fornecimento não é uma novidade para a empresa, que já se viu em situações semelhantes anteriormente.
Samsung amplia fornecimento de OLED com Tianma para linha Galaxy
Diante dessa lacuna, a Samsung Electronics será forçada a buscar fornecedores externos para completar sua necessidade de painéis OLED. A The Elec, publicação especializada sul-coreana, revelou que a empresa firmou um acordo com a Tianma, fabricante chinesa de displays, para suprir a falta de 4,2 milhões de unidades. Dessa quantidade, 1 milhão de painéis será adquirido da Tianma, uma parceria estratégica para os modelos de entrada da Samsung, como as séries Galaxy M e Galaxy F.
Esses dispositivos acessíveis são voltados para mercados emergentes, onde a demanda por smartphones de custo-benefício é significativa. No entanto, essa escolha também significa que os painéis fornecidos pela Tianma podem não alcançar o mesmo nível de qualidade e desempenho dos displays fabricados pela Samsung Display. Isso pode afetar, principalmente, a performance das telas nos modelos Galaxy M e F, que não são voltados para consumidores exigentes, mas ainda assim precisam manter um padrão visual adequado para se destacarem no mercado.
Impacto no mercado e na estratégia da Samsung
A diversificação dos fornecedores de painéis OLED é uma estratégia importante para a Samsung garantir a continuidade da produção em larga escala de smartphones. A negociação com a Tianma também destaca o crescente envolvimento de fabricantes chinesas na cadeia de suprimentos global de tecnologia. Embora a Samsung tenha sido forçada a recorrer a fornecedores como Tianma devido à limitação de capacidade de sua própria unidade, essa parceria pode ser benéfica em termos de custo e flexibilidade.
No entanto, a empresa precisará lidar com o impacto da decisão, já que a qualidade dos painéis da Tianma pode ser inferior aos dos seus próprios displays, o que pode afetar a percepção de marca para os consumidores dos modelos de entrada. Por outro lado, a parceria com a Tianma também pode ser uma forma de a Samsung mitigar os efeitos das disputas de patentes e outras questões legais envolvendo empresas concorrentes como a BOE, que, segundo o relatório, não será uma opção viável neste ano devido a essas pendências.
O que esperar do futuro?
Com o cenário global de escassez de componentes e a concorrência acirrada no mercado de smartphones, a Samsung está adotando uma abordagem proativa ao ampliar seu portfólio de fornecedores. Essa flexibilização nos contratos com diferentes fabricantes de painéis OLED permite à empresa se ajustar mais rapidamente às mudanças na demanda e evitar falhas no fornecimento, especialmente durante períodos de alta demanda. Ao mesmo tempo, a Samsung deve estar atenta aos potenciais riscos de qualidade e desempenho que podem surgir ao depender de novos fornecedores.
Em 2024, a estratégia de diversificação de fornecedores será um fator crucial para garantir que a Samsung consiga atender à demanda global por smartphones, ao mesmo tempo em que mantém a competitividade no mercado de dispositivos móveis, especialmente no setor de modelos acessíveis.
Conclusão
Ao escolher a Tianma como fornecedor para seus modelos Galaxy M e F, a Samsung não apenas ajusta sua cadeia de suprimentos, mas também enfrenta os desafios de um mercado altamente competitivo e complexo. Esse movimento reflete a necessidade de balancear custo, qualidade e inovação, enquanto a empresa se prepara para as exigências de 2024 e além.