WeChat, o aplicativo de mensagens mais famoso da China, está censurando mensagens sobre o coronavírus

WeChat, o aplicativo de mensagens mais famoso da China, está censurando mensagens sobre o coronavírus

Imagem: Reprodução | The Next Web.

O governo chinês respondeu à epidemia de coronavírus, mas também trabalhou para controlar quais informações estão disponíveis sobre o vírus. Desde o início de janeiro, o WeChat, a plataforma de mensagens mais popular da China, está censurando palavras-chave relacionadas ao recente surto de coronavírus.

WeChat  está censurando mensagens sobre o coronavírus

Essa afirmação vem do site Citizen Lab, um grupo de pesquisa com sede em Toronto, que criou scripts para conversas em grupo e os enviou para três contas de teste do WeChat — duas no Canadá e outra na China. As mensagens com scripts incluíam manchetes e artigos sobre o vírus. Dessa maneira, pesquisadores descobriram em janeiro que 132 combinações de palavras-chave estavam censuradas. Porém, em fevereiro, o número chegou a 516.

Uma ilustração do Citizen Lab mostrando um usuário tentando enviar mensagens contendo a combinação de palavras-chave censuradas. Crédito da imagem: Citizen Lab.

Um artigo publicado pelo Citizen Lab detalhou que o conteúdo censurado incluía críticas ao governo chinês, rumores e informações especulativas sobre a epidemia, referências neutras aos esforços do governo chinês em lidar com o surto e referências ao Dr. Li Wenliang, o médico que foi um dos primeiros a tentar alertar o público sobre o vírus. Ele morreu em fevereiro depois de contrair a doença enquanto tratava pacientes.

Pesquisadores do Citizen Lab encontraram 19 combinações de palavras-chave censuradas que faziam referência ao Dr. Li Wenliang, como “Epidemia + vírus + Li Wenliang + governo central” e “Coronavírus + transmissão de pessoas para pessoas + Li Wenliang”.

Censura é algo comum na China

Além do WeChat, o relatório também descobriu que o popular aplicativo de transmissão ao vivo chinês YY foi descoberto censurando palavras-chave e informações vitais relacionadas ao surto de COVID-19. Isso acontecia desde 31 de dezembro de 2019 — um dia depois que os médicos tentaram avisar o público sobre o vírus.

Em um comunicado ao site Buzzfeed, um porta-voz da Tencent (empresa por trás do WeChat) disse:

Lançamos uma variedade de ferramentas e recursos na plataforma para ajudar os usuários a permanecerem seguros e se protegerem contra a epidemia de coronavírus em andamento. Vale ressaltar, isso inclui desmascarar rumores falsos.

Atualmente, o WeChat tem mais de 1,15 bilhões de usuários ativos mensais, e censurar informações importantes sobre o surto apenas os coloca em maior perigo.

Por fim, no momento da redação deste artigo, o número total de casos globais de coronavírus ultrapassou 93.000, com mais de 3.200 mortes. Todavia, a China anunciou um declínio nas infecções relatadas.

Fonte: The Next Web

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