MacBook barato: o que esperar e as alternativas no mercado?

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

O que o suposto MacBook mais acessível da Apple significa para o mercado e para as alternativas Linux.

Nos últimos meses, os rumores sobre um possível MacBook barato têm agitado o mercado de tecnologia. A Apple, tradicionalmente associada a produtos premium com preços elevados, pode estar se preparando para lançar um notebook mais acessível, mirando estudantes, usuários básicos e mercados emergentes. Mas o que um MacBook mais barato realmente representa para o consumidor — e para o ecossistema de notebooks de baixo custo?

Este artigo analisa as implicações dessa movimentação, os possíveis compromissos técnicos que a Apple pode adotar para atingir um preço mais competitivo, e como essa proposta se posiciona frente a alternativas já consolidadas como os notebooks com Linux e os Chromebooks. Também exploramos o papel crescente da arquitetura ARM nesse cenário e o que considerar antes de escolher seu próximo notebook.

Com o aumento da demanda por dispositivos acessíveis e a consolidação de plataformas como ChromeOS e distros Linux leves, o surgimento de um MacBook de entrada pode mudar significativamente o jogo — ou apenas reafirmar estratégias já conhecidas de segmentação da Apple.

Apple MacBook Air recebe processador M3 mais poderoso

O que sabemos sobre o suposto MacBook “barato” da Apple

Rumores e especificações preliminares

De acordo com vazamentos recentes, a Apple estaria desenvolvendo um novo MacBook com chip A18 Pro, mesmo processador esperado para os iPhones mais poderosos da geração 2025. O objetivo seria competir com Chromebooks e notebooks básicos com Windows ARM em mercados educacionais e de entrada.

O preço especulado gira em torno de US$ 699 a US$ 799, consideravelmente mais baixo que o atual MacBook Air com chip M2. Embora ainda seja um valor alto para padrões brasileiros, essa faixa de preço colocaria o novo MacBook em uma posição mais acessível dentro do ecossistema Apple.

Precedentes e a estratégia da Apple

A Apple tem um histórico de lançar “versões de entrada” de seus produtos — como o iPhone SE ou o iPad básico — com cortes pontuais de recursos para atingir faixas de preço mais amplas. Esses dispositivos muitas vezes servem como porta de entrada para o ecossistema da empresa, com a expectativa de que o usuário futuramente faça upgrades.

Esse novo MacBook seguiria lógica semelhante: oferecer o essencial da experiência macOS e da performance ARM, mas com algumas concessões em relação ao design e aos recursos premium dos modelos superiores.

Cortes de recursos: onde a Apple pode economizar e o impacto para o usuário

Memória RAM, Touch ID e outras possíveis reduções

Para tornar o MacBook mais acessível, é provável que a Apple reduza ou remova recursos como:

  • Menor quantidade de RAM (talvez 8 GB ou menos, não expansível)
  • Tela com brilho reduzido ou taxa de atualização padrão
  • Remoção do Touch ID
  • Webcam de menor qualidade
  • Menos portas USB-C e ausência de suporte a carregamento MagSafe

Essas escolhas podem impactar diretamente a usabilidade em tarefas multitarefa, videochamadas, segurança e conectividade — pontos críticos para estudantes e profissionais.

Avaliação do custo-benefício no ecossistema Apple

O custo-benefício de um notebook Apple econômico dependerá fortemente da experiência macOS que ele for capaz de entregar. Se a performance com o chip A18 Pro for suficiente para tarefas do dia a dia e softwares nativos, pode haver apelo. No entanto, para usuários que desejam flexibilidade, customização ou atualizações de hardware, o ecossistema fechado da Apple continua sendo uma limitação.

O cenário dos laptops acessíveis: Apple vs. o resto do mundo (Linux e Chromebooks)

Laptops Linux de baixo custo: uma alternativa robusta e flexível

Para usuários técnicos ou que buscam maior controle sobre o sistema, os notebooks com Linux continuam sendo uma opção extremamente atraente. Marcas como Dell, Lenovo e System76 oferecem modelos compatíveis, e mesmo notebooks antigos ganham nova vida com distros leves como Linux Mint, Zorin OS ou Ubuntu MATE.

