Seu uBlock Origin parou de funcionar no Chrome 142? Você não está sozinho. Milhares de usuários foram surpreendidos ao ver que o bloqueador simplesmente desapareceu ou foi desativado, sem opção de reverter nas configurações do navegador. A partir desta versão, o Google removeu todas as antigas soluções de contorno que permitiam manter extensões baseadas no Manifest V2.
Esta decisão marca um ponto de virada na internet moderna. As antigas opções em chrome://flags, usadas para manter o uBlock Origin funcionando, foram eliminadas. Neste artigo, você vai aprender a nova maneira de reativar temporariamente o bloqueador usando uma flag de linha de comando, tanto no Windows quanto no Linux. Também vai entender por que isso está acontecendo e quais são as alternativas reais a médio e longo prazo.
Mais do que um simples bug, esta mudança faz parte da transição definitiva para o Manifest V3, uma plataforma que limita a ação de bloqueadores de anúncios e afeta diretamente a privacidade e o controle do usuário.
O que mudou no Chrome 142: o fim das flags
O Chrome 142 desativou o uBlock Origin e todas as extensões que ainda dependiam do Manifest V2. Até a versão anterior, era possível manter essas extensões ativas ao habilitar flags como “Extension Manifest V2 availability” em chrome://flags. Agora, essas opções foram totalmente removidas.
O Google já havia avisado que essa seria a última etapa antes de bloquear o Manifest V2, mas muitos usuários não esperavam um bloqueio tão imediato e irreversível. Resultado: o Chrome simplesmente desativa à força qualquer extensão que não siga o Manifest V3, mesmo que já estivesse instalada.
Como reativar o uBlock Origin no Chrome 142 (a nova solução)
Antes de tudo, é importante destacar: esta é uma solução paliativa e não oficial. Ela pode parar de funcionar a qualquer momento, pois depende de um parâmetro interno que o Google ainda não bloqueou. Use por sua conta e risco.
A ideia é iniciar o Chrome com um comando especial que reativa temporariamente o suporte ao Manifest V2.
Tutorial passo a passo no Windows
- Feche completamente o Google Chrome.
- Clique com o botão direito no atalho do Chrome (Área de Trabalho, Barra de Tarefas ou Menu Iniciar) e selecione Propriedades.
- No campo Destino, ao final do texto que termina com
"chrome.exe", adicione um espaço e insira: –disable-features=ExtensionManifestV2Unsupported,ExtensionManifestV2Disabled O resultado deve ficar assim:"C:\Program Files\Google\Chrome\Application\chrome.exe" --disable-features=ExtensionManifestV2Unsupported,ExtensionManifestV2Disabled - Clique em Aplicar e OK. Se o Windows pedir permissão de administrador, confirme.
- Feche o Chrome completamente (inclusive processos em segundo plano).
- Abra o navegador usando esse atalho modificado.
- Acesse chrome://extensions, ative o Modo desenvolvedor e reative o uBlock Origin.
Tutorial passo a passo no Linux (Ubuntu, Fedora e outros)
No Linux, o processo é semelhante, mas é feito editando o arquivo .desktop do Chrome.
- Feche o navegador.
- Localize o arquivo:
/usr/share/applications/google-chrome.desktop
Para evitar que a alteração seja sobrescrita, copie para:
~/.local/share/applications/ Exemplo:cp /usr/share/applications/google-chrome.desktop ~/.local/share/applications/ - Abra o arquivo copiado com um editor de texto.
- Procure as linhas que começam com Exec=. Exemplo original:
Exec=/usr/bin/google-chrome-stable %U - Altere para:
Exec=/usr/bin/google-chrome-stable --disable-features=ExtensionManifestV2Unsupported,ExtensionManifestV2Disabled %U - Repita em todas as linhas Exec= que aparecerem no arquivo.
- Salve a modificação.
- Reinicie o Chrome usando esse novo atalho.
- Vá em chrome://extensions, ative o Modo desenvolvedor e reative o uBlock Origin.
Por que isso está acontecendo? A saga do Manifest V3
O Manifest V3 é a nova política de extensões do Chrome. O Google afirma que ele traz mais segurança, privacidade e desempenho. No entanto, para especialistas e desenvolvedores, o Manifest V3 restringe drasticamente a capacidade dos bloqueadores de anúncios.
O problema principal está no uso do declarativeNetRequest, que limita a quantidade de regras de bloqueio que uma extensão pode usar. Enquanto o uBlock Origin clássico dependia do Manifest V2 e podia detectar e bloquear dinamicamente conteúdos maliciosos e anúncios, o novo modelo reduz sua eficiência.
Por isso, o Google está forçando a transição e eliminando qualquer forma de manter o Manifest V2 ativo.
É hora de procurar alternativas? O que fazer a longo prazo
Embora a flag de linha de comando funcione agora, ela não é uma solução permanente. O Google pode removê-la a qualquer momento no Chrome 143 ou superior. Por isso, é essencial conhecer as alternativas.
uBlock Origin Lite: funciona, mas com limitações
O uBlock Origin Lite é a versão oficial compatível com o Manifest V3. Ele continua disponível na Chrome Web Store e não será desativado.
No entanto, ele não oferece o mesmo nível de controle, filtros dinâmicos ou bloqueios avançados. É uma opção segura para quem não quer trocar de navegador, mas aceite que ele é menos poderoso.
Mudar de navegador: a alternativa mais segura
Se você quer manter o uBlock Origin completo, o caminho mais direto é migrar para o Firefox. A Mozilla declarou que continuará permitindo extensões com funcionalidades completas e não imporá as mesmas restrições do Chrome.
Outros navegadores baseados em Chromium, como Vivaldi ou Brave, podem tentar manter algum suporte, mas ainda dependem do núcleo do Chromium e podem ser afetados no futuro. O Firefox é hoje a escolha mais estável para quem prioriza privacidade e liberdade.
Conclusão: o cerco está se fechando
O uBlock Origin parou Chrome 142, e isso não foi um acidente. O Google está encerrando definitivamente o suporte ao Manifest V2, forçando a adoção do Manifest V3. A nova solução de reativação via linha de comando funciona, mas é frágil e temporária.
Agora, a decisão está nas mãos do usuário: usar esse método paliativo e esperar pelo fim definitivo ou aproveitar o momento para mudar para navegadores como o Firefox.
E você, o que vai fazer? Vai manter a solução temporária ou migrar para uma alternativa mais livre? Deixe sua opinião nos comentários.
