GLF OS ‘Omnislash’ chega à primeira versão estável, prometendo ser a porta de entrada para gamers vindos do Windows

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Uma distro “pronta para jogar” que facilita a vida de quem vem do Windows!

O dia 10 de setembro marcou um momento especial para a comunidade de software livre: o lançamento da primeira versão estável do GLF OS, codinome Omnislash. Desenvolvido pela comunidade Gaming Linux FR, o sistema tem uma missão clara — ser a ponte ideal para quem vem do Windows e quer mergulhar no mundo do Linux sem tropeços técnicos.

Logo de saída, o projeto já se posiciona com um diferencial forte: instalação guiada, drivers gráficos pré-instalados, atualizações automáticas (incluindo upgrades de versão) e recursos de ponta como HDR e VRR ativados por padrão. Para quem joga, isso significa uma experiência “pronta para jogar”, eliminando boa parte da frustração inicial que muitas distribuições ainda causam.

Uma transição suave do Windows para o Linux gaming

Migrar de um ecossistema para outro nunca é trivial — e no universo gamer, cada detalhe conta. O GLF OS Omnislash aposta em simplificar esse processo com uma filosofia parecida com a de consoles: ligar, configurar uma vez e jogar.

O sistema já vem com aplicações de jogo integradas, latência reduzida por ajustes no kernel e até firewall pré-configurado. Para o usuário que vinha acostumado ao “next-next-finish” do Windows, o GLF OS tenta replicar esse mesmo conforto, mas agora em um ambiente open source, gratuito e comunitário.

A proposta não é apenas acolher jogadores, mas também criadores de conteúdo — daí o suporte nativo a captura de vídeo com OBS vk-capture, câmeras virtuais no OBS Studio e integração com CUDA no Blender, um combo que fala diretamente ao público que joga e transmite.

O que há de novo no ‘Omnislash’?

GLF OS - Omnislash

A versão estável não é apenas um carimbo de “finalizado”. Desde a fase beta, a equipe implementou melhorias que mostram atenção ao detalhe e ao feedback da comunidade.

Entre as novidades mais notáveis:

  • Welcome Screen: uma tela de boas-vindas para guiar novos usuários.
  • GameMode ativado por padrão, garantindo performance extra nos jogos.
  • Extensões úteis como Tiling Shell e Vitals, que trazem organização e monitoramento de recursos em tempo real.
  • O inusitado comando glf-history, que permite verificar o impacto da última atualização — uma camada de transparência rara no mundo das distribuições Linux.

No campo técnico, houve ainda a fusão de ferramentas como glf-update e glf-boot, a adição do Nix LD para compatibilidade com scripts, suporte a VRR no GNOME e a inclusão de um partition manager no KDE.

Novas ferramentas para o usuário

O foco do Omnislash foi não só entregar desempenho, mas também melhorar a experiência cotidiana. O MangoHUD, por exemplo, agora exibe temperaturas, um recurso muito útil para monitorar o hardware em tempo real sem recorrer a soluções externas.

Outro detalhe simpático — mas revelador da atenção aos usuários — é a adição de uma “slide” específica durante a instalação, exatamente na marca dos 46%. Um toque de humor que reforça a identidade comunitária do projeto.

E não para por aí: criadores de conteúdo ganham mais recursos com suporte a OBS vk-capture, câmera virtual no OBS Studio e aceleração CUDA para OBS e Blender. Quem precisa de estabilidade profissional encontra ainda o GLF Studio, que agora foi promovido à versão estável.

Melhorias de performance e compatibilidade

Em termos de otimização, o GLF OS Omnislash traz avanços importantes. O kernel recebeu ajustes no escalonador e latência, otimizando o tempo de resposta em jogos competitivos. O projeto também escolheu o Mesa stable como padrão, priorizando compatibilidade e estabilidade gráfica em vez de versões experimentais.

Outro ponto crítico para muitos usuários foi a melhoria na compatibilidade de placas de som e na latência do PipeWire, além da adição do grupo “input” para suporte a volantes específicos — algo que demonstra cuidado com nichos do público gamer.

E para quem usa Wi-Fi, as atualizações foram otimizadas, evitando os engasgos comuns em conexões instáveis. Parece detalhe, mas é justamente esse tipo de refinamento que constrói a reputação de uma distro voltada a iniciantes.

Um projeto comunitário com ambição

O que diferencia o GLF OS de tantas outras distribuições com foco em jogos não é apenas a lista de recursos, mas o espírito por trás do projeto. Ao se apresentar como um sistema comunitário francófono, ele mostra que há espaço para iniciativas regionais se transformarem em soluções globais.

A escolha do nome “Omnislash” — referência clara ao universo dos RPGs — reforça esse vínculo cultural com o público gamer. Mas, mais do que um aceno estético, é um manifesto: o GLF OS não quer ser apenas “mais uma distro”, mas a distro que abre as portas do Linux para quem joga no Windows.

Se conseguirá cumprir essa ambição? Ainda é cedo para dizer, mas a base está lançada: estabilidade, simplicidade, recursos modernos e um cuidado incomum com a experiência do usuário.

Compartilhe este artigo