Futuro da Nokia: Quem fará os próximos celulares da marca?

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Após o fim da parceria com a HMD, a icônica marca finlandesa busca um novo rumo no mercado de smartphones. Analisamos os possíveis cenários.

Por décadas, a marca Nokia foi sinônimo de resistência, confiança e inovação no universo dos celulares. Para milhões de usuários ao redor do mundo, especialmente no Brasil, o nome evoca uma época em que carregar um “tijolinho” no bolso era um símbolo de robustez e bateria infinita. No entanto, o futuro da Nokia no mercado de smartphones voltou a ser uma incógnita após a confirmação de sua separação da HMD Global, empresa que desde 2016 vinha lançando smartphones com a marca licenciada.

Agora, a Nokia se vê novamente em uma encruzilhada. Rumores indicam que a companhia busca um novo parceiro de grande escala para dar continuidade à sua presença no segmento mobile. Neste artigo, analisamos os motivos que levaram ao rompimento com a HMD, investigamos os sinais de que a empresa busca um novo guardião para seu legado e especulamos quais players do mercado poderiam assumir esse posto.

Mais do que um simples rebranding de celulares Android, a marca Nokia carrega uma herança valiosa que combina nostalgia, engenharia de qualidade e desejo de inovação. Mas quem estará à altura de assumir esse legado?

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Entendendo o divórcio: por que Nokia e HMD seguiram caminhos diferentes

A parceria entre a HMD Global e a Nokia começou com grandes expectativas. A ideia de reviver os clássicos com Android puro e foco em atualizações rápidas agradou a muitos nostálgicos e entusiastas de software limpo. Mas, com o tempo, a realidade se mostrou desafiadora.

A HMD vinha enfrentando dificuldades em mercados estratégicos, com destaque para a redução de operações nos Estados Unidos e um posicionamento de marca que não conseguiu competir com gigantes como Xiaomi e Samsung em termos de custo-benefício. Em 2024, a empresa anunciou que iria priorizar o lançamento de smartphones com sua própria marca, distanciando-se progressivamente do uso da marca Nokia.

A transição foi evidenciada por mudanças no site oficial da HMD, onde os modelos Nokia começaram a perder destaque, dando lugar aos novos modelos “HMD Original”. O foco da empresa passou a ser a construção de uma identidade independente, com uma linha de produtos que promete inovação e sustentabilidade.

Com isso, o licenciamento da marca Nokia para celulares ficou suspenso, abrindo uma nova página na já conturbada trajetória da empresa finlandesa no segmento mobile.

A busca por um novo guardião: um sussurro no Reddit acende a esperança

O que disse o gerente da comunidade

A primeira faísca de esperança para os fãs da Nokia surgiu em um lugar inesperado: o Reddit. Em uma conversa no subreddit r/Nokia, um gerente de comunidade vinculado à empresa mencionou que a marca estava em busca de um “fabricante de celulares em larga escala” para assumir a produção dos próximos modelos licenciados.

O comentário, embora informal, foi interpretado como um sinal claro de que a Nokia não pretende abandonar o mercado de smartphones — apenas aguarda o parceiro ideal para seguir adiante.

Realidade vs. especulação: o peso de um comentário

É importante lembrar que, embora o comentário tenha sido feito por alguém ligado à comunidade oficial, não representa um anúncio corporativo formal. Ainda assim, considerando o silêncio da Nokia nos últimos meses e o contexto de saída da HMD, essa informação se tornou a principal pista sobre os próximos movimentos da marca.

No mundo dos negócios, rumores bem fundamentados costumam antecipar movimentos reais. Portanto, o simples fato de a empresa ainda considerar uma retomada via licenciamento já acende a expectativa de que o futuro da Nokia não está encerrado — apenas em pausa estratégica.

Um histórico de parcerias: mais do que apenas celulares

Apesar do foco maior do público estar nos smartphones, a marca Nokia continua ativa por meio de licenciamentos em outros segmentos de tecnologia de consumo. Empresas como a Streamview lançam televisores com o nome Nokia na Europa, a RichGo comercializa fones de ouvido na Ásia com o mesmo branding, e a OFF Global é responsável por notebooks com a insígnia da marca em alguns mercados.

Essas parcerias demonstram que o modelo de licenciamento continua a ser uma estratégia relevante para a Nokia, que aposta na força do seu nome para gerar valor comercial. No entanto, esse modelo também levanta desafios: manter a consistência, a reputação e a qualidade da marca quando o controle está nas mãos de terceiros.

No caso dos celulares, a exigência do consumidor é ainda maior. Um novo parceiro terá de equilibrar nostalgia com inovação, legado com relevância atual — e isso exige mais do que apenas um contrato de uso de marca.

Quem poderia assumir o legado da Nokia?

Cenário 1: Um gigante estabelecido

Entre os principais candidatos especulados, nomes como Xiaomi, Motorola (Lenovo) e até mesmo Samsung surgem como opções. Embora a Samsung já tenha negado interesse, é inegável que empresas desse porte teriam estrutura de produção, canais de distribuição e capacidade de marketing para revitalizar a marca Nokia com impacto global.

Contudo, o risco de diluição da identidade Nokia é alto. Um gigante pode acabar tratando a marca como uma linha secundária, sem o cuidado necessário para preservar suas características únicas.

Cenário 2: Uma nova startup (outra HMD?)

Outra possibilidade seria a criação de uma nova empresa, moldada especificamente para assumir a licença da Nokia — assim como foi a HMD Global em 2016. Isso permitiria um foco exclusivo na marca, com estratégia centrada no resgate da identidade original, porém adaptada às demandas atuais.

Por outro lado, os riscos são consideráveis. Os custos operacionais, a necessidade de escala e a competição feroz no setor tornariam a empreitada um desafio de sobrevivência desde o início.

Ainda assim, se for bem estruturado e contar com apoio estratégico e financeiro, um novo projeto independente poderia ser exatamente o que a marca Nokia precisa para renascer com propósito e identidade.

Conclusão: O que o futuro reserva para a marca Nokia?

A história da Nokia no mundo dos celulares é marcada por altos e baixos, glórias e recomeços. O término da parceria com a HMD não representa o fim definitivo, mas sim um novo ponto de inflexão. O valor da marca continua vivo — tanto em memória quanto em potencial comercial.

Encontrar o parceiro certo será crucial para definir se a Nokia voltará a ser relevante no mercado mobile ou se será relegada a um passado glorioso. A escolha errada pode enterrar o legado; a certa, pode acender uma nova era.

E para você, leitor: qual empresa seria a parceira ideal para carregar a tocha da Nokia no futuro? Deixe sua opinião nos comentários.

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