O que é Linux?

De smartphones a carros, passando por supercomputadores e aparelhos domésticos, o Linux está em toda a parte. O Linux está entre nós desde meados dos anos 90, e desde então adquiriu uma base de usuários que se espalha por diversos setores da economia e por todos os continentes. Os que já o conhecem sabem que ele se encontra em toda a parte. Está nos nossos telefones, nos nossos carros, nas nossas geladeiras, nos nossos aparelhos Roku (Aparelhos reprodutores de todo tipo de mídia digital). Hoje vamos explicar o que é Linux, esperamos sanar as dúvidas.

É ele que sustenta a maior parte da Internet, que dá vida a supercomputadores usados em computação científica, e está por trás das transações financeiras das bolsas de valores. Mas antes do Linux se tornar na plataforma de desktops, servidores e sistemas embarcados (Computadores voltados para um fim específico), era (e ainda é) um dos sistemas operacionais mais confiáveis, seguro e livre de problemas.

Para os que não o conhecem, não se preocupem – aqui está toda a informação necessária para a introdução ao Linux. Inclusive, temos um excelente artigo onde listamos 25 motivos para usar Linux.

O que é Linux?

Assim como o Windows XP, o Windows 7, o Windows 8, Windows 10, Windows 11 e o Mac OS X, o Linux é um sistema operacional. Um sistema operacional é o software que controla todos os recursos de hardware de um desktop ou de um laptop. Para colocar de forma simplificada – o sistema operacional controla a comunicação entre programas e o hardware. Sem o sistema operacional (frequentemente referido como SO), os programas não poderiam funcionar.

Composição de sistemas baseados em Linux

  • O bootloader – O software que controla o processo de carga inicial do computador. Para a maioria dos usuários, é aquela tela inicial que aparece com algum logotipo assim que se liga o computador, e que logo depois desaparece;
  • O núcleo (kernel) – Esta é a parte que efetivamente se chama Linux. O núcleo é o coração do sistema, responsável por controlar a CPU, a memória e os dispositivos periféricos (HD’s, CD Rom’s, monitores, teclados, mouses, etc). O núcleo é a camada inferior do SO.
  • Daemons (ou Processos) – São serviços executados ao fundo, sem que o usuário se aperceba deles, responsáveis por gerenciar impressões, som, agendamento de tarefas, etc). Eles são iniciados assim que o computador é ligado ou quando o usuário entra no sistema.
  • O Shell – Algumas pessoas já ouviram falar da famosa linha de comandos do Linux. É o shell, um processo de comandos que permite a interação homem-máquina via a digitação de comandos digitados numa interface não gráfica (geralmente uma tela negra, chamada de terminal ou cmd). Era o shell que, em determinada época, mais afastava as pessoas do Linux, achando que teriam que aprender um conjunto de comandos arcaicos para poder rodar o sistema. Este não é mais o caso. Hoje, com os modernos Linux para desktop, o shell não precisa mais ser utilizado.
  • Servidor Gráfico – Esta é a parte do sistema que exibe tudo o que se vê no monitor. No Linux, é comumente chamado de servidor X, ou apenas de X.
  • Ambiente Desktop – Esta é a parte do quebra-cabeças com a qual os usuários interagem. No Linux há vários ambientes desktop à escolha: Mate, Gnome, Cinnamon, Enlightenment, KDE, XFCE, etc. Cada ambiente desktop traz embutidos alguns programas (como gerenciadores de arquivos, ferramentas de configuração, navegadores, jogos, etc).
  • Aplicações – Os ambientes desktop não oferecem uma grande gama de aplicações. Assim como no Windows e Mac, o Linux oferece milhares de softwares de alta qualidade, que podem ser instalados de acordo com a necessidade do usuário. As distribuições Linux mais modernas (já falaremos o que são distribuições) incluem Lojas de Aplicativos que centralizam e simplificam o processo de instalação. Por exemplo, o Ubuntu tem o Centro de Software Ubuntu (Figura 1), que permite procurar e instalar aplicações.

Porquê usar sistemas Linux?

Esta é uma pergunta que muitas pessoas fazem. Porquê perder tempo se adaptando a um ambiente computacional completamente diferente, quando o sistema operacional que vem na maioria dos desktops, laptops e servidores atende perfeitamente? Responderemos a esta pergunta com uma outra: esse sistema operacional realmente “atende perfeitamente”? Ou obriga a uma rotina de lutas constantes contra ameaças de vírus e malware, travamentos, falhas e gastos com manutenção e licenças?

