Linux e UNIX são dois sistemas operacionais populares que compartilham muitas características em comum, mas também têm diferenças técnicas importantes. Neste post, vamos explorar algumas dessas diferenças e explicar como elas afetam o desempenho, a segurança e a compatibilidade dos sistemas.
Uma das principais diferenças entre Linux e UNIX é a origem e o desenvolvimento dos sistemas. UNIX foi criado na década de 1960 pela AT&T como um sistema operacional multitarefa e multiusuário para computadores de grande porte. Desde então, várias versões comerciais e acadêmicas do UNIX foram lançadas, como Solaris, AIX, HP-UX, BSD e macOS. Cada versão tem suas próprias características e padrões, mas todas seguem as especificações do Single UNIX Specification (SUS), que define os requisitos mínimos para um sistema ser considerado UNIX.
Linux, por outro lado, é um sistema operacional de código aberto que surgiu na década de 1990 como um projeto pessoal do programador finlandês Linus Torvalds. Ele se inspirou no UNIX e no sistema Minix, mas criou seu próprio kernel (o núcleo do sistema operacional) do zero. Linux é distribuído sob a licença GNU General Public License (GPL), que permite que qualquer pessoa modifique, copie e distribua o código fonte do sistema. Por isso, existem centenas de distribuições Linux diferentes, como Ubuntu, Debian, Fedora, Red Hat e Mint. Cada distribuição tem seu próprio conjunto de programas, interfaces gráficas e configurações, mas todas usam o kernel Linux como base.
Para ilustrar essa diferença, podemos comparar o processo de instalação de um sistema UNIX e de um sistema Linux. Um sistema UNIX geralmente vem pré-instalado em um hardware específico ou requer uma licença para ser instalado em outro hardware. O usuário tem pouca liberdade para escolher os componentes do sistema ou personalizar sua aparência. Um sistema Linux pode ser baixado gratuitamente da internet ou comprado em um CD ou pendrive. O usuário pode escolher entre várias distribuições que oferecem diferentes opções de programas, interfaces gráficas e configurações. O usuário também pode modificar o código fonte do sistema ou criar sua própria distribuição.
Outra diferença técnica entre Linux e UNIX é a arquitetura e o suporte de hardware dos sistemas. UNIX foi projetado originalmente para rodar em computadores de grande porte, como mainframes e servidores. Por isso, ele tem uma arquitetura mais complexa e robusta, que garante maior estabilidade, escalabilidade e segurança. UNIX também suporta uma variedade de plataformas de hardware, como SPARC, PowerPC, IA-64 e x86. No entanto, UNIX é um sistema mais caro e restrito, que requer licenças e certificações para seu uso.
Linux, por sua vez, foi desenvolvido para rodar em computadores pessoais, como PCs e laptops. Por isso, ele tem uma arquitetura mais simples e flexível, que permite maior personalização, portabilidade e compatibilidade. Linux também suporta uma ampla gama de plataformas de hardware, como x86, ARM, MIPS e RISC-V. Além disso, Linux é um sistema mais barato e acessível, que pode ser obtido gratuitamente ou por um custo baixo.
Um exemplo dessa diferença é o uso de dispositivos móveis. UNIX não é muito usado em dispositivos móveis, pois requer mais recursos de hardware e software para funcionar adequadamente. Linux é amplamente usado em dispositivos móveis, pois pode ser adaptado para diferentes tipos de hardware e software com facilidade. Um dos sistemas operacionais móveis mais populares baseados em Linux é o Android, que roda em milhões de smartphones e tablets ao redor do mundo.
Uma terceira diferença técnica entre Linux e UNIX é o modelo e o gerenciamento de processos dos sistemas. Um processo é uma instância de um programa em execução no sistema operacional. UNIX usa um modelo hierárquico de processos, no qual cada processo tem um identificador único (PID) e um processo pai (PPID). Os processos podem criar novos processos filhos usando a chamada de sistema fork(), que copia o processo original. Os processos podem se comunicar entre si usando mecanismos como pipes, sinais e sockets.
Linux usa um modelo híbrido de processos, no qual cada processo tem um identificador único (PID) e um grupo de processos (PGID). Os processos podem criar novos processos filhos usando a chamada de sistema clone(), que permite compartilhar recursos entre os processos. Os processos podem se comunicar entre si usando mecanismos como pipes, sinais, sockets e memória compartilhada.
Um exemplo dessa diferença é o uso de threads. Threads são sub-processos que executam partes de um programa em paralelo. UNIX usa threads como processos leves, que têm seu próprio PID e PPID, mas compartilham alguns recursos com o processo pai. Linux usa threads como processos pesados, que têm o mesmo PID e PGID do processo pai, mas podem ter recursos independentes. Linux também suporta threads nativas do kernel, que são gerenciadas diretamente pelo sistema operacional.
Essas são algumas das principais diferenças técnicas entre Linux e UNIX. Ambos os sistemas têm vantagens e desvantagens dependendo do tipo de aplicação, do ambiente e das preferências do usuário. Por isso, é importante conhecer as características de cada sistema antes de escolher o mais adequado para suas necessidades.