Samsung e Epic Games selam acordo: O que muda para o sideload e segurança na One UI

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

O acordo entre Samsung e Epic Games surpreendeu o mercado mobile às vésperas do lançamento dos novos Galaxy Z Flip 7 e Fold 7, colocando novamente os holofotes sobre a liberdade de instalação de aplicativos no ecossistema Android. No centro da controvérsia está o Bloqueador Automático da One UI, recurso de segurança que tem gerado polêmica entre usuários, desenvolvedores e empresas interessadas em manter um mercado de aplicativos mais aberto e competitivo.

Este artigo analisa em profundidade esse acordo ainda cercado de mistério, explorando o funcionamento do Bloqueador Automático, o histórico da disputa judicial, o que se sabe (e o que se especula) sobre os termos do entendimento e quais podem ser as implicações para usuários da Samsung, desenvolvedores e o futuro do sideload de apps no Android.

Em um momento em que cresce o debate sobre o controle das plataformas, o acordo Samsung Epic Games representa mais do que uma simples trégua: ele sinaliza possíveis mudanças nas regras do jogo para quem desenvolve, distribui ou consome aplicativos no maior sistema operacional móvel do planeta.

Epic Games Samsung
Imagem: SamMobile

O que é o Bloqueador Automático da Samsung?

Lançado originalmente com a One UI 5.0 e aprimorado nas versões subsequentes, o Bloqueador Automático é uma ferramenta de segurança criada pela Samsung para proteger usuários contra aplicativos maliciosos provenientes de fontes não confiáveis.

Entre suas funcionalidades, destacam-se:

  • Bloqueio automático da instalação de APKs de fora da Galaxy Store e da Google Play Store, a menos que o usuário desative manualmente a proteção;
  • Detecção de instalação de apps via comandos ADB ou sideload de terceiros;
  • Recurso de segurança por padrão ativado, como forma de impedir infecções por malware, phishing e backdoors camuflados em aplicativos falsificados.

Com essa medida, a Samsung reforça sua imagem como fabricante preocupada com a integridade do sistema. No entanto, para muitos usuários avançados e empresas como a Epic Games, o Bloqueador Automático Samsung representa um entrave à liberdade de escolha e à inovação.

A segurança em primeiro lugar, mas a que custo?

Embora o argumento de segurança seja legítimo — e importante —, críticos apontam que o Bloqueador Automático também restringe severamente o sideload, dificultando a instalação de apps legítimos de terceiros e limitando o acesso a lojas alternativas como a Epic Games Store.

Essa barreira, ainda que removível manualmente, cria fricções para o usuário médio e desincentiva a concorrência com as plataformas dominantes. A discussão, portanto, vai além da segurança: trata-se de equilibrar proteção e liberdade em um ambiente cada vez mais controlado por gigantes da tecnologia.

A batalha judicial entre Epic Games e Samsung: Um histórico

A Epic Games é conhecida por desafiar o status quo das lojas de aplicativos, especialmente após sua disputa judicial contra a Apple e o Google, nas quais argumentava que essas empresas abusavam de seu domínio ao forçar o uso de seus sistemas de pagamento e restringir lojas alternativas.

A Samsung entrou nesse embate de forma mais indireta, mas significativa. Ao ativar por padrão o Bloqueador Automático, a empresa dificultava a instalação da Epic Games Store em seus dispositivos Galaxy, o que levou a Epic a acionar judicialmente a fabricante sul-coreana em defesa do direito de distribuir sua loja sem obstáculos artificiais.

A visão da Epic Games sobre lojas de aplicativos de terceiros

Para a Epic, a abertura do Android à instalação de lojas concorrentes é um direito essencial do usuário e uma forma de promover inovação e concorrência. A empresa defende que medidas como o Bloqueador Automático colocam em risco esse princípio ao criar “jardins murados” semelhantes ao da Apple, mesmo em um sistema considerado mais livre.

Segundo Tim Sweeney, CEO da Epic, a liberdade de instalar o que quiser deve ser um pilar do Android, e a Samsung, como maior fabricante do ecossistema, tem um papel decisivo nesse debate.

O misterioso acordo: O que podemos esperar da Samsung?

O anúncio repentino de um acordo entre a Epic e a Samsung, feito por Sweeney em suas redes sociais, não trouxe detalhes claros, mas levantou uma série de especulações. O acordo Samsung Epic Games pode envolver concessões significativas por parte da Samsung, como:

  • Desativação do Bloqueador Automático por padrão para apps de origem conhecida e segura;
  • Reconhecimento da Epic Games Store como uma loja legítima no ecossistema Galaxy;
  • Pré-instalação opcional da loja da Epic em determinados dispositivos Galaxy, especialmente os da linha Z Flip/Fold;
  • Melhor integração da loja alternativa com os recursos de segurança da One UI.

Embora nada disso tenha sido confirmado oficialmente, analistas apontam que o timing próximo ao lançamento dos novos dobráveis Galaxy sugere que mudanças concretas podem ser anunciadas em breve.

Implicações para o usuário Galaxy: Mais liberdade ou apenas concessões pontuais?

Para usuários da linha Galaxy, especialmente os mais avançados, o possível relaxamento das políticas de bloqueio pode significar maior liberdade para instalar apps via sideload sem tantos obstáculos. No entanto, tudo depende de como essas mudanças serão implementadas.

Se a Samsung apenas criar exceções para lojas grandes como a da Epic, mantendo o bloqueio para qualquer outra fonte, o impacto será limitado. Mas se a abordagem for mais ampla e baseada em reputação e transparência, o acordo pode representar uma mudança real no paradigma de controle de apps em dispositivos Android Samsung.

O impacto no mercado de aplicativos Android

Caso se confirme que a Epic terá acesso facilitado aos dispositivos Galaxy, o movimento poderá pressionar outras fabricantes e até o Google a repensarem suas políticas de distribuição. A concorrência entre lojas de aplicativos, hoje dominada pela Play Store, pode ganhar novo fôlego.

Além disso, o fortalecimento da Epic Games Store para Android pode atrair outros desenvolvedores, que buscam taxas mais baixas, maior liberdade comercial e relacionamento direto com o público. O resultado seria um Android mais plural e competitivo, com benefícios tanto para quem desenvolve quanto para quem consome aplicativos.

Conclusão: Um passo à frente para a liberdade do Android?

O acordo Samsung Epic Games ainda está cercado de incertezas, mas seu simbolismo é claro: mesmo gigantes do Android estão sendo desafiados a adotar políticas mais abertas, transparentes e amigáveis à concorrência.

Para os usuários Galaxy, especialmente os interessados em liberdade digital, segurança balanceada e controle sobre seu próprio dispositivo, este pode ser um importante precedente. Mas é essencial acompanhar os desdobramentos e pressionar por mudanças que realmente empoderem o usuário, sem trocar um bloqueio por outro.

E você? Acredita que o Bloqueador Automático da Samsung protege ou limita? Como enxerga o futuro do sideload e das lojas de aplicativos alternativas no Android? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe desse debate essencial para o futuro da tecnologia móvel.

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