Chrome no Linux se prepara para ativar a aceleração de vídeo por hardware por padrão

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Menos CPU, mais bateria: Chrome/Chromium testa decodificação via GPU no Linux!

Se você já abriu um vídeo no YouTube e ouviu as ventoinhas do notebook decolar — com a CPU disparando e a bateria derretendo —, o culpado quase sempre é o mesmo: o navegador está decodificando o vídeo “no braço”, sem usar a GPU. A boa notícia: o Google iniciou um field trial chamado AcceleratedVideoDecodeLinuxGL no Chromium/Chrome que aponta para a solução que a comunidade Linux espera há anos — aceleração de vídeo por hardware habilitada por padrão. Em termos práticos, isso significa menos carga na CPU, mais eficiência energética e uma experiência mais suave ao ver vídeos.

O que mudou agora? Em vez de depender de gambiarras e flags que cada usuário ativava por conta própria, o projeto está testando oficialmente o caminho acelerado. Se os resultados de estabilidade e desempenho forem positivos, o comportamento tende a se tornar padrão — e aí a promessa de “menos ruído, menos calor, mais autonomia” deixa de ser sonho e vira rotina. Para quem acompanha o tema Chromium Linux video acceleration, este é o sinal mais claro de que a virada está próxima.

O que é “aceleração de vídeo por hardware” — e por que isso importa

Aceleração de vídeo por hardware é quando o navegador delega à GPU (que tem unidades dedicadas a vídeo) o trabalho pesado de decodificar H.264, VP9, AV1 e cia. Isso alivia a CPU e economiza energia — exatamente o que você quer em laptops e mini-PCs. Nesta iniciativa específica, a implementação usa o caminho gráfico OpenGL (GL), que serve como “pista” para que os quadros decodificados cheguem à tela com menos cópias e gargalos.

O que é um “field trial” e o que isso significa para os usuários?

Um field trial no ecossistema do Chrome é um experimento controlado: a equipe ativa uma funcionalidade para uma parcela aleatória dos usuários, coleta telemetria do mundo real (crashes, performance, consumo) e, só então, decide se libera para todo mundo. É um A/B test de infraestrutura — e quando algo entra em field trial é porque está maduro o suficiente para ser medido em escala.

No caso do AcceleratedVideoDecodeLinuxGL, a mensagem é direta: medir, em produção, o impacto de habilitar a aceleração de vídeo por hardware no Linux usando OpenGL. Se os números confirmarem os ganhos e a estabilidade, a decodificação acelerada deixa de ser “truque de entusiasta” e passa a ser o comportamento padrão do navegador.

Como (e quando) isso chega até você

Por ser um field trial, nem todos verão a mudança imediatamente; é um rollout limitado, justamente para validar métricas. Usuários avançados podem testar manualmente via chrome://flags ou parâmetros de linha de comando, mas o caminho oficial é aguardar a conclusão do estudo — forçar flags pode trazer efeitos colaterais dependendo de drivers, codecs e ambiente.

Para o usuário comum, o que importa é a direção: o Chrome no Linux está se movendo para usar a GPU por padrão na hora de decodificar vídeo. Em termos de experiência, isso tende a reduzir picos de CPU, diminuir o barulho das ventoinhas e alongar a vida da bateria em sessões de streaming, aulas e videoconferências — sem malabarismos.

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