Vantagens do Linux:

  • Gratuito e de código aberto
  • Alto grau de personalização
  • Baixo consumo de recursos
  • Compatibilidade crescente com ARM

O Linux também se destaca em ambientes educacionais, desenvolvimento e servidores, reforçando seu apelo entre profissionais de TI.

Chromebooks: o concorrente direto para simplicidade e preço

Os Chromebooks, que rodam o sistema ChromeOS baseado em Linux, são líderes em vendas nos EUA no setor educacional. São baratos, rápidos para tarefas básicas e extremamente simples de usar — ideais para quem vive na nuvem.

Pontos fortes dos Chromebooks:

  • Inicialização rápida
  • Baixo custo (a partir de US$ 200)
  • Integração com Google Drive e Play Store
  • Atualizações automáticas e segurança integrada

No entanto, suas limitações de armazenamento, performance para tarefas avançadas e dependência de internet plena ainda os afastam de usuários mais exigentes.

A arquitetura ARM: o futuro da computação em notebooks?

Com o uso do chip A18 Pro, o novo MacBook barato reforça a tendência de adoção da arquitetura ARM em notebooks. Essa arquitetura, que já domina o mundo dos smartphones, ganha força com promessas de maior eficiência energética e melhor relação desempenho-consumo.

Desafios e oportunidades com ARM:

  • Compatibilidade limitada com softwares legados (especialmente no Windows)
  • Adoção crescente por distribuições Linux
  • Ecossistemas sendo ajustados para ARM nativamente (ex: Flatpak, Snap)

A Apple lidera esse movimento com seus chips da linha M, mas a chegada do A18 Pro ao mercado de entrada pode impulsionar o uso do ARM em uma faixa de usuários até então distante dessa revolução.

O verdadeiro custo-benefício: o que considerar antes de comprar

Além do preço: desempenho, longevidade e ecossistema

Antes de se deixar seduzir pelo rótulo de MacBook mais acessível, é fundamental avaliar:

  • O que você realmente precisa?
  • O sistema operacional atende às suas demandas?
  • O hardware permitirá uso por quantos anos?
  • Há limitações para upgrades ou reparos?
  • Você depende de aplicativos específicos compatíveis apenas com certos sistemas?

Um notebook com Linux bem configurado pode custar menos e oferecer mais flexibilidade a longo prazo. Da mesma forma, um Chromebook pode ser ideal para quem só navega, edita documentos e assiste a vídeos.

Para quem é o MacBook “barato”? E para quem são as alternativas?

O novo MacBook econômico da Apple pode ser ideal para:

  • Usuários que já estão no ecossistema Apple
  • Estudantes que priorizam design, portabilidade e integração com iPhone/iPad
  • Consumidores que desejam o macOS a um custo mais acessível

Já as alternativas com Linux ou ChromeOS se destacam para:

  • Profissionais técnicos que desejam customização e controle
  • Usuários que priorizam o custo-benefício em hardware
  • Aqueles que não dependem do ecossistema Apple

Conclusão: um passo em direção à acessibilidade ou uma distração?

A proposta de um MacBook barato levanta uma questão importante: a Apple está realmente democratizando o acesso aos seus produtos ou apenas criando mais uma porta de entrada controlada para seu ecossistema fechado?

Embora a iniciativa pareça promissora para ampliar o alcance da marca, é essencial que o consumidor avalie o verdadeiro valor oferecido. Em um cenário cada vez mais competitivo, onde Linux e Chromebooks oferecem experiências satisfatórias por muito menos, a escolha entre status e funcionalidade torna-se ainda mais evidente.

Chamada à ação

Antes de investir em qualquer notebook — seja Apple, Linux ou ChromeOS —, pesquise, compare e reflita sobre suas reais necessidades. Testar uma distribuição Linux, por exemplo, pode ser uma forma poderosa e gratuita de experimentar liberdade computacional.

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