Se o cenário acima descrito é familiar e você deseja se livrar do medo constante da perda de dados, ou da famigerada “limpeza anual”, talvez o Linux seja a plataforma perfeita. O Linux tornou-se um dos ecossistemas computacionais mais confiáveis do planeta. Combinando a confiabilidade ao custo zero, eis a plataforma ideal.

Sim, custo zero… grátis! É possível instalar o Linux em tantos computadores quanto se queira sem ter que pagar um centavo pelo software ou por licenças de servidor.

Comparemos o custo de um servidor Linux com o de um servidor Windows Server. O preço de um Windows Server para uma máquina pode chegar a $1.200,00 dólares. Esse valor não inclui as CALs (Licenças de Acesso a Clientes da Microsoft – cada computador em rede que acessar o servidor tem que pagar esta licença). Também não inclui o valor das licenças de outros softwares que seja necessário instalar (como banco de dados, servidor web, servidor de e-mail, etc). Com o Linux, tudo isso é gratuito, além de ser fácil de instalar. De fato, a instalação de um servidor web completo (que inclui um servidor de banco de dados) só precisa de uns poucos cliques do mouse.

Se você é um administrador de sistemas, trabalhar com Linux é um sonho. Fica para trás a necessidade de monitoramento diário do servidor, De fato, o Linux é o que mais se aproxima do “instale e esqueça”. E mesmo que algum serviço precise de ser reconfigurado ou reiniciado, isso pode ser feito sem ter que parar todo o servidor.

Seja um desktop ou um servidor, se o argumento do preço não é suficiente, que tal ter um sistema que rode, sem dar problemas, pelo tempo que for necessário? Não é incomum encontrar um servidor Linux que esteja rodando há anos sem ter sido desligado. Isso significa estabilidade e confiabilidade.

O Linux é distribuído sob uma licença de código aberto. O código aberto define os seguintes princípios?

  • A liberdade de executar programas para qualquer propósito.
  • A liberdade de aprender como o programa funciona e de poder modificá-lo para atender às próprias necessidades.
  • A liberdade de distribuir cópias.
  • A liberdade de distribuir cópias modificadas.

Os fundamentos acima são cruciais para entender como se forma uma comunidade para criar o Linux. É, sem dúvida, um sistema operacional “feito por todos, para todos”. Estes princípios explicam também porque muita gente usa Linux. Trata-se de liberdade e de liberdade de escolha.

O que é uma “distribuição” Linux?

O Linux tem um grande número de diferentes versões voltadas para atender qualquer tipo de usuário. Desde usuários debutantes a usuários pesados, é possível encontrar uma “receita” de Linux que atenda a qualquer necessidade. Estas versões são chamadas de distribuições (ou “distros”). Quase todas as distribuições Linux podem ser baixadas de graça, gravadas num CD ou pen drive, e instaladas (em tantas máquinas quanto se deseje).

As distribuições mais populares do Linux são:

Cada distribuição tem uma pegada diferente. Umas optam por uma interface com o usuário mais moderna (como o Ubuntu e o Deepin), enquanto outras ficam com uma mais tradicional (OpenSuse). Além disso, também temos uma lista com as 11 melhores distribuições Linux.

Quanto ao mundo dos servidores, o Linux reina. Os principais são:

Algumas das distribuições de servidores acima são gratuitas (como o Ubuntu Server e o CentOS), enquanto as outras não.

Qual é a distribuição Linux mais indicada para mim?

A melhor distribuição depende das respostas às seguintes perguntas:

  • Qual o meu conhecimento sobre computadores?
  • Prefiro uma interface desktop mais moderna ou mais tradicional?
  • Servidor ou desktop?

Se os seus conhecimentos sobre computadores são muito básicos, é mais indicada uma distribuição voltada para o usuário comum, como o Linux Mint, Ubuntu ou Deepin. Se os seus conhecimentos vão além da média, uma distribuição como o Debian ou Fedora pode ser indicada. Se, entretanto, você domina a computação e a administração de sistemas, então use uma distribuição como o Gentoo.

Se você procura uma distribuição para servidor, você também tem que decidir se precisa de uma interface desktop gráfica ou não. O Ubuntu Server não instala uma interface gráfica por padrão. Isto significa duas coisas: o seu servidor não terá recursos importantes (memória, cpu) consumidos pela parte gráfica, mas você terá que ter um conhecimento bom da linha de comandos do Linux.

