Raspberry Pi RP1: suporte PCI chega ao Kernel Linux 6.17 após atraso na janela de fusão

Escrito por
Emanuel Negromonte
Emanuel Negromonte é Jornalista, Mestre em Tecnologia da Informação e atualmente cursa a segunda graduação em Engenharia de Software. Com 14 anos de experiência escrevendo sobre...

Suporte ao Raspberry Pi RP1 PCI chega ao Kernel Linux 6.17 após atraso, liberando todo o potencial de E/S do Raspberry Pi 5!

Uma notícia importante para a comunidade Raspberry Pi! O suporte para o chip Raspberry Pi RP1 PCI foi confirmado para inclusão no Kernel Linux 6.17, após ter “perdido” a janela de fusão da versão 6.16. A adição oficial desse recurso representa um avanço significativo para o Raspberry Pi 5, pois desbloqueia todo o potencial de expansão e conectividade da plataforma.

O RP1 é o chip de entrada e saída (I/O) do Raspberry Pi 5, sendo responsável por funcionalidades essenciais como USB, GPIO, PCIe e outros periféricos. Seu suporte no kernel é crucial para garantir desempenho estável, compatibilidade total e integração com dispositivos de hardware via PCI Express.

A saga do suporte ao Raspberry Pi RP1 no kernel

Persistência do desenvolvedor e o patchset v12

O suporte ao Raspberry Pi RP1 no kernel Linux vem sendo desenvolvido há meses, com um longo ciclo de revisões. O patchset atingiu sua 12ª versão (v12), resultado da persistência do desenvolvedor Andrea della Porta e da colaboração com mantenedores experientes como Florian Fainelli e Arnd Bergmann.

Esse processo é comum no desenvolvimento do kernel: para que um driver ou funcionalidade seja aceito, ele precisa passar por diversas rodadas de revisão, testes e aprovação da comunidade, especialmente quando se trata de Device Tree overlays, clocks e subsistemas como PCI.

Perdendo a janela de fusão do Kernel 6.16

No desenvolvimento do Kernel Linux, novas funcionalidades precisam ser enviadas durante um período específico chamado janela de fusão (merge window), que ocorre logo após o lançamento de uma nova versão estável.

Apesar de estar funcional e pronto, o código do RP1 PCI chegou tarde demais para o ciclo do 6.16. O mantenedor Arnd Bergmann confirmou que a janela havia se encerrado e que os pull requests já haviam sido enviados no início de maio por Florian Fainelli, impossibilitando a inclusão imediata do driver.

Caminho para o Kernel Linux 6.17

A boa notícia é que os patches foram aceitos no ramo “next” de Florian para soak testing — um período de testes intensivos que garante estabilidade antes da integração ao repositório principal.

Com isso, os drivers do RP1 serão incorporados no ciclo de fusão para o Kernel Linux 6.17, garantindo que a nova versão do kernel traga suporte nativo ao chip de I/O do Raspberry Pi 5.

Por que o suporte ao RP1 é tão importante para o Raspberry Pi 5?

O RP1 como chip de E/S (I/O) do Raspberry Pi 5

O RP1 é um chip secundário que complementa o SoC Broadcom BCM2712 do Raspberry Pi 5. Sua função é gerenciar toda a interface de entrada e saída, incluindo USB 3.0, GPIOs, PCI Express, UART, SPI, I2C e muito mais.

Diferentemente das versões anteriores, onde o SoC cuidava de todas essas interfaces, o Raspberry Pi 5 delega ao RP1 o gerenciamento de grande parte da conectividade. Isso melhora a eficiência do sistema, reduz latência e permite novos níveis de expansão e controle.

Liberando o potencial do PCI Express

Com a adição do suporte ao PCI Express via kernel para o RP1, o Raspberry Pi 5 poderá usar todo o seu potencial de conectividade — de forma oficial e estável.

  • Conexão de SSDs NVMe de alta velocidade, melhorando o desempenho de armazenamento.
  • Placas de rede Ethernet de 2.5G ou superiores, permitindo maior largura de banda.
  • Dispositivos de captura de vídeo, placas de expansão e interfaces industriais.

Tudo isso torna o Raspberry Pi 5 uma plataforma muito mais versátil — não apenas para hobbyistas, mas também para aplicações industriais, educacionais, de servidores compactos e desenvolvimento embarcado.

Ao ser incluído no Kernel Linux, esse suporte deixa de depender de patches externos (out-of-tree), o que facilita a vida de desenvolvedores, garante compatibilidade com atualizações futuras e melhora a confiabilidade do sistema.

Conclusão: Raspberry Pi 5 com suporte robusto no futuro

Embora a inclusão do suporte ao Raspberry Pi RP1 PCI no kernel tenha sido adiada para a versão 6.17, a confirmação de sua chegada é uma excelente notícia para a comunidade. Isso significa que o componente de E/S central do Raspberry Pi 5 passará a ter suporte oficial direto no kernel, sem a necessidade de ajustes manuais ou compilações personalizadas.

O futuro do Raspberry Pi 5 será ainda mais promissor com esse avanço. A plataforma se consolida como uma solução poderosa, moderna e expansível para os mais diversos usos, desde educação e prototipagem até aplicações de alto desempenho.

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