Novembro, definitivamente, caiu no gosto dos brasileiros. Não por causa dos feriados, e sim devido a um dia (bem) útil: a última sexta-feira do mês. O comércio, de olhos vivos no faturamento, aproveita a data e faz promoções pré e mesmo pós Black Friday. Mas, da mesma forma que os consumidores aguardam ansiosamente pelo mar de ofertas, muita gente mal intencionada enxerga um oceano de possibilidades para cometer os mais variados crimes cibernéticos, de fraudes simples como a clonagem do WhatsApp a golpes sofisticados, como o sequestro de dados (com entrega mediante resgate). O objetivo final? Dinheiro fácil, com um mínimo de esforço para quem aplica o golpe, e ônus total para quem é vítima.
Black Friday! Aproveite mas com cuidado!
Se você está louco para aproveitar a data, e morre de medo de um ataque virtual, saiba que não está errado. Sim, todos nós somos vítimas em potencial, e nesta época os cibercriminosos usam e abusam da criatividade – o bom e velho “se colar, colou”. Eles aproveitam o costume cada vez mais difundido pelas empresas de utilizar o e-mail marketing para prender a atenção dos consumidores e surfam a onda – só que a prancha, no caso, pode ser você. Em outras palavras, aquele anúncio bem elaborado que você recebe na sua caixa pode não ser tão inocente assim, aquele desconto prometido ou as tais condições de pagamento imperdíveis podem estar repletas de segundas intenções. E quem leva o prejuízo? Você.
Isso significa que você deve deixar de consumir nesta data? Definitivamente, não. O que você precisa é ser (bem) mais criterioso ao receber um e-mail, sms ou mensagem de whatsapp, principalmente aquelas que você não solicitou. Prestar atenção de verdade, mesmo, porque, culturalmente, o brasileiro não é muito afeito a soluções de proteção no computador – e definitivamente não é familiarizado com as soluções de proteção no celular. Quanto ao whatsapp, cada vez mais nos deparamos com casos de clonagem elaborados, que podem ser precedidos por um anúncio (fake, evidentemente) em uma rede social, de alguma loja com quem você (provavelmente) já tenha algum relacionamento prévio. Vamos a um exemplo simples e corriqueiro: passando-se por vendedores, criminosos utilizam uma conta falsa (de Instagram ou de whatsapp), e pedem para que você envie um código, que você receberá via sms, em troca de um desconto. Nesse momento, seu chip acabou de ser clonado, e a sequência numérica que te daria direito a uma oferta é, na verdade, o código de verificação do seu whatsapp. E, quando você se dá conta, já era.
Assustador? Sim, e saiba que pode ser pior – bem pior – para quem é comerciante. Aqueles que utilizam a versão business do aplicativo de mensagens para se comunicar com os seus clientes estão correndo o risco não somente por si, mas também por toda a sua base de contatos. Da mesma forma que as pessoas físicas estão expostas a riscos nessa época, as pessoas jurídicas também são muito visadas, e os alvos favoritos são as pequenas e médias empresas, que geralmente não têm uma verba dedicada para investimentos em segurança virtual. As pessoas que caem nesse tipo de pegadinha, afoitas em consumir, não se dão conta dos riscos embutidos. E, quando percebem, é tarde demais. Para os vendedores, uma situação constrangedora, que pode causar danos bem difíceis de serem revertidos.
“Mas, e como eu faço para me prevenir”, você deve estar se perguntando. É bem simples. Se você recebeu uma comunicação sem pedir, que tem elementos muito favoráveis e que parece ser um bom negócio, desconfie. Se, você tem uma dívida, e a instituição para a qual você deve te faz uma proposta muito tentadora e envia um boleto, desconfie. Se lhe oferecem um desconto muito bom para ser verdade, ou o anúncio mostra uma mercadoria com preço super abaixo do mercado, desconfie. Se te pedem para instalar um aplicativo para finalizar a compra ou obter o desconto, desconfie. Desconfie sempre. E sempre busque pelos canais oficiais, como a ouvidoria, o website e o atendimento ao cliente, para se certificar. Afinal, não existe almoço grátis, nem em tempos de Black Friday.
Por Mario Izaias, Enterprise Account Manager da CrowdStrike no Brasil
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