Mark Zuckerberg, o chefão todo poderoso da Meta, empresa que engloba Facebook, Instagram e WhatsApp, ameaça tirar esses aplicativos do ar em toda a União Europeia se não puder usar os dados dos usuários como bem entender. Portanto, ele ameaçou a União Europeia. Assim, em um documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), a empresa de rede social criada por Mark Zuckerberg alerta que se não for alcançado um acordo com as autoridades de Bruxelas para compartilhar as informações dos cidadãos europeus com seus sistemas nos Estados Unidos, “o futuro do Facebook e Instagram na Europa pode estar comprometido”.
A principal reclamação do império do Facebook é a decisão Schrems II (também conhecida como fim do Privacy Shield) do ano de 2020, Ela limita a troca de dados entre a Europa e o país norte-americano.
Esta decisão judicial anulou o “Privacy Shield” de 2016. De acordo com o TJUE (Tribunal de Justiça da União Europeia) os Estados Unidos não garantem um nível adequado de proteção aos dados de cidadãos europeus. Antes, os gigantes da tecnologia podiam facilmente armazenar nossos dados em servidores nos Estados Unidos.
Eles da Meta dizem agora que se uma nova estrutura de transferência transatlântica de dados não for adotada e não puderem continuar usando os ECCs ou outros meios alternativos de transferência de dados da Europa para os Estados Unidos, é provável que não possam oferecer vários dos produtos e principais serviços, como Facebook e Instagram, na Europa, o que afetaria adversamente os negócios, condição financeira e resultados operacionais.
Meta ameaça tirar Facebook e Instagram do ar na Europa se não puder compartilhar dados da forma que quiser. Algumas limitações que levam a Meta a perder dinheiro
Em outra parte do documento tornado público, a empresa de Zuckerberg diz que:
se não pudermos transferir dados entre os países e regiões em que operamos ou se estivermos impedidos de compartilhar dados entre nossos produtos e serviços, isso poderá afetar nossa capacidade de entregar nossos serviços, a maneira como os entregamos ou nossa capacidade de direcionar anúncios, o que pode afetar negativamente nossos resultados financeiros.
Mas seria isso apenas pressão, blefe ou está mesmo valendo? A Europa é um dos principais mercados para este gigante tecnológico. Ficar sem suas centenas de milhões de usuários na região seria um enorme revés financeiro que a empresa duvidosamente quer assumir. Trata-se, portanto, de uma aposta arriscada. É que, pela primeira vez em sua história, o Facebook perdeu usuários diários.
Uma história de cabo-de-guerra entre Meta e a UE
As regulamentações da União Européia são um grande obstáculo aos planos da Meta. A empresa quer usar as informações coletadas dos usuários como bem entender, sem ter de prestar contas a ninguém. O problema é quando isso coloca em risco a própria soberania de vários países, como no caso da Cambridge Analytica, que usou os dados para direcionar conteúdos visando influenciar nas eleições de várias nações pelo mundo, incluindo o Brasil.
Então, na verdade, há muita coisa envolvida além do dinheiro que a empresa recebe. Na verdade, essa briga resultou em multas para a empresa criada por Zuckerberg. Por exemplo, a segunda multa mais cara por questões de proteção de dados no ano passado na região foi para o WhatsApp, o serviço de mensagens instantâneas do império Meta.
A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, já multou o WhatsApp em 225 milhões de euros. A Comissão alega que a empresa estaria descumprindo o Regulamento Geral de Proteção de Dados, iniciado em dezembro 2018.
Via Genbeta