Entretanto (sempre há outras possibilidades no Linux), você pode instalar a interface gráfica em cima do Ubuntu Server com apenas um comando: sudo apt-get install ubuntu-desktop. Administradores de sistemas também levarão em conta as características.

Se preferem uma distribuição que já venha com tudo instalada, então o CentOS é o mais indicado. Mas se a ideia é ter uma distribuição enxuta, e instalar posteriormente o que for necessário, então é melhor usar o Ubuntu Server ou o Debian Server. Existem vários artigos na internet que auxiliam na escolha da distribuição mais indicada para cada um.

Instalando o Linux no PC

Para a maioria, a ideia de instalar um sistema operacional parece um desafio intransponível. Acreditem ou não, o Linux oferece uma das instalações mais fáceis de todos os sistemas operacionais.

De fato, a maioria das distribuições oferece o que é chamado de distribuição Live, ou seja, o instalador da distribuição pode ser copiado para um CD ou pen drive e pode ser executada daí, sem desinstalar o sistema atualmente existente no computador.

Dessa forma, é possível experimentar a distribuição de forma rápida e sem comprometer nada que já esteja instalado no computador. Uma vez decidida a instalação, basta clicar no ícone Instalar e seguir os passos do Assistente de Instalação.

Um assistente de instalação típico passa pelos seguintes passos:

  • Preparação – Garante que o computador atende a todos os requisitos de hardware, além de definir se será instalado software de terceiros (como plugins para execução de arquivos MP3, codecs de vídeo, etc)
  • Configuração wifi (se fôr o caso) – Se a instalação acontecer num dispositivo com wifi, é recomendado se conectar para baixar os softwares de terceiros e as atualizações do sistema.
  • Alocação do HD – Este passo permite que se defina como residirá o sistema no HD: ao lado de outro sistema já instalado, usando todo o HD, atualizando um Linux já instalado, ou instalando sobre um Linux já instalado.
  • Localização – Define o país e fuso horário
  • Tipo de teclado – define de que língua é o teclado
  • Configuração de usuário – Define o usuário e a senha

E isso é tudo. Uma vez terminada a instalação, basta comandar a reinicialização do sistema e pronto.

Instalando software em sistemas Linux

Assim como a instalação do próprio Linux, a instalação de software também é muito fácil. As distribuições Linux mais modernas incluem o conceito de Loja de Aplicações. Trata-se de um local central a partir do qual se pode localizar e instalar software. O Ubuntu oferece o Ubuntu Software Center, o Deepin o Deepin Software Center, algumas distribuições usam o Synaptic, outras o Gnome Sofware Center.

Independentemente de qual seja, todas estas ferramentas oferecem a mesma coisa: um local para procurar e instalar software. Claro, estas ferramentas só se aplicam a distribuições com interface gráfica. Nas distribuições sem interface gráfica (servidores), a instalação se dá através de um comando no shell.

Vejamos dois exemplos de instalação através da linha de comandos para comprovar quão fácil é. Nas distros baseadas em Debian (por exemplo, o Ubuntu), utiliza-se a ferramenta apt. Nas distribuições da linha Fedora, utiliza-se a dnf. Ambas funcionam de forma muito parecida. Usando a apt, digamos que queremos instalar a ferramenta wget (faz download de arquivos através da linha de comandos). A instalação ficaria assim:

Terminal
sudo apt install wget

O comando sudo é acrescentado pois a instalação de softwar requer privilégios elevados. Da mesma forma, para instalar o mesmo pacote em distribuições da família Fedora, primeiro é necessário invocar privilégios elevado através do comando su, e depois executar o seguinte comando

Terminal
sudo dnf install wget

E isso é tudo o que é necessário para instalar software.

Mais recursos Linux

Se você precisar de mais informações para auxiliá-lo em tarefas no Linux, existe uma enorme quantidade de informações e guias disponíveis na internet.

Da mesma forma que o Linux é resultado de um esforço coletivo pela natureza da sua licença, os materiais de auxílio também. No Linux a cultura de compartilhamento de informações é uma prática corriqueira, e ao longo dos anos a Internet acumulou uma vasta biblioteca de informações e guias a respeito das mais diversas situações.

Não há uma pergunta ou problema que já não tenha sido registrada por alguém. Além disso, a maioria das distribuições mantém sites e fóruns de auxílio.