Um futuro sem rastreamentos por cookies na internet. Esta é a promessa e o maior desafio que o Google se impôs. Há algum tempo, falava-se no Floc (Federated Learning Cohorts) como mecanismo para realizar essa árdua tarefa. Trata-se de uma tecnologia para proteger a privacidade do usuário coletando apenas dados agregados, ou seja, de usuários com interesses semelhantes. Esses seriam os substitutos natorais dos cookies, pequenos arquivos de texto que ficam associados a um usuário. São eles que permitem aos anunciantes coletar informações sobre nossos hábitos de navegação na web e, assim, oferecer publicidade personalizada.
Porém, nada como a concorrência para alertar que talvez o Floc não funcione como é anunciado. Brave, Mozilla Firefox e DuckDuckGo alertam que cruzar os dados de vários desses grupos de usuários (coortes) mantém a possibilidade de continuar a rastrear usuários específicos.
Por outro lado, o fim dos cookies dificulta que as grandes empresas obtenham benefícios da publicidade direcionada. Eles ficariam impedidos de analisar as preferências dos usuários que acessam os sites. A estimativa é de que a mídia de publicidade teria uma queda assustadora de 70% com o fim dos cookies. Os dados são da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido. Então, temendo que isso se torne realidade, um grupo liderado pelo gigante editorial alemão Axel Springer faz lobby na Comissão Europeia para evitar a morte dos cookies.
Google apresenta alternativa para acabar com cookies
Dentro desta perspectiva, o Google não desiste e já apresentou uma nova proposta. É uma alternativa ao FLoC, fugindo de toda a polêmica em torno dele. Assim como a alternativa anterior, esta seria uma API integrada ao framework do Privacy Sandbox do Google. Portanto, fala-se em um projeto pró-privacidade mais amplo que os de Mountain View.
Assim, o novo ‘Tópics’ representa uma mudança de abordagem em relação ao FLoC. Então, a proposta é dar a possibilidade de coleta e categorização de nossos gostos ao próprio navegador. Seria ele, o navegador, o grande responsável por perceber e armazenar nossas preferências. Sejam elas literatura, videogames ou um determinado gênero de música (entre uma lista predeterminada de 300 músicas). Portanto, tudo isso tria como base o nosso histórico de visitas na web nas últimas três semanas.
Assim, quando as plataformas de publicidade das páginas web que visitamos o solicitam, o navegador deve fornecer-lhes três ‘Tópicos’ aleatórios de entre todos aqueles que vinculámos ao nosso perfil, o que deverá permitir a exibição de publicidade personalizada.
Os usuários poderão revisar e remover tópicos específicos de suas listas pessoais e também desativar toda a API de tópicos em seu navegador. Além disso, o Google prometeu não adicionar dados “sensíveis” como raça, sexo ou religião a esses ‘Topics’.
Os tópicos substituem nossa proposta de FLoC, segundo o líder do Privacy Sandbox do Google, Ben Galbraith, que também afirma que essa reformulação do projeto após as múltiplas críticas recebidas não só não é um revés para o Google, como “mostra o [processo de desenvolvimento do Privacy Sandbox ] funcionando como deveria.
Via Genbeta