A China está mais uma vez reforçando seu controle sobre o conteúdo da internet. Desta vez, os algoritmos estão em destaque. A Administração do Ciberespaço da China publicou regras futuras que determinam como as empresas de internet gerenciam conteúdo, incluindo uma pressão por algoritmos que recomendam conteúdo e ideias de teor ‘positivo’ (leia-se: políticas do governo) e exclui material “ruim”. A medida proíbe explicitamente o conteúdo que “põe em risco a segurança nacional, vaza segredos de Estado, subverte o poder do Estado [e] mina a unidade nacional”. Em outras palavras, as empresas de internet não podem desafiar o status quo político.
Algoritmos que recomendam conteúdo ‘positivo’
As novas regras entrarão em vigor em 1º de março. Além disso, exigem um gerenciamento mais rigoroso das contas, inscrições, moderação e “rumores”.
Ultimamente, os governos intensificaram as tentativas de regular algoritmos, embora a abordagem da China seja muito diferente da de outros países. Um projeto de lei recente do Senado dos EUA visava eliminar o viés nos algoritmos, mas a China defende explicitamente o viés. Ela vê esse código automatizado como um veículo para a agenda do partido comunista. O país está claramente preocupado com o fato de os mecanismos de recomendação sugerirem material “perigoso” que os censores poderiam capturar, e não quer arriscar.
Recentemente, a China tem se envolvido em polêmicas. Por exemplo, ficamos sabendo que a guerra comercial faz China criar novo sistema operacional e banir o Windows. Além disso, a China vai substituir todo o hardware e software estrangeiro de instituições públicas até 2022. E, a partir de 2020, a China exigirá que os vídeos criados usando Inteligência Artificial ou Realidade Virtual sejam claramente marcados.
Portanto, exigir algoritmos que recomendam conteúdo positivo do ponto de vista do governo é só o começo.
Fonte: Engadget