Uma notícia importante para a comunidade Raspberry Pi! O suporte para o chip Raspberry Pi RP1 PCI foi confirmado para inclusão no Kernel Linux 6.17, após ter “perdido” a janela de fusão da versão 6.16. A adição oficial desse recurso representa um avanço significativo para o Raspberry Pi 5, pois desbloqueia todo o potencial de expansão e conectividade da plataforma.
O RP1 é o chip de entrada e saída (I/O) do Raspberry Pi 5, sendo responsável por funcionalidades essenciais como USB, GPIO, PCIe e outros periféricos. Seu suporte no kernel é crucial para garantir desempenho estável, compatibilidade total e integração com dispositivos de hardware via PCI Express.
A saga do suporte ao Raspberry Pi RP1 no kernel
Persistência do desenvolvedor e o patchset v12
O suporte ao Raspberry Pi RP1 no kernel Linux vem sendo desenvolvido há meses, com um longo ciclo de revisões. O patchset atingiu sua 12ª versão (v12), resultado da persistência do desenvolvedor Andrea della Porta e da colaboração com mantenedores experientes como Florian Fainelli e Arnd Bergmann.
Esse processo é comum no desenvolvimento do kernel: para que um driver ou funcionalidade seja aceito, ele precisa passar por diversas rodadas de revisão, testes e aprovação da comunidade, especialmente quando se trata de Device Tree overlays, clocks e subsistemas como PCI.
Perdendo a janela de fusão do Kernel 6.16
No desenvolvimento do Kernel Linux, novas funcionalidades precisam ser enviadas durante um período específico chamado janela de fusão (merge window), que ocorre logo após o lançamento de uma nova versão estável.
Apesar de estar funcional e pronto, o código do RP1 PCI chegou tarde demais para o ciclo do 6.16. O mantenedor Arnd Bergmann confirmou que a janela havia se encerrado e que os pull requests já haviam sido enviados no início de maio por Florian Fainelli, impossibilitando a inclusão imediata do driver.
Caminho para o Kernel Linux 6.17
A boa notícia é que os patches foram aceitos no ramo “next” de Florian para soak testing — um período de testes intensivos que garante estabilidade antes da integração ao repositório principal.
Com isso, os drivers do RP1 serão incorporados no ciclo de fusão para o Kernel Linux 6.17, garantindo que a nova versão do kernel traga suporte nativo ao chip de I/O do Raspberry Pi 5.
Por que o suporte ao RP1 é tão importante para o Raspberry Pi 5?
O RP1 como chip de E/S (I/O) do Raspberry Pi 5
O RP1 é um chip secundário que complementa o SoC Broadcom BCM2712 do Raspberry Pi 5. Sua função é gerenciar toda a interface de entrada e saída, incluindo USB 3.0, GPIOs, PCI Express, UART, SPI, I2C e muito mais.
Diferentemente das versões anteriores, onde o SoC cuidava de todas essas interfaces, o Raspberry Pi 5 delega ao RP1 o gerenciamento de grande parte da conectividade. Isso melhora a eficiência do sistema, reduz latência e permite novos níveis de expansão e controle.
Liberando o potencial do PCI Express
Com a adição do suporte ao PCI Express via kernel para o RP1, o Raspberry Pi 5 poderá usar todo o seu potencial de conectividade — de forma oficial e estável.
- Conexão de SSDs NVMe de alta velocidade, melhorando o desempenho de armazenamento.
- Placas de rede Ethernet de 2.5G ou superiores, permitindo maior largura de banda.
- Dispositivos de captura de vídeo, placas de expansão e interfaces industriais.
Tudo isso torna o Raspberry Pi 5 uma plataforma muito mais versátil — não apenas para hobbyistas, mas também para aplicações industriais, educacionais, de servidores compactos e desenvolvimento embarcado.
Ao ser incluído no Kernel Linux, esse suporte deixa de depender de patches externos (out-of-tree), o que facilita a vida de desenvolvedores, garante compatibilidade com atualizações futuras e melhora a confiabilidade do sistema.
Conclusão: Raspberry Pi 5 com suporte robusto no futuro
Embora a inclusão do suporte ao Raspberry Pi RP1 PCI no kernel tenha sido adiada para a versão 6.17, a confirmação de sua chegada é uma excelente notícia para a comunidade. Isso significa que o componente de E/S central do Raspberry Pi 5 passará a ter suporte oficial direto no kernel, sem a necessidade de ajustes manuais ou compilações personalizadas.
O futuro do Raspberry Pi 5 será ainda mais promissor com esse avanço. A plataforma se consolida como uma solução poderosa, moderna e expansível para os mais diversos usos, desde educação e prototipagem até aplicações de alto desempenho.
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