A Canonical anunciou que, a partir de maio de 2025, o Ubuntu passará a oferecer snapshots mensais de sua versão em desenvolvimento. A iniciativa tem como foco melhorar a detecção de falhas, acelerar o processo de testes e automatizar etapas da liberação de novas versões — sem alterar a cadência tradicional de lançamentos semestrais e suporte LTS a cada dois anos.
Mais agilidade e automação no ciclo de desenvolvimento
Com o atual modelo de desenvolvimento, muitos problemas só são descobertos nas fases finais, o que sobrecarrega as equipes nos dias que antecedem os lançamentos. A proposta dos snapshots mensais é mudar esse cenário, oferecendo marcos regulares para validação do sistema.
“A ideia é tornar o processo de lançamento mais transparente, previsível, observável e fácil de entender — mesmo quando algo dá errado”, destacou Jon Seager, da Canonical.
Para iniciantes: o que é um snapshot mensal?
Um snapshot é uma imagem ISO gerada a partir da versão de desenvolvimento do Ubuntu. Ele não substitui um lançamento oficial, mas permite testar de forma prática o estágio atual do sistema. Esses snapshots não devem ser usados em produção, mas ajudam na identificação precoce de bugs e falhas.
Cronograma dos snapshots do Ubuntu 25.10 (Questing Quokka)

A Canonical já definiu as datas dos primeiros snapshots para o ciclo de desenvolvimento da versão do Ubuntu 25.10, codinome Questing Quokka:
- 29 de maio de 2025 — Snapshot 1
- 10 de junho de 2025 — Snapshot 2
- 15 de julho de 2025 — Snapshot 3
- 19 de agosto de 2025 — Snapshot 4
- 18 de setembro de 2025 — Versão beta
- 9 de outubro de 2025 — Lançamento final
Modernização com temporal e automação total
Para atingir esse nível de agilidade, a Canonical vai automatizar o processo de lançamento com a ajuda do Temporal, uma plataforma de execução durável. A ideia é converter cada etapa do processo manual em tarefas escritas na linguagem Go, organizadas em workflows que lidam com falhas, atrasos e repetição de forma robusta.
Benefícios esperados da automação
Mais controle e qualidade no desenvolvimento
- Redução de etapas manuais e erros humanos
- Testes contínuos e sistemáticos
- Detecção precoce de regressões
- Transparência e previsibilidade no ciclo de lançamento
- Facilidade de contribuição por novos desenvolvedores
Mais testes, menos regressões
A Canonical também pretende melhorar a cobertura de testes com os snapshots. Isso inclui testes de instalação, criptografia de disco, aplicações gráficas e outros pontos críticos que, atualmente, são revisados apenas nas semanas que antecedem o lançamento final.
Para iniciantes: por que testes são importantes?
Testes automatizados garantem que o sistema continue funcionando corretamente mesmo após mudanças. Eles ajudam a encontrar falhas antes que impactem usuários e reduzem a sobrecarga nas fases finais do ciclo de desenvolvimento.
O futuro das releases do Ubuntu: previsível e confiável
A Canonical continuará mantendo o modelo de lançamento a cada seis meses e versões LTS a cada dois anos. No entanto, com a automação crescente e a prática dos snapshots mensais, o processo se tornará mais maduro, documentado e escalável. A meta é que o sistema de releases se torne “entediante”, no bom sentido: confiável, bem testado e sem surpresas.
Conclusão: evolução sem abrir mão da estabilidade
A introdução dos snapshots mensais representa um passo importante rumo à modernização do processo de desenvolvimento do Ubuntu. Com testes mais frequentes, automação robusta e mais participação da comunidade, o sistema se torna ainda mais estável, confiável e preparado para o futuro.