A TSMC, fabricante de chipsets de Taiwan, confirmou que alguns de seus processadores foram parar em produtos da Huawei. Segundo informações de uma fonte que falou com a Bloomberg, um cliente de terceiros forneceu os chipsets para a empresa chinesa, que os utilizou em seus servidores de inteligência artificial.
Investigação do uso de chips da TSMC em produtos Huawei
Essa revelação surge poucos dias após a notícia de que o Bureau de Indústria e Segurança do Departamento de Comércio dos EUA iniciou uma investigação sobre possíveis violações das regras de exportação dos EUA. Esse tipo de monitoramento é uma resposta direta às preocupações sobre a transferência de tecnologia sensível para empresas que podem comprometer a segurança nacional.
A TSMC se pronunciou, afirmando ser uma “empresa que respeita a lei” e reafirmando seu compromisso em cumprir todas as normas e regulamentos, incluindo os controles de exportação. Em um cenário onde a colaboração tecnológica entre países se torna cada vez mais delicada, a conformidade com as leis de exportação é crucial para a reputação das empresas envolvidas.
Por outro lado, a Huawei declarou que não adquiriu chips da TSMC desde que foi incluída na lista negra do Departamento de Comércio dos EUA em 2020. Essa situação gera questionamentos sobre a fonte e o processo de aquisição dos chips que estão sendo utilizados em seus produtos.
O nome do cliente que forneceu os chips não foi revelado, devido à natureza sensível da questão. Não está claro se essa empresa atuou em nome da Huawei ou sua localização. O relatório confirmou informações anteriores de que os chips da TSMC alimentam os servidores de IA que a Huawei está utilizando para desenvolver seus modelos de inteligência artificial.
Atualmente, a Huawei faz uso de chips de 7nm fabricados pela SMIC, embora a capacidade dessa empresa de produzir SoCs em larga escala também tenha sido questionada por autoridades dos EUA. A fabricante chinesa conseguiu estocar alguns chipsets produzidos pela TSMC em 2019, como o Kirin 910, e modificações desse processador têm aparecido em produtos da marca nos anos seguintes.
Essa situação coloca a TSMC em uma posição delicada, uma vez que a empresa deve equilibrar sua relação com o mercado global e a necessidade de conformidade com as regulamentações de exportação dos EUA. O desdobramento dessa investigação pode impactar não apenas a TSMC, mas também a Huawei e o ecossistema tecnológico mais amplo, especialmente em um momento em que a corrida pela liderança em inteligência artificial está se intensificando.