Vendas de smartphones 3T 2025: Apple e Samsung dominam

Análise dos dados de vendas do 3º trimestre de 2025: Apple premium, Samsung acessível.

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

As vendas de smartphones 3T 2025 confirmam um cenário que vem se consolidando ao longo da última década: Samsung e Apple continuam sendo as duas grandes forças do mercado global de celulares. Os dados mais recentes da Counterpoint Research mostram um empate estratégico, no qual cada empresa domina um extremo diferente do mercado, a Apple no segmento premium e a Samsung no volume acessível.

No primeiro olhar, o ranking de aparelhos mais vendidos parece apenas reforçar a popularidade de modelos conhecidos. Em uma análise mais profunda, porém, ele revela mudanças importantes no comportamento do consumidor e no equilíbrio econômico do ecossistema mobile global.

Este artigo analisa o significado dos dados do relatório de vendas de smartphones do terceiro trimestre de 2025, destacando o impacto da estratégia premium da Apple e o papel crucial da linha Galaxy A para a Samsung e para todo o ecossistema Android, além de discutir o que esse cenário diz sobre a saúde financeira dos consumidores e o futuro do mercado.

A dominância do iPhone 16 no segmento de luxo nas vendas de smartphones 3T 2025

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Imagem: 9to5Google

Os dados da Counterpoint Research indicam que a Apple garantiu as quatro primeiras posições no ranking global de aparelhos mais vendidos durante o período analisado. O grande protagonista foi o iPhone 16, acompanhado por outras variantes recentes da linha, consolidando a força da marca no segmento de dispositivos acima de US$ 600.

No Brasil, o preço de mercado para o iPhone 16, mesmo considerando promoções ou vendas em varejo autorizado, é elevado: há versões anunciadas por cerca de R$ 5.394,00 (para o modelo 256 GB).

Essa liderança não é apenas numérica, ela reflete a capacidade da Apple de manter uma base de consumidores disposta a pagar mais por um pacote integrado de hardware, software e serviços. Mesmo em um contexto econômico global mais cauteloso, a empresa segue transformando seus lançamentos em eventos de consumo aspiracional.

Outro ponto relevante é que o sucesso do iPhone 16 não está atrelado a grandes revoluções técnicas isoladas, mas a uma soma de fatores, como eficiência energética, longevidade de atualizações e forte integração com o ecossistema iOS. Isso reforça a estratégia da Apple de vender experiência e confiabilidade, e não apenas especificações.

O papel dos lançamentos da série iPhone 17 no fim do trimestre

Embora o foco principal do trimestre tenha sido o iPhone 16, o anúncio inicial da série iPhone 17 teve um impacto indireto importante. Nos mercados maduros, muitos consumidores anteciparam compras ou mantiveram-se dentro do ecossistema Apple, impulsionados pela percepção de continuidade e valorização da marca.

Além disso, os lançamentos funcionam como uma engrenagem de renovação da base instalada. Modelos mais antigos descem de preço, mantendo volumes relevantes em mercados emergentes, enquanto os novos aparelhos puxam margens maiores. Essa dinâmica ajuda a explicar por que a Apple consegue dominar o topo do ranking mesmo vendendo menos unidades totais do que a Samsung em alguns trimestres.

O triunfo da série Galaxy A: o motor de volume do Android nas vendas de smartphones 3T 2025

Se a Apple reina no luxo, a Samsung domina o campo de batalha do volume. Todos os modelos da empresa presentes no top 10 global do terceiro trimestre pertencem à linha Galaxy A, com destaque para Galaxy A16 5G, Galaxy A26 5G e Galaxy A56 5G.

Para contextualizar no Brasil: o Galaxy A16 5G chegou ao mercado com preço sugerido desde R$ 1.599,00.

Quanto aos modelos mais recentes da linha, o Galaxy A26 5G teve preço de lançamento de R$ 2.299,00, o Galaxy A36 5G de R$ 2.699,00 e o Galaxy A56 5G partiu de R$ 2.999,00 (versão 128 GB), chegando a R$ 3.499,00 na versão 256 GB.

Esses aparelhos representam o coração do ecossistema Android. São eles que chegam às mãos da maioria dos consumidores, especialmente em mercados emergentes da América Latina, Ásia e África. Com preços mais acessíveis, boa autonomia e suporte prolongado de software, a linha Galaxy A garante escala, algo essencial para a sobrevivência e a evolução do Android como plataforma dominante.

A importância estratégica desses modelos vai além da Samsung. Ao manter milhões de usuários ativos, eles sustentam desenvolvedores, serviços do Google, fabricantes de chips e até projetos baseados em Linux, que está no núcleo do Android. Em termos práticos, o sucesso da série Galaxy A ajuda a financiar a inovação em toda a cadeia.

A ausência de modelos premium Android no top 10 e o recado do mercado

Um dos pontos mais chamativos do relatório é a ausência de dispositivos premium Android entre os mais vendidos. Modelos como o suposto topo de linha Galaxy S25 Ultra, apesar de altamente elogiados, não aparecem no ranking, nem outros flagships de marcas concorrentes.

Isso não significa fracasso técnico, mas sim uma mudança de prioridades do consumidor médio. A combinação de inflação persistente, juros elevados em várias regiões e maior consciência de custos faz com que aparelhos acima de US$ 1.000 (ou o equivalente em reais, bem acima da faixa dos intermediários) tenham um ciclo de renovação mais longo. Muitos usuários optam por manter seus dispositivos premium por mais tempo.

Outro fator relevante é o calendário de lançamentos. O terceiro trimestre costuma anteceder a chegada de novos dobráveis da Samsung e gerar expectativa em torno da futura série Galaxy S26. Esse intervalo reduz o ímpeto de compra de flagships, empurrando parte da demanda para modelos intermediários mais equilibrados.

Polarização do mercado e impactos para o ecossistema mobile

A leitura conjunta das vendas de smartphones 3T 2025 revela um mercado cada vez mais polarizado. De um lado, a Apple concentra margem e status no segmento premium. De outro, a Samsung sustenta o volume com dispositivos acessíveis que atendem às necessidades reais da maioria dos consumidores.

A ausência de outras marcas no top 10, como algumas fabricantes chinesas que já tiveram forte presença em anos anteriores, também sinaliza uma consolidação. Custos de produção mais altos, barreiras regulatórias e competição intensa tornam mais difícil disputar espaço globalmente sem uma estratégia muito clara.

Para o ecossistema Android e Linux, essa configuração traz desafios e oportunidades. A dependência de poucos modelos intermediários reforça a importância de políticas de atualização, segurança e otimização, pois são esses aparelhos que carregam a base de usuários por anos.

Conclusão: estratégias opostas, liderança compartilhada

O terceiro trimestre de 2025 deixa claro que não existe uma única fórmula vencedora no mercado de smartphones. A Apple prova que o foco consistente no segmento premium pode gerar liderança em receita e visibilidade global. A Samsung, por sua vez, demonstra que volume e acessibilidade continuam sendo pilares essenciais para manter relevância e influência no ecossistema Android.

Essa divisão de forças levanta uma questão central para o futuro do setor: é mais sustentável apostar em poucos dispositivos caros ou em milhões de aparelhos equilibrados e acessíveis? A resposta pode variar conforme o contexto econômico, mas os dados mostram que, hoje, ambas as estratégias coexistem e se complementam.

Agora queremos saber sua opinião. Qual dessas abordagens você considera mais sólida para o longo prazo do mercado mobile e do ecossistema Android?

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