CEO da Intel diz que a escassez de chips ainda é uma realidade

Jardeson Márcio
Jardeson Márcio

A pandemia do coronavírus afetou o mundo de muitas maneiras. Uma delas foi a escassez de componentes tecnológicos, por exemplo. Em 2021, vimos uma crise no fornecimento de microcondutores e, apesar de não se falar mais tanto nisso, as coisas ainda não estão tão bem. A escassez global de chips ainda não acabou, aponta o CEO da Intel, Pat Gelsinger.

O CEO falou na sexta -feira no “TechCheck” da CNBC (Via: PhoneArena) que ferramentas importantes utilizadas no processo de fabricação de chips não estão prontamente disponíveis para manter as capacidades de produção sob controle. Segundo ele, a escassez de chips pode durar até 2024.

Com as fundições incapazes de expandir a capacidade de produção de suas fábricas, Gelsinger vê a escassez de chips durar mais do que se pensava inicialmente. A Intel, que prometeu recuperar a “liderança em desempenho de processo” até o final de 2024, criou um roteiro que inclui a entrega da máquina de litografia ultravioleta extrema (EUV) de próxima geração da ASML. A máquina de US$ 150 (mais de R$ 744,00) milhões usa espelhos altamente polidos para ajudar a focar a luz ultravioleta, permitindo gravar padrões de circuitos em uma pastilha.

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Com bilhões de transistores implantados em chipsets nos dias de hoje, as máquinas de litografia precisam ser capazes de criar padrões que são frações da largura de um cabelo humano para ajudar as fundições a fabricar chips de ponta.

A Intel será a primeira fundição a usar as novas máquinas que aumentam sua abertura numérica de 0,33NA para 0,55NA. Isso significa que a máquina pode coletar mais luz para ajudá-la a criar os padrões de circuito nos wafers que são usados para construir circuitos integrados mais rápidos e com maior eficiência energética.

As duas principais fundições de contrato do mundo que pegam designs de chips criados por outras empresas e os transformam em componentes finais são a TSMC e a Samsung. O primeiro é conhecido por construir os chips projetados pela Apple, incluindo os chips A-Series e M-Series. Ao contrário da TSMC e da Samsung, as fundições da Intel geralmente produzem componentes que a própria Intel projetou.

Com duas novas fábricas sendo construídas no Arizona, a Intel está pegando o modelo de negócios aperfeiçoado pela TSMC e trazendo-o para os EUA. Mas isso não significa que a TSMC não será uma concorrente. A empresa com sede em Taiwan está construindo sua própria fábrica no Arizona que produzirá chips de 5 nm até 2024.

Espera-se que as empresas de tecnologia adotem a possibilidade de a Intel produzir chips com base em seus projetos sem medo de que um evento geopolítico force a TSMC a fechar suas fábricas em Taiwan e criar um gargalo enorme que faria a atual escassez de chips parecer uma caminhada no parque.

Via: PhoneArena

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Jardeson é Mestre em Tecnologia Agroalimentar e Licenciado em Ciências Agrária pela Universidade Federal da Paraíba. Entusiasta no mundo tecnológico, gosta de arquitetura e design gráfico. Economia, tecnologia e atualidade são focos de suas leituras diárias. Acredita que seu dia pode ser salvo por um vídeo engraçado.