Ele voltou, mesmo depois de um longo e tenebroso inverno que ainda não acabou. Depois de ter sido praticamente expulso pela onda do politicamente correto, Richard Stallman está de volta à Free Software Foundation. Esse pode ser um ponto de resistência importante ao movimento que tem por objetivo eliminar tudo que não se encaixe nessas regras. É a chamada “cultura do cancelamento” que parece dar um tempo, pelo menos em relação à FSF. Sendo assim, Richard Stallman retorna ao conselho de diretores da Free Software Foundation.
“Estou mais uma vez no conselho da Free Software Foundation”, disse Stallman, que garantiu que não renunciaria novamente.
Richard Stallman volta à Free Software Foundation. Como se deu esse retorno?
Para entender essa história, precisamos apresentar três personagens:
- Jeffrey Epstein: Ele é um bilionário condenado que proporcionou a seus amigos ricos e famosos companhia feminina, incluindo menores. Ele cometeu suicídio na prisão.
- Marvin Minsky: Pioneiro da inteligência artificial e fundador do laboratório de pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Após sua morte, uma das vítimas de Epstein disse que, quando era menor, ela fez sexo com ele em uma das festas organizadas pelo magnata.
- Richard Stallman: Fundador do movimento do Software Livre, criador da licença GPL, da Free Software Foundation e do projeto GNU (base de quase todas as distribuições Linux)
O “crime” de Stallman
O que esses três personagens têm em comum? O problema começou quando Stallman irritou as hordas do politicamente correto com um e-mail comentando sobre um ato de repúdio por parte de alunos do MIT. Naquela oportunidade, ele escreveu sobre o que considerou uma injustiça para Marvin Minsky:
O falecido ‘pioneiro’ da IA ??Marvin Minsky (que é acusado de agredir uma das vítimas de Epstein [2])”. A injustiça está na palavra “ataque”. O termo “agressão sexual” é tão vago e escorregadio que facilita a inflação de acusações: tomar as alegações de que alguém fez X e levar as pessoas a pensar que é Y, que é muito pior do que X.
A acusação citada é um claro exemplo de inflação. A referência relata a alegação de que Minsky fez sexo em um dos haréns de Epstein. Suponha que fosse verdade (eu não vejo qualquer razão para não acreditar).
A palavra “agressão” pressupõe que ele aplicou força ou violência, de alguma forma não especificada, mas o próprio artigo não diz tal coisa. Eles só fizeram sexo.
Podemos imaginar muitos cenários, mas o mais plausível é que ela se apresentou a ele como totalmente disposta. Supondo que Epstein a tivesse coagido, ele teria todos os motivos para dizer a ela para esconder isso da maioria de seus associados.
Cheguei à conclusão, a partir de vários exemplos de acusação, que é absolutamente errado usar o termo “agressão sexual”.
Qualquer que seja o comportamento que você queira criticar, você deve descrevê-lo com um termo específico que evite a imprecisão moral sobre a natureza da crítica.
Pedido de demissão
Por outro lado, um aluno do MIT decidiu iniciar uma campanha. Seus objetivos eram claros:
Pelo menos Richard Stallman não é acusado de estuprar ninguém. Mas esse é o nosso padrão mais alto? O padrão ao qual esta prestigiosa instituição adere? Se é isso que o MIT quer defender; Se é isso que o MIT quer representar, então…
Stallman, que tinha algumas declarações questionáveis ??em seu crédito, teve que se demitir da Fundação para o Software Livre em face da pressão pública. Falamos amplamente sobre o assunto no nosso site na época.
O anúncio do retorno de Stallman
Durante a conferência LibrePlanet, o defensor do Software Livre disse :
Eu tenho que fazer um anúncio. Estou mais uma vez no conselho de diretores da Free Software Foundation. Estávamos trabalhando em um vídeo para anunciá-lo, mas era difícil. Não tínhamos experiência com esse tipo de coisa, então não terminamos, mas aqui está o anúncio. Alguns ficarão felizes com isso e outros ficarão decepcionados, mas quem sabe. Em qualquer caso, é assim. E não vou renunciar uma segunda vez.
Então, vamos torcer para que o retorno de Stallman seja a valorização de pessoas importantes excluídas apenas por pensarem de forma diferente.