Em 2024, a Samsung Foundry, divisão responsável pela produção dos seus chips Exynos, passou por um ano turbulento. A empresa enfrentou problemas significativos em relação à fabricação de chips de 3 nm, o que impactou negativamente a produção e lançamento de seus dispositivos, incluindo a linha Galaxy S. Devido a essas dificuldades, a Samsung começou a reconsiderar sua estratégia e buscar alternativas para garantir que seus smartphones continuassem competitivos no mercado. Uma dessas alternativas foi a possibilidade de terceirizar a produção do Exynos para a TSMC, a maior fabricante de semicondutores do mundo.
Motivos por trás da recusa da TSMC
Surpreendentemente, a TSMC rejeitou a oferta da Samsung, o que gerou especulações sobre os motivos por trás dessa decisão. Embora detalhes precisos ainda não tenham sido revelados, especialistas do setor sugerem que a TSMC pode ter optado por não colaborar com uma concorrente direta como a Samsung para evitar fortalecer uma rival em um mercado altamente competitivo. Além disso, a TSMC pode ter desejado preservar suas capacidades internas de produção para outras parcerias estratégicas, priorizando suas relações com empresas como a Apple, que já dependem de sua tecnologia de ponta. O medo de uma aliança com a Samsung também pode estar relacionado à crescente competitividade entre as duas gigantes de tecnologia.
Apesar dessa rejeição, a Samsung não desiste de seus planos para o Exynos. De acordo com especialistas, a Samsung continuará a investir no aprimoramento de suas próprias fundições e tecnologias de fabricação de chips. A recusa pode ter sido um revés, mas não significa o fim da linha para o Exynos nos dispositivos da marca. Para o lançamento da linha Galaxy S25, a Samsung optou por utilizar os chips Snapdragon 8 Elite da Qualcomm, uma decisão que traz consigo implicações importantes, como um possível aumento no preço dos dispositivos.
Impacto no mercado e planos futuros
A rejeição da TSMC significa que, pelo menos por enquanto, a Samsung terá que continuar com seu processo de fabricação interno para os chips Exynos. Isso pode resultar em um atraso na introdução de novos chipsets Exynos de última geração, que seriam necessários para a linha Galaxy S25. Além disso, a decisão de utilizar o Snapdragon 8 Elite nos novos modelos pode forçar a Samsung a elevar os preços dos seus smartphones, já que a Qualcomm está planejando um aumento significativo nos preços dos seus chips no próximo ano.
No entanto, a Samsung mantém uma visão otimista para o futuro. A empresa continua a trabalhar no desenvolvimento de chips de 2 nm e até 1,4 nm, o que poderia proporcionar uma enorme vantagem competitiva se a produção for bem-sucedida. A expectativa é que, com a estabilização de suas fundições e o avanço das tecnologias de fabricação, os chips Exynos se tornem mais poderosos e otimizados, permitindo que a Samsung recupere sua posição no mercado e supere a concorrência.
Embora a TSMC tenha recusado a parceria, a Samsung está longe de desistir de seus planos de continuar desenvolvendo chips Exynos que, em potencial, possam até superar as ofertas da Qualcomm e da Apple, caso sejam suficientemente otimizados. A empresa também continua a apostar na inovação de seus dispositivos, com a expectativa de que os modelos da linha Galaxy Z, que usam os chips Exynos, possam ser um trampolim para o sucesso, apesar das vendas abaixo das expectativas em 2024.
Em suma, a rejeição da TSMC não deve ser vista como uma derrota definitiva para a Samsung, mas como um obstáculo temporário. A gigante sul-coreana segue determinada a aprimorar seus processos internos e continuar a competir no mercado global de smartphones com chips desenvolvidos por ela mesma. A batalha pelo domínio dos chipsets ainda está longe de ser resolvida, e a Samsung certamente estará de olho nas oportunidades futuras para retomar a liderança nesse campo.