Quem são os novos ativistas e como estão enfrentando os maiores desafios do mundo?

Emanuel Negromonte
Por Emanuel Negromonte
Imagem reprodução agência Reuters

Mudança climática, desastres naturais, sustentabilidade e COVID-19 são algumas das questões mais preocupantes que enfrentamos na atualidade. No entanto, a forma que as vemos e agimos, tem mudado com ajuda da tecnologia. Por exemplo, usando internet podemos fazer uma pesquisa para nos informar, uma publicação nas redes sociais, assinar petições digitais e, inclusive, até usar software de código aberto para ajudar comunidades em todo o planeta. Passamos de um papel passivo para um mais ativo.

Essa mudança também gerou o surgimento de novos ativistas que trabalham de seu computador, aplicando seu conhecimento para alcançar mudanças. Os desenvolvedores, ou developers, são os novos mestres do código.

De acordo com a empresa de pesquisa Evans Data, há 24 milhões de programadores em nível global. Eles estão reescrevendo nosso mundo com código, que vão desde as aplicações que usamos todos os dias, até as tecnologias sobre as quais estão construídas, muitas delas originadas no código aberto.

Como eles estão contribuindo para o mundo hoje?

Criando aplicações sociais.

Hoje, mais do que nunca, precisamos usar a tecnologia de novas formas que possam ter um impacto humanitário imediato e durável nas comunidades de todo o mundo. Desafios de código como CalfoCode, tem reunido mais de 180 mil participantes de 165 nações para criar mais de 5 mil aplicações de código aberto com foco na saúde e no bem-estar das comunidades em caso de desastres naturais. Em 2020, os desenvolvedores estão sendo convidados para criar soluções para dois problemas: COVID-19 e Mudança Climática.

Ensinando a outros.

Os programadores trabalham colaborativamente, seja por meio de fóruns ou redes sociais, e sempre estão dispostos a compartilhar seu conhecimento para otimizar o código. Além disso, por meio de projetos como PTECH ou comunidades como Outreachy, estão estendendo esse conhecimento a muitas pessoas ao redor do mundo, ajudando a reduzir a escassez de profissionais de tecnologia.

Hacking ético.

A melhor forma de saber se um programa tem vulnerabilidades, é encontrando-as. É a engenheira reversa e essa é a função do hackeético. Buscar, descobrir, reportar e corrigir os pontos fracos no software. Também combater malware ou ciberataques para que todos possamos estar mais seguros.

Contribuindo para o código aberto.

Quase a metade dos desenvolvedores de todo o mundo diz que está participando atualmente de projetos open source. Essa é uma das melhores formas para a tecnologia melhorar, evoluir e adquirir mais valor. Por meio do código aberto, é possível criar soluções aplicáveis e escaláveis em comunidades locais e globais, como tem se evidenciado com projetos como Owl, Prometeo e DronAid.

Também, na IBM, temos criado “starter kits” que explicam os múltiplos problemas e incluem padrões de código para ajudar os desenvolvedores a criar diferentes tipos de aplicações em poucos minutos. Por exemplo, com kits como o de Sustentabilidade Energética, tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas ou Blockchain, podem ajudar as pessoas, comunidades ou empresas, usar seus dados para reduzir seu consumo de energia.

Hoje, no aniversário número 50 do Dia da Terra, enfrentamos novos desafios; no entanto, temos grandes oportunidades para aproveitar que seguramente nos levarão a resolvê-los. No fundo, todos os desenvolvedores são solucionadores de problemas e ativistas da mudança.

Por Claudio Bessa, líder do ecossistema de desenvolvedores da IBM na América Latina
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Fundador do SempreUPdate. Acredita no poder do trabalho colaborativo, no GNU/Linux, Software livre e código aberto. É possível tornar tudo mais simples quando trabalhamos juntos, e tudo mais difícil quando nos separamos.