Usuários aprovam anúncios em IA, diz Google

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Jardeson Márcio
Jardeson é Jornalista, Mestre em Tecnologia Agroalimentar e Licenciado em Ciências Agrária pela Universidade Federal da Paraíba. Entusiasta no mundo tecnológico, gosta de arquitetura e design...

Gigante das buscas aposta em anúncios integrados à inteligência artificial e afirma que usuários veem valor nas recomendações

O Google iniciou a integração de anúncios pagos diretamente em seus recursos baseados em inteligência artificial, incluindo o modo IA e os resumos interativos do AI Overview. A novidade foi revelada durante o Google Marketing Live 2025, evento anual em que a empresa apresenta suas estratégias voltadas ao marketing digital.

Inicialmente disponível apenas para usuários dos Estados Unidos, a implementação visa transformar a experiência de busca ao conectar consumidores com soluções comerciais de forma mais direta e contextual. Segundo o Google, essa nova abordagem cria oportunidades não apenas para anunciantes, mas também para usuários que buscam agilidade e relevância nas respostas.

Os primeiros testes mostram que os anúncios aparecem após as respostas geradas pela IA, logo acima dos tradicionais links azuis. Embora nem todos os usuários tenham notado a mudança, capturas de tela e relatos compartilhados nas redes sociais já confirmam essa exibição experimental.

Anúncios em inteligência artificial aumentam engajamento nas buscas

Logo Google

Em um documento de suporte descoberto pelo portal Search Engine Roundtable, o Google descreve esses novos anúncios como uma alternativa mais eficaz de navegação, reforçando seu papel em ajudar usuários a tomar decisões rápidas. Um trecho específico chamou a atenção do consultor de SEO Gagan Ghotra, no qual a empresa afirma que “dados internos do Google mostram que as pessoas têm achado os anúncios do AI Overviews úteis porque podem se conectar rapidamente com empresas, produtos e serviços relevantes para dar o próximo passo no momento exato em que precisam”.

A ausência de informações detalhadas sobre esses “dados internos” levanta questionamentos quanto à sua validade, mas a declaração reflete o posicionamento do Google de que anúncios não precisam ser necessariamente invasivos — desde que agreguem valor à experiência do usuário.

Contudo, críticos do modelo alertam para a importância de manter o equilíbrio entre conteúdo útil e publicidade. Anúncios exibidos em excesso ou em locais de destaque antes do conteúdo orgânico podem gerar desconfiança, prejudicando a credibilidade da plataforma. O desafio, portanto, será oferecer publicidade contextualizada, que não interrompa o fluxo natural de navegação e preserve a objetividade nas buscas.

Outro fator importante é a escalabilidade. Com a IA se tornando uma peça central no ecossistema do Google, o modelo de negócios baseado em publicidade precisa se adaptar às novas interfaces de busca, que priorizam respostas instantâneas e menos cliques. Essa transformação exigirá também uma mudança no formato criativo dos anúncios, que devem ser mais informativos, visuais e integrados às necessidades do momento.

Vale destacar que o Google tem uma dependência significativa da publicidade: no último trimestre, a empresa reportou uma receita de US$ 72,5 bilhões (cerca de R$ 411 bi) proveniente de anúncios. A tendência é que esse número continue crescendo à medida que os formatos se expandem para além dos tradicionais links patrocinados.

Para anunciantes, esse novo cenário representa uma oportunidade de adaptação. Com consumidores cada vez mais exigentes e atentos à personalização, investir em campanhas que dialoguem com o conteúdo gerado por IA pode ser o diferencial para aumentar conversões e melhorar a experiência do usuário.

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