É difícil imaginar os reais motivos por trás desta ação, mas um grupo de hackers foi capaz de atacar a Cruz Vermelha Internacional, a instituição que atua no mundo todo ajudando vítimas de guerras e outras catástrofes. De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) o ataque cibernético desta semana foi de grande escala. A própria instituição confirma que os hackers apreenderam os dados de mais de 515 mil pessoas extremamente vulneráveis. A organização tem sede em Genebra, na Suíça. O ataque teve como alvo uma prestadora de serviços na qual a Comissão armazenava dados sensíveis.
Os dados são de pelo menos 60 instituições da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em todo o planeta. Ainda não se sabe quem são os autores do ataque, nem se os dados estão sendo comercializados no mercado negro.
Esse ataque cibernético coloca pessoas vulneráveis, aquelas que já precisam de serviços humanitários, em maior risco, declarou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, em comunicado.
Check Point Software comenta o ciberataque ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha
O head de Inteligência de Ameaça e Pesquisa da Check Point Software Technologies, Lotem Finkelsteen, comenta o ataque cibernético sofrido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Ele alerta que o setor de saúde vem sofrendo ataques sistemáticos nos últimos anos.
“A saúde é um dos setores mais visados por cibercriminosos, de acordo com dados da nossa divisão Check Point Research (CPR), e continuará sendo um dos alvos mais atacados em 2022. Estamos falando de 830 ataques cibernéticos semanais a organizações de saúde em 2021, isso é mais de 71% aumento em apenas um ano.
Os atacantes não têm compaixão pela saúde ou por questões humanitárias, e a Cruz Vermelha não está sozinha aqui. Os grupos de hackers estão cientes da sensibilidade desses dados e os veem como ‘alvos de dinheiro fácil e rápido’. Os hospitais e as organizações de saúde não podem interromper as operações, pois isso poderá literalmente levar a situações de ‘vida ou morte’.
Os cibercriminosos envolvidos no ciberataque à Cruz Vermelha foram direto para a jugular. Eles foram atrás dos dados mais confidenciais da organização, buscando criar o máximo de alavancagem possível contra a Cruz Vermelha. O maior risco aqui é o vazamento de dados comprometidos, o que pode levar a consequências potencialmente devastadoras às vítimas. O ataque cibernético à Cruz Vermelha torna as pessoas vulneráveis ainda mais vulneráveis, potencialmente forçando-as a sofrer mais dor. Infelizmente, os cibercriminosos enxergam seus alvos como um negócio, e o mundo dos ataques cibernéticos é implacável. E, portanto, esperamos que a tendência de direcionar ataques às organizações de saúde continue à medida que avançamos em 2022.”