Windows 11 25H2: Foco em IA e segurança vs. Linux

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

IA vs. Open Source: O que a nova atualização da Microsoft muda no cenário de segurança de sistemas operacionais.

O Windows 11 25H2 segurança chegou oficialmente, trazendo mudanças que vão muito além da estética ou de pequenos ajustes de desempenho. A atualização tem como principal bandeira o reforço da segurança do sistema, especialmente por meio da chamada “codificação segura assistida por IA”, e pela remoção de componentes legados que, por anos, representaram potenciais pontos de vulnerabilidade.

O objetivo deste artigo é analisar em profundidade o que a Microsoft está implementando com o 25H2, como essas mudanças refletem uma nova filosofia de plataforma mais clean, e o que significa adotar a inteligência artificial como aliada no combate a vulnerabilidades. Mas, ao mesmo tempo, vamos contrastar essa abordagem com a tradição do Linux, que mantém uma filosofia baseada em transparência, auditoria aberta e minimalismo.

Essas transformações são parte de uma tendência maior da indústria: abandonar códigos antigos, reduzir a superfície de ataque e confiar cada vez mais em automação e inteligência artificial para lidar com ameaças. O impacto vai muito além do Windows — e pode influenciar diretamente como entendemos o futuro dos sistemas operacionais no desktop e no mercado corporativo.

Windows 11 25h2
Windows 11 25H2 oferecido como uma atualização opcional

As mudanças de plataforma no Windows 11 25H2

O Windows 11 25H2 não é apenas mais um “pacote de correções”. Ele representa uma atualização de plataforma compartilhada com o 24H2, distribuída via enablement package (eKB). Isso significa que, embora visualmente a experiência se mantenha semelhante, internamente há ajustes estruturais que alinham o sistema à visão de longo prazo da Microsoft.

Essa estratégia de manter versões alinhadas sob o mesmo núcleo facilita tanto o gerenciamento corporativo quanto a implementação de novos recursos de segurança, garantindo que os dispositivos possam evoluir sem grandes rupturas de compatibilidade.

O fim dos legados: a remoção do PowerShell 2.0 e WMIC

Entre as mudanças mais significativas está a remoção definitiva do PowerShell 2.0 e do WMIC (Windows Management Instrumentation Command-line).

O PowerShell 2.0, lançado em 2006, foi um marco na administração de sistemas, mas tornou-se obsoleto com as versões mais recentes da linguagem. Sua manutenção no sistema representava um risco, já que não recebia mais atualizações de segurança e era explorado em ataques para execução de código remoto.

Já o WMIC, utilizado por décadas como interface de gerenciamento baseada em WMI, também perdeu relevância diante de ferramentas modernas como o PowerShell atual e APIs avançadas de gerenciamento. Sua remoção reduz a superfície de ataque e força administradores a adotar ferramentas mais seguras e mantidas.

Em resumo, a Microsoft está promovendo uma limpeza no legado, algo que o Linux já faz naturalmente com a eliminação rápida de projetos abandonados ou substituídos por alternativas mais seguras e mantidas pela comunidade.

Wi-fi 7 e o gerenciamento corporativo

Outro destaque é o suporte nativo ao Wi-Fi 7, recurso que reforça o apelo corporativo da plataforma. Em ambientes de alta densidade, esse padrão oferece maior largura de banda, menor latência e mais confiabilidade — essenciais para setores como saúde, educação e finanças.

Além disso, o 25H2 permite remover de forma opcional aplicativos pré-instalados da Microsoft Store, atendendo a críticas de administradores que buscavam sistemas mais limpos para uso empresarial. Essa movimentação aproxima o Windows de uma filosofia menos inflada, embora ainda distante do minimalismo praticado no ecossistema Linux.

Segurança e a polêmica da codificação assistida por IA

Talvez o ponto mais controverso do 25H2 seja a introdução da “codificação segura assistida por IA”. A Microsoft descreve esse recurso como um mecanismo de detecção automática de vulnerabilidades e suporte no processo de escrita e compilação de código.

Na prática, significa que o sistema operacional passa a usar inteligência artificial para sugerir padrões mais seguros, identificar erros comuns e alertar desenvolvedores sobre práticas potencialmente arriscadas. É uma iniciativa alinhada ao movimento de “shift-left security”, em que a segurança é integrada desde o início do ciclo de desenvolvimento.

No entanto, há críticas:

  • O termo é vago e pouco detalhado pela Microsoft.
  • Depender de uma IA proprietária levanta questionamentos sobre transparência e confiabilidade.
  • O risco de falsos positivos ou sugestões incorretas pode complicar mais do que ajudar em alguns cenários.

Enquanto isso, no universo Linux, o modelo de segurança se mantém baseado em auditoria aberta e revisão comunitária, garantindo que vulnerabilidades sejam descobertas e corrigidas sem depender de uma “caixa-preta” de IA.

O contraste Linux: transparência, segurança por padrão e software livre

Comparar a filosofia de segurança do Windows com a do Linux é inevitável.

  • Windows 11 25H2 segurança: aposta na inteligência artificial como ferramenta central para detectar e mitigar riscos, enquanto remove gradualmente códigos legados que representavam pontos fracos. O sistema busca oferecer segurança integrada e invisível ao usuário, mas de forma proprietária e opaca.
  • Linux: mantém uma abordagem de segurança por design, com código aberto auditável, mecanismos como SELinux e AppArmor, além de uma comunidade global de desenvolvedores que fiscaliza e contribui para a correção de falhas. O modelo não depende de IA, mas de transparência e revisão coletiva.

Em resumo, o Windows tenta criar um ambiente confiável pela automação e pelo machine learning, enquanto o Linux aposta na confiabilidade pela abertura e controle do usuário. São filosofias distintas, mas ambas buscam o mesmo objetivo: reduzir vulnerabilidades e garantir estabilidade em um cenário cada vez mais hostil de cibersegurança.

Conclusão e o futuro da segurança nos sistemas operacionais

O Windows 11 25H2 representa um passo importante da Microsoft rumo a um sistema mais seguro, limpo e preparado para os desafios da próxima década. A remoção de legados como PowerShell 2.0 e WMIC mostra que a empresa está disposta a cortar vínculos com o passado em nome da segurança. A introdução da segurança assistida por IA, embora ainda envolta em incertezas, indica uma aposta ousada no uso de inteligência artificial para proteger usuários e desenvolvedores.

Por outro lado, o contraste com o Linux evidencia que há diferentes caminhos possíveis. Enquanto a Microsoft investe em soluções automatizadas e proprietárias, o Linux continua a ser exemplo de segurança baseada em abertura, controle e comunidade.

No fim, a pergunta que fica é: qual modelo de segurança você considera mais promissor para o futuro do desktop — a automação assistida por IA da Microsoft ou a transparência do software livre?

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