Enquanto a família Ubuntu celebrava a chegada do Ubuntu 25.10 “Questing Quokka”, uma cadeira permaneceu vazia. O Ubuntu Unity, o flavour oficial que mantém vivo o desktop clássico da Canonical, falhou em lançar sua versão 25.10. O motivo, segundo relatos, é o pior pesadelo de um projeto de código aberto: bugs críticos que os mantenedores atuais não sabem como corrigir — problemas atrelados aos processos de build do próprio Ubuntu.
Sem desenvolvedores, sem lançamento
A raiz do impasse é prosaica e brutal ao mesmo tempo: falta gente qualificada para consertar. O time atual reconhece que há falhas complexas (não “um bug trivial”), acumuladas desde a série 24.10, que exigem domínio profundo do empacotamento e das pipelines de compilação do Ubuntu. Sem quem conheça esse terreno — repleto de automações, metapacotes e integrações delicadas — o release do Ubuntu Unity 25.10 ficou impraticável. Em bom português: o projeto está definhando e precisa de desenvolvedores com experiência em build/empacotamento no ecossistema Debian/Ubuntu para voltar a andar.
Impacto imediato para usuários
Para quem usa Ubuntu Unity 25.04, as consequências do não-lançamento são imediatas e frustrantes. Não há um caminho de upgrade confiável para o 25.10 — e instalar o ambiente Unity por cima de outro Ubuntu 25.10 também não funciona, porque os pacotes estão quebrados. Em outras palavras, o usuário fica preso no 25.04 (ou precisa migrar para outro flavour), sem trilha oficial e segura para acompanhar a família 25.10. É o tipo de limbo que nenhum flavour quer oferecer à própria base.
O fim do 26.04 LTS?
Aqui está a parte que mais dói: se o 25.10 não saiu e não há horizonte técnico curto para curar os bugs críticos de build, o 26.04 LTS — aquele que dá estabilidade de longo prazo e costuma atrair novos usuários — torna-se “praticamente certo” de não acontecer. LTS é maratona, não sprint: requer meses de hardening, QA e backports — tudo isso depende do mesmo capital humano hoje em falta. Sem desenvolvedores, sem LTS. E, sem LTS, o status e a sobrevivência do Ubuntu Unity como flavour oficial ficam em xeque.
Um apelo direto à comunidade
O recado do projeto é claro e honesto: “Unity está quebrado e precisa ser consertado.” Precisa-se de mantenedores que entendam de debhelper, seeds, metapacotes, PPAs, Launchpad, SRUs e demais engrenagens do build do Ubuntu — gente capaz de reproduzir, isolar e corrigir as falhas que hoje barram ISO, upgrade e instalação do desktop. Se você domina esse terreno, é agora que a sua contribuição pode salvar um flavour inteiro — e a história de um desktop que marcou uma era no Ubuntu.
