O CEO do Twitter, Jack Dorsey, anunciou em sua conta de rede social que sua empresa “está financiando uma pequena equipe independente”, liderada pelo CTO da empresa, Parag Agrawal. A ideia é contar com “até cinco desenvolvedores de código” aberto, engenheiros e designers para criar um padrão aberto e descentralizado das redes sociais. O objetivo é que o Twitter se torne um cliente desse padrão. A repercussão tem sido muito grande, com muita gente debatendo o assunto. Portanto, o Twitter desenvolve novo padrão aberto para redes sociais.
O que seria esse novo padrão aberto que o Twitter desenvolve para redes sociais?
Você precisa entender bem o que Dorsey quis dizer para entender a relevância do anúncio: hoje existem tecnologias como o e-mail, cujos aspectos técnicos são públicos e sem patentes. Assim, permite não apenas a existência de inúmeras plataformas e aplicativos de gerenciamento de e-mail (do Mozilla Thunderbird ao Outlook), mas que diferentes servidores de diferentes proprietários podem interagir entre si. É deste modo, por exemplo, que o proprietário de uma conta @216.238.112.241 pode receber e-mails sem problemas de uma conta @gmail.com. Veja a mensagem:
Twitter is funding a small independent team of up to five open source architects, engineers, and designers to develop an open and decentralized standard for social media. The goal is for Twitter to ultimately be a client of this standard. ?
— jack (@jack) December 11, 2019
O Twitter, no entanto, não é assim: qualquer cliente do Twitter deve passar pelo aro da API proprietária da empresa (que, na maioria dos casos, envolve pagar pelo uso). É assim que somente os usuários do Twitter.com podem mencionar e retuitar outros usuários do Twitter.com. Dorsey apresenta, precisamente, um futuro diferente deste.
O Twitter que poderia existir
No começo, o Twitter era tão aberto que muitos viam o potencial de se tornar um padrão descentralizado da Internet, como o protocolo SMTP (para enviar e-mails). Por uma série de razões, todas razoáveis na época, consideramos um caminho diferente e estamos cada vez mais centralizando o Twitter. Porém, muitas coisas mudaram ao longo dos anos.
O que mudou, de acordo com Dorsey?
- O gerenciamento centralizado torna difícil lidar com abuso e informações enganosas sem sobrecarregar excessivamente as pessoas responsáveis pelo trabalho.
- O valor das redes sociais está mudando. Passa de sua capacidade de hospedar e suprimir conteúdo para o uso de algoritmos de recomendação que chamam a atenção do usuário.
- Os incentivos atuais das redes sociais provocam a geração de conteúdo controverso, e não o tipo que promove um debate saudável.
- Nos últimos tempos, surgiram novas tecnologias que reivindicam as vantagens de soluções descentralizadas, como o Blockchain.
O futuro já começou
Ele alerta que isso não vai acontecer da noite para o dia e que levará muitos anos para desenvolver um padrão descentralizado que seja sólido, escalável e utilizável no campo das redes sociais, mas que, quando isso for alcançado, forçará o Twitter a ser muito mais inovador do que no passado.
Em resposta à discussão de Dorsey, alguns usuários lembraram que não é necessário “reinventar a roda”, porque já existem alternativas como o protocolo ActivityHub, que envolve soluções descentralizadas já em uso, como Mastodon ou GNUsocial , e que serão adicionadas em breve outras redes sociais distribuídas como Diáspora.
Contudo, o CEO do Twitter simplesmente reiterou que será a equipe que está sendo formada que decide se deve aderir a essas opções ou desenvolver um novo protocolo.
Fonte: Genbeta