Governo britânico solicita inclusão de backdoors em serviços criptografados

Após ataque terrorista, governo britânico solicita que backdoors sejam incluídas em serviços criptografados.

Governo britânico solicita inclusão de backdoors em serviços criptografados
O governo britânico mais uma vez pediu que backdoors sejam colocadas em serviços criptografados, argumentando que não pode dar segurança suficiente para seus cidadãos. O motivo é de que terroristas estão usando aplicativos criptografados para se comunicar e traçar ataques.
Após o ataque terrorista da semana passada em Londres, o governo do Reino Unido está acusando as empresas de tecnologia de dar aos terroristas “um lugar para se esconder”, dizendo que as agências de inteligência devem ter acesso a aplicativos de mensagens criptografados como o WhatsApp para evitar tais ataques.
Segundo as autoridades, o terrorista, Khalid Masood, de 52 anos, estava ativo no aplicativo de mensagens WhatsApp apenas dois minutos antes de atacar o Parlamento britânico, o ataque matou quatro pessoas.
Aqui está o que Amber Rudd, Secretária de Assuntos Internos da Grã-Bretanha, disse ao falar com a BBC:

“Precisamos nos certificar de que organizações como o WhatsApp, e há muitas outras, não fornecem um lugar secreto para os terroristas se comunicarem uns com os outros”.

“Costumava-se abrir envelopes com vapor ou ouvir as conversas telefônicas quando queria se descobrir o que as pessoas estavam fazendo, legalmente, através da garantia. Mas nessa situação, precisamos ter certeza de que nossos serviços de inteligência têm a capacidade de trabalhar em situações que envolvam o WhatsApp criptografado.”

No entanto, tal solicitação de backdoors de criptografia novamente alimentou o debate se as empresas de tecnologia, como o Facebook e a Apple, deveriam criar backdoors em seus serviços de criptografia para que governos tenham acesso.
Segundo Rudd, o governo ainda não pretende forçar as empresas com novas leis, mas ela confirmou que convidou as principais empresas de tecnologia, entre elas o Google e o Facebook, para discutir tal questão.
O incidente mais uma vez destacou o conflito que há entre a segurança nacional e a privacidade digital.
Depois do ataque terrorista de San Bernardino em dezembro de 2015, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos fez um movimento semelhante, exigindo que a Apple escrevesse um código que pudesse ajudá-los a desbloquear o iPhone pertencente a um dos terroristas.
Mesmo no Brasil, o governo bloqueou o WhatsApp em várias ocasiões, por supostamente falhar em cooperar com as investigações locais.
Além desses países, o governo francês também tentou colocar milhões de dólares de multa em empresas de tecnologia como a Apple e o Google cada vez que se recusassem a ajudar os investigadores a extrair dados do Smartphones de um suspeito em casos de terrorismo.