Windows 11 ganha IA no Explorador de Arquivos: como o Linux responde

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Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

IA no Windows 11 vs. liberdade no Linux

A IA no Explorador de Arquivos é a mais recente aposta da Microsoft para transformar a experiência do usuário no Windows 11. O anúncio oficial trouxe a promessa de ações rápidas baseadas em inteligência artificial, diretamente integradas ao gerenciador de arquivos do sistema.

Neste artigo, vamos detalhar o que são essas novas ações de IA, como funcionam no Windows, e principalmente analisar como o ecossistema Linux se posiciona diante dessa tendência. Existem alternativas abertas? É possível obter funcionalidades semelhantes em desktops de código aberto?

A corrida pela integração da inteligência artificial aos sistemas operacionais representa um marco: de um lado, a Microsoft aposta em soluções baseadas em nuvem e Copilot; do outro, a comunidade Linux investe em flexibilidade e processamento local, com forte foco na liberdade do usuário.

IA no Explorador de arquivos
Ações de IA do Explorador de Arquivos Imagem: Microsoft

O que a Microsoft anunciou: IA a um clique de distância

A novidade chegou com o Windows 11 Insider Preview Build 27938, atualmente disponível apenas no Canal Canary. O foco está em adicionar ferramentas de edição inteligente no próprio Explorador de Arquivos, sem a necessidade de abrir softwares externos.

Entre os recursos já demonstrados, estão:

  • Remoção de fundo de imagens, permitindo isolar elementos principais em segundos.
  • Apagamento de objetos, similar ao “preenchimento inteligente” de editores gráficos avançados.
  • Desfoque de fundo, útil para destacar um elemento da imagem.
  • Busca reversa de imagem via Bing, permitindo identificar conteúdos visuais ou encontrar versões semelhantes na web.

Essas ferramentas estão sendo testadas com o objetivo de transformar o Explorador de Arquivos em um hub multimídia mais inteligente, estreitamente conectado ao Copilot e à infraestrutura da Microsoft.

A filosofia por trás da integração: nuvem, Copilot e o ecossistema Microsoft

A escolha da Microsoft segue uma lógica clara: delegar a maior parte do processamento para a nuvem. Isso permite oferecer funcionalidades de IA sofisticadas mesmo em máquinas com hardware limitado.

Entre as vantagens, destacam-se:

  • Acessibilidade imediata: o usuário não precisa instalar nada, basta estar conectado.
  • Resultados consistentes: o processamento é padronizado nos servidores da Microsoft.
  • Integração fluida com o Copilot: o assistente virtual se torna cada vez mais central no ecossistema Windows.

Mas existem também desvantagens importantes:

  • Dependência de conexão com a internet.
  • Questões de privacidade, já que as imagens processadas podem passar pelos servidores da Microsoft.
  • Menor controle do usuário sobre como os dados são tratados.

Essa filosofia coloca o Windows como um sistema cada vez mais dependente do Copilot e do Bing, criando um ecossistema fechado e centralizado.

Onde o Linux se posiciona? Alternativas de código aberto

No Linux, a história é diferente. O foco não está em entregar uma experiência unificada via nuvem, mas em oferecer flexibilidade e personalização. Usuários podem integrar ferramentas e scripts de código aberto diretamente aos seus gerenciadores de arquivos.

Edição de imagens com ações rápidas no Linux

Gerenciadores como o KDE Dolphin e o GNOME Files permitem adicionar Ações Personalizadas. Isso significa que, com alguns cliques, é possível integrar comandos que chamam ferramentas externas.

Exemplos práticos incluem:

  • Criar um menu de contexto que aplica ImageMagick para redimensionar imagens.
  • Acionar o GIMP diretamente a partir do gerenciador de arquivos.
  • Automatizar conversões de formatos ou compressão com scripts simples em Bash.

Essa abordagem exige mais configuração inicial, mas oferece controle total ao usuário.

Remoção de fundo e edição com IA: as ferramentas open source

O Linux conta com projetos de IA open source que podem rodar localmente, sem depender da nuvem. Entre eles, destaca-se o rembg, capaz de remover fundos de imagens com rapidez.

Essas ferramentas podem ser facilmente conectadas ao fluxo de trabalho via:

  • Extensões para o GIMP, que já suportam funcionalidades de IA.
  • Scripts integrados ao Dolphin ou GNOME Files, que aplicam filtros de IA sem abrir programas externos.
  • Uso de bibliotecas como OpenCV para manipulação de imagens com inteligência artificial.

Essa abordagem garante privacidade e independência de servidores proprietários, ainda que requeira mais esforço técnico.

Busca reversa de imagem no desktop Linux

Embora ainda não exista um sistema totalmente integrado, usuários de Linux podem:

  • Configurar scripts que enviam imagens para buscadores como o TinEye ou o próprio Google Imagens.
  • Usar navegadores integrados com plugins que facilitam a busca reversa de imagem.
  • Experimentar projetos em andamento que visam trazer esse tipo de recurso de forma mais nativa ao desktop.

Assim, embora não tão simplificada quanto no Windows 11, a funcionalidade está ao alcance de quem busca flexibilidade.

Conclusão: uma corrida de inovação ou de filosofia?

O anúncio da Microsoft marca um passo ousado rumo a um Explorador de Arquivos inteligente, que aposta no poder da nuvem e na centralidade do Copilot. Já o Linux trilha outro caminho: menos polido, mas muito mais flexível, com processamento local e soluções de código aberto.

No fim, não se trata de determinar quem “vence” essa corrida, mas de entender que estamos diante de filosofias distintas. A Microsoft busca conveniência e integração; o Linux aposta em liberdade e controle do usuário.

E você, qual ferramenta ou script usa no seu gerenciador de arquivos Linux para agilizar seu trabalho com imagens? Compartilhe suas dicas nos comentários!

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