Neste mês, engenheiros russos e europeus confirmaram o sucesso de sua “cirurgia cardíaca aberta” em um computador da Estação Espacial Internacional.
As equipes da agência espacial russa Roscosmos e da Agência Espacial Europeia (ESA) desenvolveram um método no qual um astronauta ou cosmonauta a bordo do laboratório espacial poderia atualizar os computadores que mantêm a ISS nos trilhos e na posição correta, conhecidos coletivamente como Data Management System. Essa é uma tarefa que os representantes da ESA descreveram em um comunicado como “o equivalente à uma cirurgia com o coração aberto na Terra!”
Os engenheiros de campo planejaram e testaram rigorosamente o processo antes que ele fosse executado no espaço, para garantir que o trabalho de reparo pudesse ser feito no local. Além disso, era necessário que ele fosse executado sem representar nenhum risco para a espaçonave ou seus habitantes.
Lidando com um computador da Estação Espacial Internacional
Segundo a ESA, esse tipo de teste ocorre em grande parte nos bastidores, e geralmente não recebe muita atenção, a menos que algo ruim ocorra.
O novo procedimento reduziu o tempo de reparo de seis meses para alguns dias, de acordo com a ESA.
O recente desenvolvimento no reparo de computadores do laboratório espacial foi possível graças à descoberta de engenheiros de que a maioria das falhas nesses computadores ocorreu em suas placas de circuito. Assim, as equipes chegaram a uma solução, criando uma nova placa de circuito impresso que correspondia à forma e função da versão antiga, mas dependia de componentes mais novos, mais fáceis de adquirir.
Em janeiro de 2019, os cosmonautas russos confirmaram que o computador do experimento cirúrgico sobreviveu à operação, no qual os astronautas substituíram uma placa de circuito antiga por uma nova. “Agora está confirmado que tudo está funcionando corretamente”, escreveram os representantes da ESA no comunicado.
Manutenção é vital
Ter peças de reposição e poder fazer reparos no espaço pode ajudar a ISS a sobreviver até 2030. Dessa forma, ela ajudará oferecer informações valiosas para outros projetos orbitais. Um desses projetos que a NASA tem como alvo é o Lunar Gateway. Ele orbitaria a Lua e serviria de hub para cientistas e tripulantes (e talvez até turistas).
Os representantes da ESA escreveram:
A manutenção na Estação Espacial Internacional demonstra a experiência e o conhecimento de projeto necessários para apoiar futuras missões. Garantindo operações mais sustentáveis — uma situação em que todos saem ganhando.
Fonte: Space.com