Apple Intelligence terá mais parceiros de IA; Siri é adiada

Tim Cook confirma que a Apple buscará mais parceiros de IA além da OpenAI e adia (de novo) a Siri com inteligência artificial para 2026.

Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Em uma recente declaração pós-resultados financeiros do quarto trimestre (Q4 2025), o CEO da Apple, Tim Cook, trouxe novidades que prometem movimentar o universo da tecnologia: a plataforma Apple Intelligence buscará novas parcerias de IA além da já conhecida colaboração com a OpenAI, e a tão aguardada Siri com inteligência artificial foi novamente adiada, agora para 2026.

Essa combinação de anúncios revela muito sobre a estratégia da Apple: enquanto a empresa mantém sua saúde financeira robusta, há sinais claros de que está tentando se reposicionar para competir na corrida da IA generativa, onde gigantes como Google e Microsoft já avançaram significativamente. Este artigo analisa o que essa movimentação significa, quem podem ser os próximos parceiros e os desafios enfrentados pela Siri.

Apesar de ter registrado US$ 102,5 bilhões em receita no último trimestre, a Apple enfrenta desafios estratégicos em IA, indicando que a gigante de Cupertino está correndo atrás da concorrência, especialmente em tecnologias que combinam modelos de linguagem avançados e assistentes inteligentes.

Tim Cook

A estratégia de “parcerias múltiplas” da Apple

A principal novidade anunciada por Tim Cook é a intenção de firmar novas parcerias em IA para a Apple Intelligence. Até agora, a colaboração mais conhecida da Apple foi com a OpenAI, iniciada em 2024, que permitiu à empresa explorar recursos de modelos de linguagem grandes (LLMs) e ferramentas de IA generativa sem precisar desenvolvê-los inteiramente internamente.

A decisão de buscar múltiplos parceiros é significativa. Historicamente, a Apple é famosa por seu ecossistema fechado e pelo desenvolvimento interno de tecnologias críticas. Abrir espaço para múltiplos fornecedores sugere que a empresa reconhece limitações próprias em modelos de IA de larga escala, optando por uma abordagem pragmática para acelerar seus recursos de inteligência artificial.

Quem podem ser os próximos parceiros?

Embora a Apple não tenha confirmado nomes, especulações do mercado apontam para possíveis alianças com empresas como Google (Gemini), Anthropic (Claude) ou outros desenvolvedores de LLMs. A ideia é diversificar fornecedores para não depender exclusivamente da OpenAI, permitindo que a Apple Intelligence escolha o melhor modelo para cada tarefa específica.

Essa abordagem também sugere que a Apple pode adotar uma estratégia de “hub de IA”, combinando modelos externos de alta performance para tarefas complexas, enquanto mantém seus modelos internos menores para operações no dispositivo, preservando privacidade e controle do ecossistema.

Apple Intelligence como um “hub” de IA

A visão da Apple parece clara: em vez de depender de um único modelo ou tecnologia, a Apple Intelligence poderá integrar múltiplas fontes de IA, oferecendo o modelo mais adequado para cada função. Isso significa que a OpenAI continuará sendo uma opção valiosa, mas a plataforma poderá recorrer a outros fornecedores ou a seus próprios modelos locais, criando um ecossistema de inteligência artificial flexível e adaptável.

Siri 2026: o eterno atraso da assistente da Apple

Outro ponto crucial revelado por Cook foi o novo adiamento da Siri com IA. Inicialmente prevista para 2024 e depois para datas subsequentes, a nova assistente inteligente agora tem lançamento esperado apenas para março de 2026.

O atraso evidencia desafios técnicos significativos. Integrar IA generativa à Siri não é trivial: é necessário manter padrões de privacidade extremamente altos, compatibilidade com o ecossistema Apple e performance adequada em dispositivos limitados em hardware, como iPhones e Apple Watches.

Além disso, a concorrência não espera. Google Assistant com Gemini, Microsoft Copilot e outras soluções já avançaram na integração de IA conversacional, deixando a Apple em uma posição de “corrida atrás do prejuízo”. O lançamento tardio da Siri pode impactar a percepção de inovação nos próximos iPhones 16 e 17, mesmo que a tecnologia final seja de ponta.

O contexto financeiro: saúde de ferro, mas com desafios

Apesar das dificuldades em IA, a Apple mantém resultados financeiros impressionantes. No Q4 2025, a empresa registrou US$ 102,5 bilhões em receita, consolidando sua capacidade de investir massivamente em novas tecnologias.

Porém, nem tudo são flores: Tim Cook mencionou desafios como restrições de fornecimento para os iPhones 16 e 17, além de custos adicionais com tarifas alfandegárias que chegaram a US$ 1,1 bilhão, afetando margens e a operação global. Esses fatores reforçam a necessidade de decisões estratégicas prudentes, como a abertura do Apple Intelligence para múltiplos parceiros.

Conclusão: a Apple está correndo atrás do prejuízo em IA?

A análise dos anúncios recentes deixa claro que, embora a Apple esteja financeiramente sólida, a corrida da IA generativa expõe lacunas estratégicas. O movimento de expandir o Apple Intelligence para novos parceiros é uma admissão pragmática de que a empresa precisa se apoiar em tecnologias externas para competir.

Quanto à Siri, o novo atraso sinaliza que, mesmo para uma empresa gigante como a Apple, desenvolver uma assistente baseada em IA avançada, mantendo privacidade e ecossistema fechado, é mais complexo do que parece.

Resta a pergunta: a Apple acertou ao buscar múltiplos parceiros de IA, mesmo que isso possa fragmentar a experiência do usuário que sempre foi seu diferencial? Ou a empresa deveria apostar em desenvolvimento interno para recuperar a liderança em assistentes inteligentes? Deixe sua opinião nos comentários.

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