Discador HyperOS 3: Xiaomi substituirá app do Google? Veja!

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

A Xiaomi pode abandonar o app de telefone do Google. Entenda o que o novo discador do HyperOS 3 significa para você.

A Xiaomi está desenvolvendo um novo discador nativo para o HyperOS 3, substituindo o tradicional aplicativo de chamadas do Google, de acordo com informações vazadas recentemente. Essa movimentação representa mais do que uma simples troca de app: sinaliza uma transformação estratégica na forma como a fabricante chinesa quer controlar e refinar a experiência de seus usuários dentro do ecossistema Android.

Neste artigo, vamos explicar o que muda com a chegada do discador HyperOS 3, por que essa é uma tendência crescente entre fabricantes de smartphones Android, e como isso pode afetar sua experiência diária com chamadas, gravações e privacidade.

Mais do que um detalhe técnico, essa decisão da Xiaomi toca em pontos-chave como identidade de marca, privacidade de dados e independência tecnológica, e pode inaugurar uma nova fase no relacionamento entre empresas como a Xiaomi e o ecossistema Android mantido pelo Google.

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O que sabemos sobre o novo discador do HyperOS 3

Segundo os vazamentos, o novo discador da Xiaomi no HyperOS 3 está sendo projetado com uma interface mais limpa, animações fluidas e coerência visual com o restante do sistema, que será baseado no Android 15. A ideia é entregar uma experiência mais integrada e personalizada, capaz de se destacar em meio ao mar de soluções genéricas que acompanham o Android puro.

Além disso, especula-se que o novo app de telefone será lançado oficialmente com o HyperOS 3 a partir de setembro de 2025, estreando nos aparelhos da linha Xiaomi 15 e outros modelos topo de linha. A expectativa é que a novidade chegue gradualmente a outros dispositivos da marca ao longo dos meses seguintes.

Uma tendência do mercado, não um caso isolado

A decisão da Xiaomi de substituir o discador do Google por uma solução própria não é um movimento isolado. A Samsung já adotou há anos seu discador personalizado, com funcionalidades avançadas como gravação de chamadas, filtro de spam e integração com o Samsung Cloud.

Outros fabricantes como Oppo e OnePlus também vêm apostando em apps de telefone próprios, oferecendo recursos exclusivos e mantendo o controle sobre a interface de chamadas. Essa tendência ganhou força especialmente após mudanças no Android Open Source Project (AOSP), onde o Google retirou diversos apps essenciais do código aberto, incluindo o discador, o app de mensagens e o calendário.

Essa retirada forçou as fabricantes a desenvolverem suas próprias soluções ou a dependerem dos apps proprietários do Google, o que representa desafios em termos de liberdade de customização, integração de recursos e identidade de marca.

Por que a Xiaomi quer seu próprio discador? As motivações por trás da mudança

Controle total do ecossistema

Com um discador nativo do HyperOS 3, a Xiaomi pode garantir que cada aspecto do app funcione em sincronia com seus serviços proprietários, como Mi Cloud, Mi Conta e backup de contatos na nuvem da empresa. Isso representa um salto na integração do sistema, melhorando a experiência do usuário e reforçando o ecossistema da marca.

Recursos exclusivos e personalização

O novo app também abre espaço para funções que o Google não oferece. Isso pode incluir:

  • Gravação de chamadas inteligente, com backup automático e criptografia.
  • Filtro de spam mais eficaz, com bloqueio por região, operadora ou número suspeito.
  • Identificação de chamadas contextual, que mostra dados públicos ou da agenda com base em padrões de uso.

Com isso, a Xiaomi pode entregar mais valor agregado ao usuário e criar diferenciais que aumentam a fidelização.

Privacidade e o controle dos dados

Um ponto muitas vezes esquecido é que o discador do Google envia dados para os servidores da empresa, incluindo registros de chamadas, duração, contatos e até localização (em alguns casos, para integração com outros serviços).

Ao criar seu próprio discador, a Xiaomi pode optar por manter esses dados localmente ou centralizá-los em servidores próprios, o que pode ser um atrativo para usuários preocupados com a privacidade, principalmente fora da China.

Fortalecimento da identidade da marca

Por fim, ter um discador próprio ajuda a Xiaomi a construir uma experiência de uso única, onde cada detalhe é desenhado para refletir os valores e o estilo da empresa.

Isso também evita que a marca fique à mercê de mudanças e limitações impostas pelo Google, fortalecendo sua posição como fabricante global independente e com ambições de disputar diretamente com rivais como Samsung e Apple.

O que isso significa para você, usuário?

Os prós: mais funcionalidades e integração

Para muitos usuários, a troca do discador do Google pelo da Xiaomi pode significar:

  • Mais funcionalidades nativas, como gravação de chamadas.
  • Melhor integração com contatos, mensagens e o sistema em geral.
  • Uma interface mais moderna, com visual alinhado ao restante do HyperOS 3.
  • Atualizações mais frequentes e alinhadas com o calendário da Xiaomi.

Ou seja, um pacote mais completo e com foco em quem vive dentro do ecossistema da marca.

Os contras: possível bloatware e o “jardim murado”

No entanto, há também riscos e desvantagens:

  • O novo app pode ser mais pesado ou consumir mais memória e bateria.
  • Pode limitar a liberdade de escolha do usuário, impedindo a remoção ou substituição do discador padrão.
  • Ao prender mais serviços e dados ao ecossistema da Xiaomi, o usuário pode enfrentar dificuldades ao migrar para outra marca no futuro, configurando o temido “jardim murado”.

Além disso, a qualidade da experiência dependerá da execução técnica — e só o tempo dirá se o novo discador será superior ao que já existe no mercado.

Conclusão: O próximo passo na evolução do HyperOS

A decisão da Xiaomi de desenvolver um discador nativo para o HyperOS 3 é mais um sinal claro de amadurecimento e independência da marca. Ela se junta a uma tendência crescente no mundo Android, onde as fabricantes buscam mais controle sobre a experiência do usuário, valorização de seus ecossistemas e diferenciação em um mercado cada vez mais competitivo.

A substituição do app de telefone do Google não é apenas uma mudança estética: envolve tecnologia, estratégia, privacidade e até mesmo política de dados.

E você, o que acha dessa mudança? Prefere a simplicidade do discador do Google ou está ansioso por novos recursos no HyperOS 3? Deixe sua opinião nos comentários!

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